Monday 4 June 2012

Ivestimento: Será Moçambique o mercado do momento?


Aquacultura mocambique


















Os olhos estão todos lá. Por cá, são emitidos entre 30 a 40 vistos por dia. A economia cresce. “Os portugueses deviam aproveitar mais” este país emergente.
É o terceiro maior produtor de gás natural do mundo e está ainda no pódio mundial, com direito a medalha de ouro, no que toca à produção de carvão. Moçambique tem um território que corresponde a mais do dobro da Alemanha e tem uma faixa costeira com cerca de 2.470 kms. Mas em matéria de números, as surpresas não ficam por aqui. Com uma população de 22 milhões de habitantes, este mercado representa, do ponto de vista empresarial - e tendo em conta a sua situação geo-política - bem mais.
"O mercado pode atingir 250 milhões de habitantes - a população da região da África austral", quem o afirma é Jacob Jeremias Nyambir, Embaixador de Moçambique em Portugal, que, em entrevista "Ideias em Estante", emitida no ETV, defende que os portugueses devem aproveitar mais o mercado moçambicano. "Eu digo sempre que têm que aproveitar este mercado". E a valer pelos últimos dados estatísticos parece que os portugueses começam a olhar com interesse empresarial e laboral para este país, onde as afinidades linguística, cultural e legal favorecem o fluxo migratório. O movimento não é de hoje. É certo, porém, que actualmente "temos dado entre 30 a 40 vistos por dia", afirma Nyambir. Sobre quantos portugueses ficam a trabalhar em Moçambique, o embaixador, sempre diplomático, não adianta números. Mas consta que chegam a Moçambique mensalmente 150 portugueses para trabalhar.
Quem também está de olhos postos neste mercado, rico em minas, em pescado, em agricultura - e de uma forma geral "rico nos bens escassos do momento", ou dito de outra forma, nas matérias primas "que interessam ao mundo"- são os norte-americanos. E, honra seja feita, estão a entrar em Moçambique também via Portugal, como afirma, em entrevista ETV, o embaixador norte-americano em Portugal, Allan Katz, que é mentor do evento "Access Africa Forum - Portugal a gateway to Africa".
Este evento, que vai na 2ªedição, decorreu sábado em Lisboa, no CCB, e contou com a presença de muitos empresários portugueses e estrangeiros.
"Temos muitos projectos em Moçambique e considero o país muito atractivo", diz Luís Quintas, administrador da Solidal, grupo que importa entre 35 a 40 milhões de euros de alumínio.
Os casos de interesse repetem-se. A história das grandes cidades emergentes também. À parte de todos os atractivos empresariais, que são muitos e que tanto justificam, Maputo, por exemplo, começa hoje a ser uma cidade cara e onde elementos de ONG internacionais convivem com emigrantes, com locais (cada vez mais bem preparados e qualificados) e com toda uma vaga de gentes e de interesses que faz questão de estar neste - até há bem pouco tempo - discreto país. Como defende Susan Cain, autora do livro "Silêncio", que será lançado dia 15 de Junho em Portugal, "é o poder dos introvertidos num mundo que não pára de falar".

Moçambique em números

Moçambique tem um território de 799.390 km2 ( mais do dobro da Alemanha)

População: 22 milhões de pessoas (estima-se que poderá dobrar nos próximos 25 anos)

Faixa Costeira - Toda a faixa Este, com cerca de 2.470 quilómetros é banhada pelo Oceano Índico;

Recursos Naturais - Energia Hidroeléctrica, gás natural, carvão, minerais (titânio, grafite, ...), madeiras e produtos piscatórios;

Principais Exportações - Camarões; Algodão; Cajú; Açúcar e Chá;

- A economia moçambicana cresceu 9% ao ano,, em média, na última década.

Cerca de 80% da economia advém da agricultura.

- O tempo médio de abertura de um negócio no país é de 13 dias.

PIB = 9586 Milhões de dólares (2011)

- Rendimento por habitante = 428 Dólares.

- As importações têm um peso de 43,2% do PIB; a balança comercial do país é equivalente a 75,3% do Pib

- Em 2010 as exportações Portuguesas com destino a Moçambique aumentaram 18%

- A esperança média de vida = 49 Anos;

Mafalda de Avelar (jornal Económico/Portugal)


RM

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