O Presidente Armando Guebuza efectuou esta semana uma visita de Estado a Portugal, por sinal, a última que faz a este país na sua qualidade de Chefe do Estado.
Um dos momentos altos da sua estada em terras portuguesas foi a condecoração que lhe foi outorgada pelo seu homólogo, Cavaco Silva. Com efeito, Guebuza recebeu o Grande Colar da Ordem do Infante Dom Henrique, um dos mais altos galardões daquele país, em reconhecimento da sua acção para o incremento da colaboração e amizade entre Moçambique e Portugal.
O enviado do domingo escrevendo a partir das terras lusas refere que o “simbolismo da despedida de Armando Guebuza “aos dirigentes e povo amigo de Portugal” foi uma constante nos vários momentos da sua apertada agenda de trabalho que, mesmo assim, possibilitou o estabelecimento de contactos frutíferos a nível da diplomacia política e económica culminando com a consolidação das relações de cooperação entre os dois países. Tanto o Presidente Armando Guebuza assim como o seu homólogo Cavaco Silva convergiram na linha de que o estágio actual de relacionamento entre os dois países “é excelente” e tende a atingir progressivamente níveis ímpares de entendimento bem como o desejo mútuo de aprofundamento e reforço da cooperação entre ambos” (ler texto nas páginas 6 e 7).
É que como foi sublinhado pelos dois estadistas, esta visita de Guebuza a Portugal constituiu, de facto, um momento sublime para se perspectivar o rumo a trilhar para se continuar a consolidar, cada vez mais, as relações de amizade, solidariedade e cooperação entre os dois países e povos.
Guebuza desafiou os portugueses a continuarem a explorar e a fazer uso das janelas de oportunidades criadas no âmbito da reiterada vontade política em garantir um futuro sustentável na cooperação entre Moçambique e Portugal e para o efeito reiterou o compromisso e empenho do executivo moçambicano para assegurar que as relações entre Moçambique e Portugal continuem a atingir patamares cada vez mais altos, nas diversas vertentes, e que a cooperação continue sendo profícua e mutuamente vantajosa.
O estadista português, Cavaco Silva, referiu, por sua vez, que a relação entre os dois países constitui um activo singular, tanto na perspectiva política, como na do contacto entre os cidadãos e empresas moçambicanas e portuguesas.
Para além dos discursos, os dados estatísticos da cooperação bilateral entre Moçambique e Portugal falam por si. As exportações portuguesas para o nosso país quase triplicaram em quatro anos. Os capitais portugueses investidos em sectores multifacetados no nosso país estão na ordem dos mil e quinhentos milhões de dólares norte-americanos e já geraram mais de 40 mil postos de trabalho, nas pequenas e médias empresas.
O número de empresas portuguesas a exportar para Moçambique duplicou: em 2008, eram 1.316; em 2012, já eram 2.677. Em 2013, Moçambique foi o 19º cliente mais importante para Portugal, quando, em 2009, ficava-se pelo 27º posto da lista.
Moçambique exporta para Portugal produtos alimentares, sobretudo de natureza agrícola, como açúcar de cana e de beterraba, a sacarose química e o tabaco não manufacturado.
Por estas e por outras, podemos afirmar com convicção que o Presidente Guebuza foi ao encontro de parceiros tradicionais, mas também de amigos de longa data, vencida que foi a longa noite colonial. Porque, há que recordar, com Portugal tivemos encontros e desencontros, com Portugal tecemos uma História indelével. Marcas ficaram desses tempos, umas negativas, outras positivas.
Podemos também afirmar com alguma convicção que o encontro esta semana entre Guebuza e Cavaco Silva é um encontro de irmãos em plena igualdade. É um reforço de duas soberanias que querem e podem auxiliar-se uma à outra, cada qual interpretando os seus destinos e interesses à sua maneira, mas sabendo que podem contar uma com a outra.
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