A ministra portuguesa da Cultura, Gabriela Canavilhas, referiu hoje em Lisboa que o artista moçambicano Malangatana, que morreu na quarta-feira aos 74 anos, "era não só Valente de nome como foi valente na vida".
Na cerimónia que antecedeu a missa de corpo presente, hoje no Mosteiro dos Jerónimos, a ministra referiu-se ao artista plástico como "um modelo de cidadania activa, mas pacificadora".
Malangatana Valente é "um ícone nacional [de Moçambique], mas também Portugal reconheceu o carácter emblemático da sua obra", disse Canavilhas acerca do pintor que faleceu há dois dias no hospital, em Matosinhos e que deverá ser trasladado para o seu país na próxima terça-feira.
Referindo-se à poesia que o pintor escreveu, a ministra da Cultura afirmou ser uma "obra desafiante e comovente".
O discurso mais emotivo da cerimónia, que durou cerca de uma hora e à qual assistiram perto de 300 pessoas, foi do psiquiatra Afonso de Albuquerque, amigo de há longa data do pintor, desde os tempos do colonialismo, que discursou dirigindo-se directamente a Malangatana.
O médico referiu a "generosidade, alegria e naturalidade, quase ingenuidade, e inocência semelhante à das crianças" que caracterizavam Malangatana.
Afonso Albuquerque recordou ainda o empenho do pintor quando o convidou a passar uns dias no hospital psiquiátrico Júlio de Matos, onde pintou e conviveu com os doentes.
Segundo o médico, Malangatana empenhou-se e foi feliz nesses dias em que as paredes das salas da instituição foram cobertas com folhas de desenho.
O ex-presidente da República portuguesa Mário Soares, amigo do pintor desde a independência de Moçambique, afirmou que o artista era "espontâneo, natural e humano".
Soares disse ainda que o artista "prestou grandes serviços a Moçambique", não só como "o maior pintor moçambicano", como também um "pintor universal".
O embaixador de Moçambique em Portugal, Miguel Costa Mkaima, disse, por seu lado, que Malangatana fez do português a língua da sua criação artística e sublinhou o facto do seu corpo ter sido velado num monumento onde estão sepultados alguns dos mais ilustres portugueses.
Para o diplomata, esta honra é "o reconhecimento inequívoco da irmandade e das excelentes relações entre o povo português e moçambicano".
Malangatana tinha "a capacidade de fazer simpatias e arranjar amigos, o que facilitava a acção diplomática de Moçambique", reconheceu Mkaima.
(RM/Lusa)
Na cerimónia que antecedeu a missa de corpo presente, hoje no Mosteiro dos Jerónimos, a ministra referiu-se ao artista plástico como "um modelo de cidadania activa, mas pacificadora".
Malangatana Valente é "um ícone nacional [de Moçambique], mas também Portugal reconheceu o carácter emblemático da sua obra", disse Canavilhas acerca do pintor que faleceu há dois dias no hospital, em Matosinhos e que deverá ser trasladado para o seu país na próxima terça-feira.
Referindo-se à poesia que o pintor escreveu, a ministra da Cultura afirmou ser uma "obra desafiante e comovente".
O discurso mais emotivo da cerimónia, que durou cerca de uma hora e à qual assistiram perto de 300 pessoas, foi do psiquiatra Afonso de Albuquerque, amigo de há longa data do pintor, desde os tempos do colonialismo, que discursou dirigindo-se directamente a Malangatana.
O médico referiu a "generosidade, alegria e naturalidade, quase ingenuidade, e inocência semelhante à das crianças" que caracterizavam Malangatana.
Afonso Albuquerque recordou ainda o empenho do pintor quando o convidou a passar uns dias no hospital psiquiátrico Júlio de Matos, onde pintou e conviveu com os doentes.
Segundo o médico, Malangatana empenhou-se e foi feliz nesses dias em que as paredes das salas da instituição foram cobertas com folhas de desenho.
O ex-presidente da República portuguesa Mário Soares, amigo do pintor desde a independência de Moçambique, afirmou que o artista era "espontâneo, natural e humano".
Soares disse ainda que o artista "prestou grandes serviços a Moçambique", não só como "o maior pintor moçambicano", como também um "pintor universal".
O embaixador de Moçambique em Portugal, Miguel Costa Mkaima, disse, por seu lado, que Malangatana fez do português a língua da sua criação artística e sublinhou o facto do seu corpo ter sido velado num monumento onde estão sepultados alguns dos mais ilustres portugueses.
Para o diplomata, esta honra é "o reconhecimento inequívoco da irmandade e das excelentes relações entre o povo português e moçambicano".
Malangatana tinha "a capacidade de fazer simpatias e arranjar amigos, o que facilitava a acção diplomática de Moçambique", reconheceu Mkaima.
(RM/Lusa)
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