Tuesday, 15 January 2013

Negociações em curso e greve sem fim à vista

A ASSOCIAÇÃO Médica de Moçambique (AMM) reafirmou ontem, em Maputo, a continuidade da greve que os seus membros observam há uma semana, embora garanta estar já a negociar a solução da crise com o Ministério da Saúde (MISAU).
Em conferência de Imprensa realizada ontem, fonte da AMM disse que a paralisação só será levantada após as negociações, agora em curso com o MISAU, chegarem a um ponto que satisfaça a classe médica filiada nesta agremiação.
O Ministério da Saúde não reagiu a este novo pronunciamento dos médicos grevistas, pautando por um cauteloso silêncio como o tem feito nos últimos dias.
Paulo Samo Gudo, porta-voz dos grevistas, desde a passada segunda-feira, não revelou, porém, o ponto em que se situam as discussões com o MISAU, mas caracterizou a relação entre as duas instituições como sendo de pai e filho, que ao longo do relacionamento às vezes se desentendem.
Reafirmou que mais médicos têm estado a aderir à paralisação. Exemplificou com o facto de na jornada de limpeza na praia da Costa do Sol, no segundo dia da greve, terem comparecido cerca de 240 profissionais, número que, nas suas palavras, veio a crescer para 303 na concentração havida do Jardim Nangade, na quarta-feira, e 350 na reunião dos associados realizada na manhã de ontem.
Entretanto, em ocasiões anteriores, o MISAU disse que o número de médicos em greve situava-se abaixo do declarado pela AMM, razão pela qual todas as unidades sanitárias até ao nível do distrito estavam a funcionar normalmente, mesmo tendo em conta que com os médicos agora ausentes podia-se servir ainda melhor ao público.
No encontro de ontem, segundo Paulo Samo Gudo, foram abordados temas da vida dos associados e os participantes confiaram a Direcção da AMM para continuar como representante da classe médica nas discussões com o ministério de tutela.
A AMM diz-se sensível aos efeitos da paralisação das actividades por parte dos seus membros, mas distancia-se das responsabilidades que tal atitude representa.
Tal como nos referimos já, a postura do MISAU nos últimos dias em relação ao assunto tem sido de muita prudência. Recorde-se que na semana passada, Martinho Djedje, director dos Recursos Humanos e porta-voz da Saúde, já havia dito que as duas partes estavam a ensaiar aproximação de posições.
Tal como os médicos em greve, não revelou detalhes sobre o encontro, mas falou de tentativas de solucionar os pontos de divergência, principalmente o aumento salarial dos médicos.
Djedje disse ainda estar em curso um estudo para um aumento salarial do pessoal da Saúde, incluindo os médicos.


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