Monday 22 June 2015

MEDIADORES DESCONTENTES COM A FALTA DE CONSENSO NAS QUESTÕES MILITARES



Os mediadores do diálogo político entre o Governo e a Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, voltaram a manifestar o seu desagrado com os impasses registados no segundo ponto da agenda concernente às questões militares.
Mais uma vez, as partes não consensualizaram nada”, disse Saíde Habibo, em nome dos mediadores, no término de mais uma ronda negocial (109ª), acrescentando que “e nós, como mediadores, achamos que talvez a razão deste impasse tem a ver com os desencontros nos discursos nas matérias que estão na mesa do diálogo”.
O segundo ponto da agenda referente a questões militares preconiza a desmilitarização da força residual da Renamo e enquadramento na Policia, Exército e na vida socioeconómica do país.
A Renamo tem como prioridade enquadrar os seus oficiais nas Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique e o Governo, por seu turno, prioriza a integração da força residual da Renamo. Queríamos que as partes discutissem uma coisa de cada vez”, disse Habibo.
Assim sendo, no caso de as partes não alcançarem consensos neste ponto, os mediadores reiteram a necessidade de se levar o diálogo ao mais alto nível, num encontro entre o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo Afonso Dhlakama.
Em outras ocasiões, colocamos a possibilidade de essa matéria ser tratada ao mais alto nível entre o Presidente da República e o líder da Renamo. Gostaríamos que as coisas fossem assim, pois, essa é a melhor forma para se encontrar soluções nesta questão”, afirmou o Xeique.
Entretanto, para além do descontentamento, os mediadores mostram-se regozijados com os consensos alcançados, semana passada, no terceiro ponto da agenda referente à despartidarização do Aparelho do Estado.
Pelo menos conseguiram alcançar um consenso na declaração dos princípios sobre a despartidarização da função pública e concordaram, também, que a assinatura deste documento tenha lugar nesta terça-feira). Portanto, essa notícia nos satisfaz”, disse a Habibo.
Desde o início do diálogo, que decorre há dois anos, cujo fim não se vislumbra para breve, as partes conseguiram alcançar consensos no primeiro ponto da agenda referente ao pacote eleitoral. Mas, de lá para cá, tem-se registado, meramente, impasses.




(AIM)

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