AS chuvas intensas previstas para este final de semana poderão agravar a já precária situação da cidade de Maputo, que ainda não conseguiu se refazer dos efeitos dos cerca de 157.8 milímetros de precipitação registados na passada terça-feira.
A preocupação com relação à cidade de Maputo deve-se sobretudo à prevalência da saturação dos solos e à erosão gerada pelas últimas chuvas, o que poderá resultar no agravamento do cenário das inundações nos bairros periféricos e novos desabamentos de casas em razão do aprofundamento das crateras abertas.
Com efeito, o Instituto Nacional de Meteorologia prevê para amanhã e domingo chuvas de mais de 50 milímetros em 24 horas, podendo ser superiores a 75 milímetros nalgumas regiões.
Sérgio Buque, chefe do Departamento de Análise e Previsão do Tempo, deu conta que a precipitação poderá prolongar-se até às primeiras horas de segunda-feira, devendo afectar, para além de países a montante, como sejam a África do Sul e a Suazilândia, as províncias e cidade de Maputo e Gaza.
A-propósito das chuvas a montante, Sérgio Buque deu conta que poderão influenciar os caudais de rios como o Limpopo, Incomáti, Maputo e Umbelúzi, que por enquanto ainda não atingiram níveis de alerta.
Das regiões que deverão ter precipitação superior a 75 milímetros, entre outras, constam o distrito de Massingir e o sul da província de Maputo. Nos restantes pontos do país espera-se continuação de chuvas em regime fraco a moderado (até 30 milímetros em 24 horas).
Para a zona sul a previsão sazonal aponta para chuvas abaixo do normal com tendência para a normal durante o período de Janeiro a Março, de acordo com a previsão sazonal avançada nos finais do ano passado. No entanto, a precipitação ocorrida a 1 de Janeiro, na ordem de 32 milímetros, e a de terça-feira (158 milímetros) já é igual àquilo que tem sido normal para o período.
“No final da época poderemos ter chuvas acima do normal para Maputo, porque ainda vai chover nos próximos dias”, disse.
Segundo explicou, a fase neutra do fenómeno El Niño Oscilação Sul (ENSO) é caracterizada por irregularidade na distribuição e chuvas localizadas, variando entre valores altos e baixos. A título de exemplo, Changalane registou apenas uma precipitação de 4.1 milímetros no passado dia 15 de Janeiro corrente.
A precipitação da última terça-feira deveu-se à passagem de uma frente fria no Canal de Moçambique. A maior parte da precipitação, cerca de 150 milímetros, caiu num intervalo de três horas.
Várias famílias vítimas das inundações estão a abandonar voluntariamente as casas, refugiando-se em zonas consideradas seguras. Por essa razão, os fuzileiros navais destacados para a região ainda não intervieram no resgate, porque da monitoria feita não foi constatada a presença de pessoas em locais impróprios.
Teixeira Almeida, delegado do INGC, diz que tal deve-se a uma prévia acção de sensibilização da população.
Sobre a linha do Limpopo danificada, os Caminhos de Ferro de Moçambique deu conta que esforços estão em curso para restabelecê-la o mais breve possível. Ela tinha sido interrompida em três troços.
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