Friday 13 March 2009

Porque é bem vindo o MDM?...


Canal de Opinião, por Pedro Kotoi

Porque é bem vindo o MDM?...

...e porque o Eng. Daviz Simango deve candidatar-se à PR?...

Quelimane (Canal de Moçambique) - Moçambique nossa Pátria Amada enfrenta sérios desafios de recuo democrático que exigem de todos homens e mulheres amantes da liberdade uma concertada e coordenada acção para salvá-la e preserva-la.
A democracia que nos parecia um bem assegurado e garantido, adquirida com os dezasseis anos de guerra civil contra o totalitarismo e a brutalidade contra os cidadãos, está em perigo. Na medida em que não há democracia sem oposição democrática. E a oposição no nosso país está na eminência de desaparecer, a julgar pela tendência dos resultados eleitorais que esta tem experimentado desde os acordos de Paz. Só alguns dados: a nível da Assembleia da Republica, em 1994 a oposição detinha 121 deputados, este número em vez de subir decresceu subsequentemente tendo em 1999 obtido 117 e em 2004 apenas 90 deputados. A nível de municípios em 2003 a oposição controlava as Assembleias de 4 municípios e as Presidências de 5. Nas eleições de 2008 a oposição sob a liderança da Renamo não só entregou à Frelimo todos os Municípios que governava nos últimos cinco anos, como não logrou ganhar algum.
Quais foram as razões do desastre eleitoral para a Oposição?
É o que alguns quadros que até então eram membros da Renamo quiseram pedir à liderança do seu Partido para poderem sentar, em Congresso, para de forma franca e construtiva analisarem e buscarem possíveis soluções, o que, no entanto, Dhlakama que se faz de dono da Renamo não se mostrou disponível. Com o seu comportamento nas vésperas e durante as eleições e principalmente nestas últimas, com epicentro na Revolução de 28 de Agosto que ditou o afastamento do melhor gestor Municipal que a Renamo tinha, Eng. Daviz Simango, ficou claro aos olhos de todos que o Líder que lutou pela democracia durante dezasseis anos, perdeu o sentido da sua missão porque as mordomias e dinheiros recebidos da Frelimo o corromperam. Ele está mais preocupado com o seu umbigo que ajudar o Povo a construir um Moçambique melhor. Foi corrompido a ponto de estar disposto a matar esta democracia que custou tanto sangue e sacrifício aos militantes e guerrilheiros da Renamo e não só, traindo desse modo a consciência colectiva de todo um Povo.
Não podemos aceitar voltar para atrás!
Porque devemos todos nós, moçambicanas e moçambicanos sem qualquer discriminação ideológica e partidária ou de qualquer outra natureza, nos juntar ao MDM para salvar esta democracia na nossa Pátria? Somos chamados a resgatar os sonhos dos combatentes pela nossa independência e pela nossa liberdade politico-democrática.
É para que não voltem para esta bela Pátria as guias de marcha para se circular dentro do país. Para que não voltem a operação produção e campos de reeducação que tanta gente matou nos matos do Niassa. Para que não voltem os chamboqueamentos e fuzilamentos de cidadãos em público. Para que não acabe a liberdade de expressão e de imprensa porque jamais haveria rádio, televisão ou jornal privados e independentes ao sistema. Para que não voltemos a ser espiados nas nossas casas e detidos pelo SISE por escutarmos a BBC ou a Voz da América. Para que cidadãos não voltem a ser raptados pelos serviços secretos e desapareçam sem explicação aos seus familiares. Tudo isto a Frelimo fez e voltará a acontecer com o regime de partido único que ela pode implantar, se ganhar as próximas eleições com maioria qualificada que lhe permita mudar a Constituição da Republica. Quem os poderá impedir? Ninguém! Mesmo que doadores zanguem! É só ver Mugabe!
O que atrás dissemos foi o que a Frelimo fez após a independência deste país! E fez porquê? Porque era exactamente partido único, aquilo que almejam os dirigentes da Frelimo de hoje, sob a liderança de Armando Guebuza!
E o que iria acontecer a nível da economia com a Frelimo de novo como partido único? Se hoje como partido dominante já o fazem, acentuar-se-á a má governação e o roubo de bens e dinheiros do Estado para o Partido, seus dirigentes, familiares e seus amigos próximos. As empresas ou serão do Estado (que para eles é igual ao Partido Frelimo) ou serão de seus dirigentes, apenas: - é só verem a ganância dos governantes de hoje e de suas famílias que ficaram com quase tudo que o Estado foi, por razões de reforma económica, forçado a privatizar. O País está retalhado, dividido pelos dirigentes da Frelimo. Do norte a sul, se alguém quiser abrir um negócio, tem de falar com General X da Frelimo, sem o que não tem hipótese. Aqui tem de falar com Gruva!
E nós, cidadãos, nos perguntamos: foi por isto que esta gente lutou pela independência de Moçambique? Para substituir o colonialismo branco pelo colonialismo preto? Eu entendo que nós devemos terminantemente recusar qualquer tipo de colonialismo na nossa terra. Nós não podemos permitir a perpetuação dum sistema de tribalismo partidário, de sistema de exploração do homem pelo homem, que a presente elite politica dirigente da Frelimo fomenta de forma descarada e ante os nossos olhos. Na cabeça deles, Moçambique é da Frelimo, o que não é verdade. Moçambique é de todos Moçambicanos independentemente do partido que pertençam ou não. Nós todos com o nosso Voto, podemos e devemos dizer NÃO aos novos colonos pretos, aos novos opressores do povo, aos novos capitalistas que o são pela via do roubo dos bens do Estado e da manipulação e intimidação dos cidadãos, de procuradores e de juízes de bem.
