Friday 12 June 2009

ELEIÇÕES À VISTA – PELA ESTABILIDADE E PAZ EM MOÇAMBIQUE

Todo o cuidado é pouco…


Devido ao facto de política ser algo que entre nós se faz pensando muito na barriga decerto que vamos assistir a tristes episódios protagonizados por marginais a mando de determinadas figuras do nosso panorama político.
Haverá sem dúvidas um recrudescimento de actividades que de política nada têm. Aquilo que aconteceu recentemente em Nacala-Porto não difere na essência do tratamento que Afonso Dlakama recebeu algures em Gaza há alguns anos atrás.
O vandalismo, o golpe-baixo, o desrespeito pelos direitos dos outros se manifestarem, tudo faz parte de uma estratégia que se destina a impedir que o poder mude de mãos.Atacar o MDM ou inviabilizar a sua apresentação a população de Nacala por agentes provocadores a mando da Renamo ou da Frelimo tem de ser visto com a seriedade que merece e tratada em fórum próprio como se impõe. Muito jogo de empurra e de cintura, manipulação e montagens serão ensaiados e realizados ate a realização das eleições.O povo moçambicano já consegue mostrar que é adulto politicamente. O receio de muitos é ele escolha de maneira diferente do passado.
A PRM não pode fazer ouvidos de mercador quando convém ao partido no poder. A comunicação social, a PGR e demais autoridades tem de contrariar qualquer excesso como circunstância do género o exigem.
Não se pode deixar crescer o crocodilo e depois procurar combatê-lo pelo rio adentro.Em defesa da democracia e da sua consolidação, em prole da reconciliação nacional e de um desenvolvimento cada vez mais inclusivo importa que os moçambicanos se batam pela defesa dos seus interesses.
Este momento é de importância crucial para as aspirações deste sofrido povo a uma paz com sentido, a um desenvolvimento em que todos se vejam incluídos.
Vai decerto haver forças de direita fascistas e extremistas de esquerda que procurarão impedir os moçambicanos de realizar o seu direito de votar.
Enquanto uns se preocupam em transmitir uma mensagem de falência do modelo democrático e de um regresso compulsivo aos dias do partido único, outros vão procurar impedir que alguém ocupe o que consideram de seu espaço político.
É evidente que os antigos partidos beligerantes de uma maneira ou de outra detêm algum controlo sobre efectivos militarizados vão procurar valer-se disso para atrasar a concretização democracia entre nós.
É preciso não ter ilusões e unir todos os moçambicanos através de programas políticos que se revelem realmente esclarecedores e em defesa dos moçambicanos e não de minorias ou grupos de indivíduos que se julgam insubstituíveis na arena política nacional.Sem querer menosprezar o papel que cada um deles tenha tido no processo de libertação nacional e de democratização, não se pode aceitar que os moçambicanos sejam reféns de quem quer que seja.
O povo moçambicano é soberano e isso não depende de fulano ou beltrano.
Há que entender que Moçambique é de todos os seus filhos e não há moçambicanos superiores aos outros.
O jogo sujo ensaiado em Nacala não pode desviar a larga maioria dos objectivos que até aqui lhe têm sido negados, que é a participação plena no desenvolvimento nacional e sobretudo o usufruto do que o país pode dar aos que trabalham por ele.

( Noé Nhantumbo, citado em www.manueldearaujo.blogspot.com )

2 comments:

Anonymous said...

Um excelente texto para meditarmos e reflectirmos, depois agirmos com sabedoria acrescida aquando das eleicoes.
Maria Helena

JOSÉ said...

Excelente mesmo, requer profunda reflexão em vésperas de eleições.

Os acontecimentos de Nacala são mais incompreensíveis se nos recordarmos das dificuldades que a Renamo tem no seu trabalho em Gaza.