A Renamo é a responsável pela introdução da democracia e da economia de mercado no País. Quem o diz é Afonso Dhlakama, que atribui as fortunas dos dirigentes governamentais à luta dos “heróis vivos” do seu movimento.
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, afirmou que os combatentes do seu partido são “heróis vivos” que levaram a democracia e a economia de mercado a Moçambique, permitindo que dirigentes da Frelimo, incluindo o ex-Presidente Guebuza, fizessem fortunas.
“Muitos já aplicam atualmente a economia de mercado, quando, naquela altura, ninguém podia nem criar galinhas, nem um cabrito ou ter a sua bicicleta, porque eram chamados capitalistas ”, afirmou o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), em entrevista à Lusa a propósito dos 40 anos da independência de Moçambique, referindo-se ao regime “paraestatal” que a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) impôs nos primeiros anos do país.
“Até hoje deixei de disparar, mas continuo a lutar pacificamente para o aprofundamento da democracia no meu país, porque sinto ter feito algo de especial”, disse Dhlakama, revindicando que foi a sua luta, durante 16 anos de guerra civil, que levou à existência hoje de “camaradas da Frelimo ricos”.
“Até hoje deixei de disparar, mas continuo a lutar pacificamente para o aprofundamento da democracia no meu país, porque sinto ter feito algo de especial”, disse Dhlakama, revindicando que foi a sua luta, durante 16 anos de guerra civil, que levou à existência hoje de “camaradas da Frelimo ricos”.
“Armando Guebuza é hoje o mais rico graças à minha luta e muitos camaradas não têm coragem para dizer que esse senhor [Dhlakama] foi lutador”, prosseguiu o dirigente histórico, ex-apoiante da Frelimo, que abandonou em 1976 para fundar a Renamo, com André Matsangaíssa, o primeiro líder do movimento e morto em combate três anos mais tarde.
O presidente do maior partido de oposição disse que a sua força política não pode ser responsabilizada pela guerra civil, alegando que encetou uma luta contra o regime da Frelimo e que “quem fala da Renamo e Dhlakama hoje, tem de falar de heróis vivos”, lembrando que assumiu a liderança do movimento com pouco mais de 20 anos de idade e que perdeu a juventude.
“Se não o tivéssemos feito, estaríamos a carregar a Frelimo e a sustentar os [estatais]jornais Noticias e Domingo e a Rádio Moçambique”, declarou, defendendo que a sua luta trouxe liberdade de expressão e de imprensa e insistindo que livrou o povo do comunismo.
Afonso Dhlakama disse que não quer ser reconhecido formalmente como antigo combatente, contando que recusou um convite do ex-ministro dos Combatentes Hama Thai para tratar dos seus documentos e beneficiar de uma pensão.
“Lutar não significa apenas disparar. Alguns antigos combatentes da Frelimo que estavam na Tanzânia a beber whisky, que nem sequer colaboraram como eu fiz, beneficiam de pensões” criticou Afonso Dhlakama, lamentando a exclusão de vários guerrilheiros que estiveram na linha de frente, em detrimento de filhos de lutadores, que não assistiram sequer à guerra e recebem como generais.
“Todos nós lutámos pela independência”, enfatizou o presidente da Renamo, acrescentando que “lutar pela independência não significa oito mil guerrilheiros da Frelimo apenas, na Tanzânia ou em Cabo Delgado e Niassa que dispararam contra o colonialismo”, mas também “a população em geral”, e os que “foram presos e entraram nas cadeias da PIDE-DGS, porque apoiavam a luta”.
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