Nós, moçambicanos de todas raças, regiões, religiões, ideologias e partidos, devemos nos unir em torno do MDM e do Eng. Daviz Simango para conduzirmos a segunda luta de libertação politico-democrática, para nos libertarmos desta gente que se comporta como verdadeiros colonos pretos. Temos que acreditar que nós merecemos um Moçambique diferente, um Moçambique melhor do que o que nos impõem. Mas nós temos o poder democrático do Voto para mudar este País, escolhendo uma nova liderança comprometida com o interesse colectivo. Esta gente está há mais de 30 anos evocando unidade nacional para nos enganar, para se apropriarem do poder do Estado e se servirem dos seus recursos! Temos de lhes dizer já BASTA! De forma democrática, o Povo Moçambicano tem de se livrar destes sanguessugas, pela via das urnas de votação. Sabemos que não deixarão que isto aconteça com normalidade, como já começaram a mandar os seus escribas infiltrados em vários órgãos desvalorizar o MDM. Mas o Povo Unido jamais será vencido! O Povo do vizinho Zimbabué já demonstrou isso ao ditador Mugabe! O Eng. Simango defende que tem que se deixar de obrigar funcionários do Estado a serem membros dum partido, só porque esse partido é governo do dia. Que tem de se deixar de saber se o proponente dum projecto é membro ou amigo do partido que está no poder para a viabilização duma incitativa empresarial, para que se criem mais empregos para a juventude que tanto precisa. Que tem de se dignificar os médicos e os funcionários da Saúde que cuidam da saúde do povo. Tem que se canalizar mais recursos humanos e financeiros para a nossa Policia para que esta melhor defenda a ordem e tranquilidade públicas e combata energicamente os criminosos. Tem de se melhorar e estruturar a educação para que possamos ter gente qualificada a servir o desenvolvimento - sobre educação, lembra-nos que não há nação rica no mundo sem gente educada. Para que possamos explorar os ricos recursos que o país possui, temos que ter cérebros nacionais a fazê-lo. Tem de se reestruturar as Magistraturas Judiciais e do Ministério Publico, assegurando constitucionalmente a sua independência do poder político, para que as decisões destes órgãos se guiem apenas com base na lei. Tem de se dar à Assembleia da Republica, como órgão representativo do povo, os verdadeiros poderes que cabem ao Parlamento como órgão fiscalizador do Executivo. Tem de se potenciar a agricultura, aumentando mais o orçamento para que a produção de alimentos seja efectiva para que o povo, ciclicamente, não continue a morrer de fome, pois, experiências aventureiras de Proagri, Jatrofas e Revoluções Verdes, mostraram que os que há mais de trinta anos estão no poder em Moçambique, ainda não têm (e não o terão nunca) ideia sobre o que fazer para matar a fome do povo - que pena! Daviz Simango deixou claro no seu lindo discurso que o Movimento que acaba de nascer encarna os valores fundamentais porque lutaram os combatentes da nossa independência e da nossa liberdade politico-democrática. São valores de liberdade e da livre escolha sobre, cada homem e mulher, o seu destino para se realizar na vida como um ser humano, pois Deus nasce-nos livre e livres devemos viver. Ao Estado, pessoa de bem, cabe a tarefa fundamental de facilitar que os cidadãos realizem os seus sonhos. Mas o nosso Estado, hoje dirigido pela Frelimo, impede aos cidadãos que não são membros do seu partido que realizem os seus sonhos, matando-os de forma precoce. A Frelimo, dum partido de unidade nacional, transformou-se numa organização de discriminação política que introduziu em Moçambique um tribalismo partidário que destrói vidas inteiras do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Indico e insistem a enganar o povo que o Estado da Nação é Bom! Que heresia meu Deus!. Em ano de Eduardo Mondlane, não acredito que este fosse o seu sonho. Pelo que, o MDM quer resgatar o sonho de Mondlane que da leitura de seus escritos, crê-se que era um sonho de liberdade, de inclusão e de respeito pela diferença, no contexto de desenvolvimento e unidade nacionais. Sinais de que alguns dos dirigentes da Frelimo, aqueles que ajudaram a liderança do pós-independência a cometer excessos contra os cidadãos, a escangalhar a economia e a Administração Publica, de quererem voltar ao tempo do partido único, para voltarem a fazer sofrer este glorioso Povo são evidentes, e o Povo Moçambicano, através do Voto tem de lhes dizer NÃO.
O egoísmo, a avareza e a gula desmedidos dos dirigentes de hoje, que só usam o Povo para lhes dar o seu voto, enquanto eles, seus familiares e amigos partidários ficam com tudo o que é susceptível de produzir riqueza incluindo as empresas do Estado, tem que terminar, através do Voto do cidadão. O povo não pode continuar a ser enganado, sempre que há eleições, a confiar o seu Voto à gente que a seguir usa o poder para se servir a si próprio, ao invés de servirem ao Povo que lhes escolheu.
Por outro lado, o povo deve estar cansado e não pode continuar a votar em alguém desorganizado, manietado e corrompido por andar a comer o pão que o “diabo”amassou, e que depois aparece todas vezes a dizer que lhe roubaram. Dhlakama, que tanto se acreditava, já perdeu a razão da luta do Povo pela democrática. Ele passou para o lado do mal, de quem oprime o Povo para manter o controlo e poder económico. Dhlakama terminou a sua missão com a assinatura do AGP e a introdução do sistema multipartidário em Moçambique. Agradecemo-lo por isto. Os últimos acontecimentos políticos no país, a sua postura antidemocrática mostrou que dele não se pode mais melhor esperar. A mentira e a traição ao Povo acabou-se Senhor Dhlakama!
Pelo que o MDM sob a liderança do Eng. Daviz Simango e com o Povo, moçambicanas e moçambicanos de todas raças, regiões e ideologias, tem as condições psicológicas para assegurar que a democracia não morra e que a boa governação, a responsabilização dos governantes e a provisão de melhores serviços públicos sejam mantidos na nossa Pátria. Estou em crer que só assim desenvolveremos este belo Moçambique, o que não se obterá com uma Frelimo de novo totalitária, como partido único, que é o sério risco que estamos incorrendo em Moçambique na fase actual. Juntemo-nos ao MDM para que não permitamos que nos voltem a impor os momentos tenebrosos do pós-independência em que cidadãos eram degolados em publico como se de cães se tratassem.
É tendo em conta ao supremo interesse nacional de preservar a democracia que devemos aceitar apoiar o Eng. Daviz Simango porque ele denota ser um homem sério, honesto, humilde e de coração ao serviço do Povo. Com ele estou ciente que o Povo pode estar certo da vitoria e do progresso.
Que Deus abençoe Eng. Simango, sua equipa de trabalho e aos membros do MDM!

