A EMBARCAÇAO pesqueira moçambicana “Vega 5”, sequestrada a 27 de Dezembro último ao largo de Bazaruto com 24 tripulantes a bordo, encontrava-se, na última sexta-feira, a navegar em águas territoriais da Somália, ainda sem qualquer sinal de comunicação, e a atravessar uma zona afectada por mau tempo, segundo informações veiculadas pela Rádio Moçambique. Enquanto isso, o administrador marítimo da Beira, Martinho Mafumo, diz acreditar que a principal motivação para o sequestro da embarcação é o dinheiro, e que os mentores da situação vão, cedo ou tarde, exigir resgate como condição para libertar os 24 tripulantes do barco.
Maputo, Segunda-Feira, 10 de Janeiro de 2011:: Notícias
Segundo Mafumo, analisando a história de sequestros similares, constata-se que os piratas não querem os barcos, muito menos as mercadorias que eventualmente eles transportam, mas sim as pessoas, no caso os tripulantes que valem muito como meios de troca.
Ainda na leitura do administrador marítimo da Beira, os piratas eventualmente sabem que Moçambique é um país pobre, que não teria dinheiro para pagar o resgate dos seus 19 cidadãos a bordo. No entanto, na opinião de Mafumo, os dois tripulantes espanhóis a bordo podem fazer a diferença, uma vez que o seu país estaria em melhores condições de pagar o resgate por eles.
Recorde-se que além dos 19 moçambicanos e dois espanhóis, a tripulação do “Vega 5” integra igualmente três cidadãos indonésios. O barco, operado pela empresa Pescamar, uma sociedade participada pela firma espanhola Pescanova, desapareceu a 27 de Dezembro último ao largo de Bazaruto, onde se encontrava em plena actividade de pesca.
Enquanto isso, notícias veiculadas pela agência noticiosa EFE dão conta de que o Ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros está a coordenar esforços visando a libertação dos tripulantes da embarcação, e que na equipa criada para acompanhar a situação estão igualmente elementos dos ministérios do Ambiente e da Defesa, tendo sido já mantidos contactos diplomáticos com os Governos de Moçambique, Tanzania e Quénia visando a coordenação de acções.
Por seu turno, o Vice-Ministro das Pescas, Gabriel Muthisse e porta-voz da comissão criado pelo Governo moçambicano para acompanhar a situação, disse que a hipótese de uma negociação ainda não foi colocada à discussão a nível do Governo, cuja preocupação continua sendo no sentido de garantir a segurança dos 24 tripulantes.
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