O continente africano possui a segunda economia mundial com maior crescimento e este deverá acelerar-se em 2013, segundo o Fórum Económico Mundial (FEM), reporta hoje terça-feira) a PANA.
Num comunicado publicado após a sua reunião terminada domingo em Davos, na Suíça, o Fórum Económico Mundial de 2013 indica que, apesar de algumas situações explosivas, o continente permanece um destino de investimento maior.
"África já é a segunda economia com maior crescimento no mundo depois de ter conseguido uma taxa de crescimento de 5 porcento anual nos dois últimos anos, o que está acima da média mundial, e se prevê que o PIB do continente atinja uma taxa de crescimento de 5,3 porcento este ano", sublinha o comunicado.
Vários investidores que intervieram nesta reunião sublinharam igualmente as grandes potencialidades e oportunidades no continente.
Eles explicaram que se for dada maior atenção às infraestruturas, à boa governação e à resolução de conflitos, os diversos problemas socioeconómicos do continente seriam reduzidos.
O presidente da SAB Miller do Reino Unido, Graham Mackay, foi ainda mais optimista, afirmando que o crescimento económico actual de África poderá duplicar "se alguns obstáculos forem ultrapassados".
Mackay, cuja empresa internacional de fabrico de cerveja está implantada na África do Sul há mais de um século, efectuou importantes investimentos no continente.
Ele designou o desenvolvimento das infraestruturas como o principal motor do crescimento económico de África.
Por sua vez, o presidente director-geral da Bharti Enterprises, o Indiano Sunil Bharti Mittal, ressaltou que a situação política e económica de África evolui rapidamente.
Mittal, que possui empresas de telecomunicações prósperas em África, insistiu na necessidade de os dirigentes africanos garantirem a segurança dos investidores e combater os grupos terroristas.
"A situação em África evolui muito rapidamente. Não se duvida que cada vez mais países vão seguir a via da democracia e que a curva de crescimento vai registar uma subida. Do ponto de vista dos investidores e das pessoas que se instalam em África", afirmou.
"Acredito que o mais importante é os dirigentes políticos comprometerem-se a atrair investimentos, assegurarem-se de que não há repercussões maiores das actividades terroristas realizada recentemente e sobretudo que eles giram as divisas de modo a não criar choques", indicou Mittal.
A directora executiva da International Crisis Group (ICG) na Bélgica, Louise Arbour, advertiu contra o risco de desestabilização da África Ocidental pelo conflito armado atual no Mali.
No entanto, ela acrescentou que a luta contra o terrorismo "não deve ocultar os outros desafios também importantes" que África deve enfrentar como "a governação, a exclusão político-económica e instituições muito fracas".
Dois dirigentes africanos que falaram nesta ocasião disseram que esforços estão a ser envidados para consolidar os ganhos actuais por uma cooperação mútua, a integração e a colaboração para a paz, a segurança e a estabilidade no continente.
"Percebemos que o comércio intra-africano não basta e trabalhamos arduamente para conseguir uma solução. África não é assolada pelos conflitos. Temos igualmente problemas económicos a resolver. Acabamos de discutir e decidimos integrar três das cinco regiões económicas criando uma zona de livre comércio de mais de meio bilião de habitantes", disse o Presidente sul-africano, Jacob Zuma.
Por sua vez, o Presidente Goodluck Jonathan da Nigéria reconheceu que há riscos em África, como em qualquer parte do mundo, acrescentando que esforços são envidados pelos dirigentes do continente para controlar a situação.
"Em África, já não há instabilidade política. Actualmente, cerca de três Estados africanos organizaram duas vezes eleições que decorreram em boas condições e a maioria dos Estados africanos possui sistemas políticos estáveis", sublinhou o Presidente nigeriano.
RM
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