Tuesday 8 January 2013

Médicos militares e aposentados moçambicanos substituem pessoal médico em greve

Um grupo de médicos militares e aposentados está a trabalhar no Hospital Central de Maputo, a maior unidade de saúde de Moçambique, para suprir a falta de pessoal médico que aderiu à greve hoje iniciada a nível nacional.
Na maior parte das enfermarias do Hospital Central de Maputo, os serviços mínimos estão a ser assegurados por alguns chefes de departamentos e médicos estrangeiros, sobretudo de origem cubana e chinesa, afetos àquela unidade sanitária no âmbito de uma parceira entre Moçambique e estes Estados.
A quase totalidade dos médicos nacionais, pós graduandos e estagiários aderiram à greve convocada pela Associação Médica Moçambicana, que exige um aumento salarial e melhoria das condições de trabalho.
Também no Hospital Geral José Macamo, arredores da capital moçambicana, os médicos estão a assegurar os serviços mínimos no primeiro dia em que paralisaram as atividades, decisão que o Governo considera ilegal.
O presidente da Associação Médica de Moçambique, Jorge Arroz, disse hoje à Lusa que ainda está em contacto com os seus colegas de outras províncias para saber o nível de adesão à greve.
Falando aos jornalistas, o ministro da Saúde moçambicano, Alexandre Manguele, garantiu que as exigências dos médicos serão "com certeza" satisfeitas, mas lembrou que se trata de um processo que não depende apenas do seu pelouro.
"Esta coisa de mexer com salários não envolve apenas uma instituição, mas várias e há sempre uma coisa que se diz hoje e outro argumenta", disse.
Alexandre Manguele apelou "a todos os médicos que não estão a trabalhar para reconsiderarem a sua atitude e retomarem o trabalho o mais rapidamente", porque o Hospital Central de Maputo "está a ressentir-se da falta de pessoal".
A tabela salarial dos médicos será revista "com certeza, mas não é só dos médicos. O governo está a estudar formas de melhorar o quadro salarial dos trabalhadores da saúde na sua generalidade", disse.
"Não cabe a mim dizer isso (o prazo para o término dos trabalhos), mas eu vejo que este trabalho está a ser feito. Não tenho competências para falar mais do que isso, mas vejo que está a haver progresso. Acho que tem que haver confiança, tem que se acreditar. Estou certo de que vai haver uma melhoria do salário em relação àquilo que temos atualmente", disse Alexandre Manguele.


Lusa

No comments: