Tuesday, 2 June 2009

Parceiros de cooperação insatisfeitos com sistema de justiça no país

(Maputo) Os parceiros de cooperação do governo moçambicano na área da justiça, nomeadamente, a União Europeia (UE) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revelaram segunda-feira, insatisfação com de alguns programas por si financiados, no âmbito da reforma do sector da justiça em Moçambique, nomeadamente, os que visam alcançar os objectivos de transparência máxima e alargamento do acesso a todos os cidadãos.
Falando a imprensa à margem da reunião de balanço dos dois anos de implementação do Programa de Apoio ao Cidadão no Acesso à Justiça, que juntou o executivo moçambicano e os parceiros deste sector, o chefe da delegação da UE em Moçambique, Glauco Calzola, revelou preocupação com o actual nível da situação, apesar de realçar a complexidade do processo.
“Pelo que se pôde constatar no relatório de actividades apresentado pelo governo, não há dúvidas de que há muitas lacunas”, explicou, destacando a prevalência de incumprimento de alguns planos e de más condições de infra estruturas prisionais, algumas das quais, com pacotes financeiros para a sua reabilitação, que tarda a acontecer.
Há pouco mais de um semestre do fim do período da implementação dos seis componentes principais que compõe o projecto que esteve esta segunda-feira em avaliação, nomeadamente, a Reforma e Unificação do Sistema Prisional, o Fortalecimento da Administração da justiça ao nível local e a Protecção dos Direitos Humanos pelas instituições da justiça, Calzola deixou transparecer um endurecimento de posição face aos resultados e o ritmo de implementação do projecto.
“Temos um diálogo permanente com o Governo moçambicano, não estamos a pressionar e nem estamos a fazer uma imposição, mas é preciso saber que estamos aqui a responder a um pedido do executivo que nos solicitou para sermos seus parceiros, no entanto nós estamos apenas a dar a nossa posição de que há aspectos aqui que merecem serem acompanhados”, enfatizou a fonte.

( Escrito por Delsio Caba, Savana )

2 comments:

Anonymous said...

O contrario e que me deixaria boquiaberta. Enquanto nao houver separacao entre estado e sistema judicial, as coisas nao podem funcionar. A justica e a praticada pela Frelimo, nao pelos tribunais, pois estes sao dominados pelo partido no poder (infelizmente). Temos de apostar na mudanca em Mocambique. Maria Helena

JOSÉ said...

Há na verdade graves lacunas e falta de transparencia no sistema judicial e nem compreendo como algumas pessoas negam este facto.
Muitas coisas terão de mudar para termos um sistema eficaz, credível e prestigiado, é que este sector é fundamental para o bom funcionamento da sociedade.