O último fim de semana virou o país político para a Beira, a segunda cidade de Moçambique rigorosamente ao centro.
Um congresso bem preparado e sobretudo bem concorrido transformou um movimento em torno do “mayor” Daviz Simango num novo partido político.
Com o advento da democracia multipartidária é normal o surgimento de novos partidos políticos. Contudo, o que dá um significado especial ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM) é o seu potencial de crescimento.
O “timing” da criação do partido é importante. Nasce da vitória de Simango nas autárquicas da Beira, onde concorreu contra os candidatos dos dois partidos mais importantes de Moçambique.
Estamos em ano de eleições o que, sem perigo de cansar o eleitorado, dá a possibilidade de o partido se apresentar pela porta grande.
Porém, o potencial do partido não pode ser confundido com implantação, votos e novos deputados como os mais românticos imaginam.
Num espectro social e político onde os discursos da Frelimo e Renamo deixaram de ser eminentemente ideológicos, o MDM e os seus líderes, não fazem necessariamente ultrapassagens à esquerda ou à direita do “establishment” partidário. Mas podem fazer a diferença pela forma de fazer e estar na política.
Numa sociedade doente, onde o caciquismo e o clientelismo político assumiu graus triste e notoriamente elevados, sensibilizar pela idoneidade, transparência e democracia de métodos de trabalho parece ser uma alternativa importante.
Estando a juventude em divórcio aberto com a política, um discurso de esperança e de regresso à democracia dos pequenos actos é importante.
E é isso que incomoda os dois grandes partidos. E é por isso que se apressaram a criticá-lo.
A nova formação tem passos importantes a dar se não quiser ser apenas mais um partido.
Tem de saber alargar o seu eleitorado para além do perímetro urbano da Beira e partir à conquista de Sofala. Depois, deve explorar franjas de descontentamento em círculos eleitorais como a Zambézia e Nampula, as províncias que fornecem o maior número de deputados ao parlamento. Em estratégia minimalista é possível criar um pequeno grupo de qualidade no parlamento. Para preparar o caminho para 2014. Aí sim, Daviz Simango, sendo filho de quem é, tem possibilidades reais de ser uma alternativa aos candidatos do “establishment”. Mas é preciso resistir à impaciência dos excluídos que procurarão empurrar Simango para a ribalta em 2009, na certeza de procurarem obter dividendos a curto/médio prazo.
Simango, fresco de uma vitória histórica e inspiradora da possibilidade de políticas independentes e alternativas no país, não pode ser candidato a uma derrota no fim do ano.
A sua meta, tal como a meta de muitos jovens que ainda acreditam na vitalidade do exercício de uma cidadania activa, a sua meta deve ser 2014.
Não é fácil resistir a emoções e imediatismos.
Há um longo caminho e há a morte extemporânea na praia, na berma da estrada.
Daviz Simango e os seus companheiros, prometendo uma nova forma de estar na política, têm de encontrar os caminhos sábios de transmitir a tantos outros milhares de moçambicanos a esperança de um recomeçar de novo.
De ideias e valores.
Para que o país cresça e avance.
Um congresso bem preparado e sobretudo bem concorrido transformou um movimento em torno do “mayor” Daviz Simango num novo partido político.
Com o advento da democracia multipartidária é normal o surgimento de novos partidos políticos. Contudo, o que dá um significado especial ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM) é o seu potencial de crescimento.
O “timing” da criação do partido é importante. Nasce da vitória de Simango nas autárquicas da Beira, onde concorreu contra os candidatos dos dois partidos mais importantes de Moçambique.
Estamos em ano de eleições o que, sem perigo de cansar o eleitorado, dá a possibilidade de o partido se apresentar pela porta grande.
Porém, o potencial do partido não pode ser confundido com implantação, votos e novos deputados como os mais românticos imaginam.
Num espectro social e político onde os discursos da Frelimo e Renamo deixaram de ser eminentemente ideológicos, o MDM e os seus líderes, não fazem necessariamente ultrapassagens à esquerda ou à direita do “establishment” partidário. Mas podem fazer a diferença pela forma de fazer e estar na política.
Numa sociedade doente, onde o caciquismo e o clientelismo político assumiu graus triste e notoriamente elevados, sensibilizar pela idoneidade, transparência e democracia de métodos de trabalho parece ser uma alternativa importante.
Estando a juventude em divórcio aberto com a política, um discurso de esperança e de regresso à democracia dos pequenos actos é importante.
E é isso que incomoda os dois grandes partidos. E é por isso que se apressaram a criticá-lo.
A nova formação tem passos importantes a dar se não quiser ser apenas mais um partido.
Tem de saber alargar o seu eleitorado para além do perímetro urbano da Beira e partir à conquista de Sofala. Depois, deve explorar franjas de descontentamento em círculos eleitorais como a Zambézia e Nampula, as províncias que fornecem o maior número de deputados ao parlamento. Em estratégia minimalista é possível criar um pequeno grupo de qualidade no parlamento. Para preparar o caminho para 2014. Aí sim, Daviz Simango, sendo filho de quem é, tem possibilidades reais de ser uma alternativa aos candidatos do “establishment”. Mas é preciso resistir à impaciência dos excluídos que procurarão empurrar Simango para a ribalta em 2009, na certeza de procurarem obter dividendos a curto/médio prazo.
Simango, fresco de uma vitória histórica e inspiradora da possibilidade de políticas independentes e alternativas no país, não pode ser candidato a uma derrota no fim do ano.
A sua meta, tal como a meta de muitos jovens que ainda acreditam na vitalidade do exercício de uma cidadania activa, a sua meta deve ser 2014.
Não é fácil resistir a emoções e imediatismos.
Há um longo caminho e há a morte extemporânea na praia, na berma da estrada.
Daviz Simango e os seus companheiros, prometendo uma nova forma de estar na política, têm de encontrar os caminhos sábios de transmitir a tantos outros milhares de moçambicanos a esperança de um recomeçar de novo.
De ideias e valores.
Para que o país cresça e avance.
( Editorial do SAVANA, 13/03/09 )
2 comments:
Artigo muito bem compilado e que nos transmite a esperanca das coisas positivas que nos aguardam se trabalharmos em conjunto. Unidos venceremos! Cocorico! Maria Helena
Temos bons motivoas para confiar!
Moçambique para todos!!!
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