Wednesday, 10 June 2015

Afonso Dhlakama reafirma que a Renamo vai governar “custe o que custar”

 Iniciou ontem, terça-feira, na cidade da Beira, a V Sessão Ordinária do Conselho Nacional da Renamo. A reunião acontece numa altura em que aumenta a pressão dos apoiantes e simpatizantes da Renamo sobre o seu presidente para a implementação das autarquias provinciais, cujo projecto foi rejeitado pela Frelimo. O passo a seguir é tudo quanto todos querem saber.
No discurso ...
de abertura, Afonso Dhlakama reafirmou que as autarquias provinciais serão implementadas e que a Renamo vai Governar “custe o que custar”. Afonso Dhlakama tem anunciado, nos seus comícios, o prazo de dois meses para o reexame do projecto ou para a implementação do projecto à força.
Ontem, na Beira, Dhlakama disse, perante os militantes da Renamo, que o projecto das autarquias provinciais deve ser concretizado, “mesmo se for para se recorrer a outros meios usados para que outras leis fossem aprovadas no país”. A única vez que a Frelimo aprovou uma lei proposta pela Renamo foi no auge dos confrontos armados que já caminhavam para a segunda guerra civil em Moçambique.
“Lutámos 16 anos para que o povo vivesse uma verdadeira liberdade democrática, lutámos 18 meses para que fosse aprovada a Lei Eleitoral, e não sei quanto tempo será necessário para que se aprove o projecto lei das autarquias provinciais pela Frelimo”, afirmou.
Afonso Dhlakama disse que o projecto da Renamo é para não comprometer a coesão nacional. “Não podemos ficar indiferentes à arrogância do poder e, a bem ou mal, o projecto das autarquias provinciais deverá ser implementado, visto que é uma forma correcta e inteligente de partilha de poder sem comprometer a coesão nacional”, afirmou.

Dhlakama ataca cinismo da comunidade internacional
O presidente da Renamo falou da comunidade internacional que, na sua opinião, tem sido cúmplice de toda a instabilidade, ao homologar regimes fraudulentos. Afonso Dhlakama acusou a comunidade internacional de ser parte responsável da desestabilização democrática no continente africano, para salvaguardar os seus interesses na exploração dos recursos existentes.
Segundo Dhlakama, é quase que impossível que a comunidade internacional reprove qualquer eleição fraudulenta, porque o que mais interessa é a exploração dos recursos.
“Sei que os nossos amigos da cooperação internacional estão atentos e preocupados com a situação política do nosso país, mas, de certa forma, vivem na negação da realidade. Preocupam-se com os seus interesses e investimentos, mas pouco fazem para que Moçambique ou o continente tenha uma democracia”, frisou.
Segundo Dhlakama, não incomoda a comunidade internacional que os cidadãos moçambicanos sejam privados dos seus direitos. “Não reagem às arbitrariedades deste simulacro de Estado em que vivemos, mas não tolerariam nem por um minuto nas suas próprias pátrias”, observou.



(José Jeco, Canalmoz)
 

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