- Paúnde generaliza a sua situação, ofendendo os outros, dizem pessoas contactadas.
O secretário-geral do partido Frelimo, Filipe Paúnde, deu uma entrevista ao Canal de Moçambique, edição n°868, de 20 de Janeiro de 2010, pp.04, com o título Cargos de chefia só para membros da Frelimo, onde defende que a regionalização e distribuição do poder que se verifica se deve ao facto de, a região Sul do País, ser mais escolarizada que a gente do Centro e Norte. Diz que cidadãos originários das zonas Centro e do Norte são preteridos para ocuparem cargos de soberania porque estudaram menos que a gente de Inhambane, Gaza, Maputo-Província e Cidade de Maputo.
Paúnde diz que é muito difícil, neste momento, tendo em conta as experiências de outros partidos, incluirmos no nosso programa de governação, membros de partidos da oposição. Não podemos fazer campanha sozinhos e depois fazer uma governação de coligação. O secretário-geral da Frelimo declara que há aspectos de natureza histórica que não podemos descurar. A região Sul teve escolaridade no tempo colonial. Para estes cargos (de direcção/chefia), é preciso ter conhecimento. Para ser conselheiro do Conselho Constitucional é preciso ter 10 anos de experiência e estar a exercer a função de docência ou jurídica. Se olharmos para o Centro e Norte, podemos não encontrar compatriotas com tais características.
Está a desinformar o público. Está a mentir.
Ele é vítima de um colonialismo interno. Milhares de cidadãos, de todo o País, têm conhecimentos científicos e experiência para ocupar qualquer nível de governação. O Presidente da República, Armando Guebuza, indicou o Presidente do Conselho Constitucional (Sul); Presidente do Tribunal Supremo (Sul); Presidente da Assembleia da República (do Sul); Presidente do Tribunal Administrativo (do Sul); Procurador-geral da República (Sul); Chefe do Estado Maior General das FADM (Sul). Há um evidente domínio da região Sul sobre as zonas Centro e Norte.
Por estratégia política, Guebuza buscou Aires Aly (Norte) para primeiro ministro.
A Frelimo discrimina os cidadãos em função da sua opção política, violando o artigo 53 da Constituição e faz do Estado sua testa de ferro. A questão fundamental consiste na acumulação e preservação do poder nas mãos de gente do Sul, como aconteceu na Frente de Libertação de Moçambique apôs à expurgação dos 'reaccionários”.
Não se trata de nenhuma escolaridade nem de experiência jurídica ou de docência. É um acto premeditado. Paúnde tem xikwembo. Está hipnotizado. Está enfeitiçado, vítima da magia negra. Deve ter argueiros nos olhos. Pretende enganar os outros para ficar bem com os duros do partido que discriminam do aparelho do Estado os moçambicanos que têm ideologia diferente da Frelimo.
Paúnde não estudou por aí além, problema é dele. Se a sua tese fosse verdadeira, ele não seria secretario-geral. Paúnde perdeu uma magna oportunidade de ficar calado.
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