(Pedro Kotoi Quelimane, 9 de Março de 2009)


CANALMOZ, 13/03/09

NOTA: Muito bem explicado! Vamos meditar em tudo isto?

5 comments:

Anonymous said...

Um arito muito bem compilado e para ser lido e meditado. Eu sempre fui da mesma opiniao em relacao aos predicados atribuidos a D. Simango no penultimo paragrafo. Eu tenho fe e esperanca no MDM. Voto nele sem qualquer hesitacao e estou disposta a colaborar no que me for possivel. Maria Helena

Anonymous said...

Queria dizer... um artigo muito bem compilado... lapso meu. Maria Helena

JOSÉ said...

Isso mesmo, vale mesmo a pena confiar neste projecto.
Pessoas como a Maria Helena serão sempre uma mais valia para o MDM.
O MDM está pronto para a luta, estaremos nós?

Voz da Revolucao said...

Nao aderimos a este projecto.

Continuamos a achar que o Partido MDM é uma farsa entanto que agente de Mudança em Moçambique, porque senão vejamos:
1. É um Partido constituido maioritariamente por dissidentes de um outro partido Desorganizado;
2. é um partido dirigido por um Presidente que demonstra excessiva ambição pelo poder e não preocupação com os Moçambicanos. Isto porque em menos de 6 meses após vencer as eleições autárquicas aqui na Beira já se mete em candidaturas para a Presidência da república, como quem diz: O povo que se ****
3. É um partido rodeado por sanguessugas famintos avidos de um lugar na Assembleia da República, principalmente os que já lá estão e procuram recuperar espaço. Ainda veremos graves desinteligências no MDM quando for para eleição/indicação dos candidatos a deputados ;
4. o MDM é uma formação política precocemente parida, ou seja, um pau que nasce torto, ou seja, um nascido velho que morre novo.

voz da revolução

JOSÉ said...

Xano, aqui todas as opiniões são bem aceites, mas sabe bem que vou ter de discordar.
Faz varias acusações descabidas mas não avança com factos que possam dar peso às suas ideias, apenas consegue destilar veneno.
O Xano não consegue entender que a formação do MDM é uma necessidade? Não tem lido os comentários de analistas idóneos, como por exemplo, Salomão Moyana e Machado da Graça?
Já sei que como frelimista que não quer ver a razão, o Xano não vai aderir a este Projecto patriotico, mas olhe que o Povo está a aderir e isso deixa-o nervoso, né?
O Xano pode honestamente afirmar que as coisas estão bem em Moçambique e que a mudança não é necessária? Desengane-se, o MDM aposta mesmo na mudança e isso incomoda os frelos.
Acha mesmo que o MDM vai morrer novo? Até o fim deste ano o Xano vai apanhar varios desgostos, não se pode enganar constantemente o Povo!
Na divergencia, um abraço,

José

Moçambique para todos!