Monday, 16 March 2009

Moçambique: Líder do Movimento Democrático apresenta novo partido para travar actual situação política

Lisboa, 14 Mar (Lusa) - O autarca que fragmentou a hegemonia da FRELIMO nas eleições municipais moçambicanas, Daviz Simango, quer evitar uma “democracia monopartidária” e eventuais alterações na Constituição que defendam “interesses pessoais partidários”, mensagens que vai transmitir em Lisboa.
Simango, líder do recém-criado Movimento Democrático Moçambicano deverá chegar domingo a Lisboa para contactos políticos e com compatriotas para dar a conhecer o novo partido.
O político moçaambicano deveria ter chegado hoje a Lisboa, mas uma avaria no avião da TAP adiou a viagem em pelo menos um dia.
O autarca foi reeleito no ano passado como presidente do município da Beira, mas desta vez concorrendo como independente.
Contra todas as expectativas e a dias de terminar o prazo para a apresentação das assinaturas necessárias para a formalização de candidaturas, Simango viu o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, retirar-lhe o apoio. A RENAMO acabou por perder todos os cinco municípios que conquistara em 2003.
Os promotores do movimento que levou Daviz Simango à sua recandidatura, na sua maioria personalidades descontentes com o actual rumo da RENAMO, transformaram o grupo no partido político Movimento Democrático Moçambicano.
Em Portugal, o autarca tem previstos encontros com as câmaras municipais de Sintra e Santa Maria da Feira para a eventual assinatura de acordos.
Estão ainda agendadas reuniões com representantes do PSD e do PS, contactos com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e com os gabinetes do primeiro-ministro, José Sócrates, e do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Além da procura de "alguns parceiros políticos", Simango também quer fazer pré-campanha eleitoral junto dos seus compatriotas para assegurar a eleição de um deputado pelo círculo europeu nas próximas eleições gerais.
Em declarações à Lusa, Daviz Simango lembrou que o seu partido foi fundado pela necessidade de mais respostas para os moçambicanos em termos de "alternância política".
"Se eventualmente continuarmos no estado em que estamos e, tendo em conta os resultados das eleições municipais, o país pode estar mergulhado numa situação de uma democracia monopartidária, o que não ajuda ao desenvolvimento e à participação dos moçambicanos na vida quotidiana", afirmou.
O líder partidário entendeu que o seu partido pode preencher um vazio e evitar que suba ao poder um partido com "uma maioria de dois terços, que possa mexer na Constituição da República, introduzir algumas inovações que possam defender os interesses pessoais partidários".
Assumindo "não ser fácil" ser oposição, os moçambicanos têm agora "obrigação de inverter o cenário".
"Se o cenário prevalecer, em parte seremos culpados. O Movimento Democrático vem para que amanhã os moçambicanos não assumam a responsabilidade de não terem feito algo contemplado na Constituição da República, que permite formações políticas e, sobretudo, para que o governo democrático seja sério dentro das expectativas e esperança dos moçambicanos", acrescentou à Lusa.
(LUSA)

2 comments:

Anonymous said...

Eu tambem sou contra um estado monopartidario. Vejo no MDM o sonho para que isso nao se torne realidade, para infelicidade da Frelimo. Tenho fe no MDM, sei que, juntos, venceremos. Esta visita, que vou seguir atentamente, vai trazer frutos positivos e uma maior divulgacao do MDM na diaspora. Maria Helena

JOSÉ said...

Esta viagem vai ser um sucesso, apesar das bocas e do cepticismo!
Estamos juntos!