No nosso Editorial de 26 de Fevereiro de 2009 escrevemos que os desvios de valores na empresa de Aeroportos de Moçambique foram para financiar o Partido Frelimo e atribuímos tais afirmações ao Eng.º Diodino Cambaza, que na altura era o PCA efectivo da Empresa de Aeroportos de Moçambique embora estivesse e esteja encarcerado na Cadeia Civil. Citámos um semanário da praça, mas cometemos um erro de que nos penitenciamos. Tais afirmações não foram do Eng.º Cambaza mas, sim, do PCA que então estava interinamente em funções, Eng.º António Loureiro, também administrador para o Pelouro Técnico, e ainda do Dr. Hermenegildo Mavale, um outro ex-administrador da «Aeroportos» (Pelouro das Finanças), ambos declarantes no processo em fase de instrução contraditória. Aqui fica a rectificação e o nosso pedido de desculpas ao eng.º Cambaza por este erro de citação.
Objectivamente, quem disse que certo dinheiro roubado na Aeroportos de Moçambique foi para contas do Partido Frelimo, foram os senhores António Loureiro e Hermenegildo Mavale. E houve realmente um semanário que escreveu que eles disseram que o dinheiro “de que tanto se fala” da empresa de Aeroportos de Moçambique “foi usado para patrocinar actividades do partido Frelimo” para além de ter servido para outras “alegadas práticas corruptas”.
As declarações de Loureiro e Mavale foram proferidas em resposta a perguntas feitas durante a audiência de acareação, em Tribunal. Sabia o eng.º Diodino Cambaza, embora não tenha sido ele a processar os movimentos, que foram pagas contas do Partido Frelimo com dinheiro da empresa de Aeroportos de Moçambique. E sabia-o porque ele tinha no seu gabinete um computador que lhe permitia ver os movimentos “on-line”, a qualquer momento. E sabia ainda porque os relatórios financeiros semanais lhe chegavam regularmente às mãos. Mas esta parte dos dinheiros que serviram para pagar contas da Frelimo não faz parte dos autos. Azar do Sr. Eng.º Cambaza que assim acabará por ser uma das muitas vítimas orquestradas pelo sistema para mostrar aos doadores que os gestores deste Estado são umas «peças de museu» a preservar. E aqui fica também a confirmação de que há empresas públicas – pelo menos, para já, a Aeroportos de Moçambique, a financiar o Partido Frelimo. E nós a pagar impostos para estas coisas! E taxas de aeroporto exorbitantes!... Se isto não é roubo o que é? O presidente do Partido Frelimo e Presidente da República, a Senhora Primeira-Ministra e membro da Comissão Política do Partido Frelimo não sabem que há dinheiros do Estado a pagar contas do seu “partidão”? Se isto não faz emperrar o sistema Judicial, o que é que faz com que a Justiça seja só para uns e não para quem deve ser? O presidente do Partido Frelimo e a dirigente da Frelimo Luísa Diogo, porque não são chamados pela PGR para explicar como é que o partido do Governo se permite a ter contas pagas por empresas públicas? Tem medo de alguma coisa senhor Dr. Augusto Paulino?
( Canal de Moçambique, 19/03/09 )
2 comments:
Nada ira acontecer aos intocaveis do Governo ou da Frelimo, eles podem dispor dos dinheiros dos impostos do povo mocambicano a seu belo prazer, seja para financiar o seu partido, seja para aumentar as suas chorudas contas bancarias, seja para seu entretenimento pessoal, seja para corromper alguem, etc. Estas manobras nunca passaram de moda. Temos mesmo de combater o flagelo da corrupcao, e a melhor maneira e de se apostar num partido cujos ideais e linha politica se assemelhem o mais possivel aos nossos. Maria Helena
Muito preocupante a maneira como certos tubarões movimentam grandes quantias de dinheiro que benificiam a Frelimo!
Mas que escandalo!
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