Maputo (Canalmoz) - A muralha na Av. Marginal, entre o viaduto que desce da Ponta Vermelha a zona do Clube Naval está num estado de degradação avançada. Está um caos e o Município não dá a mínima atenção ao caos a que chegou uma das mais agradáveis áreas da cidade. Em alguns locais a muralha já não existe. É constante o perigo para quem frequenta a Avenida da Marginal, especialmente nesta época quente. E na avenida também não há sinalização de perigo.
A degradação na marginal é em quase todos os aspectos: a muralha está destruída em quase toda a sua extensão; os bancos foram quase totalmente retirados e onde estes ainda existem não estão devidamente conservados. Os espaços onde estão plantadas árvores estão repletos de capim. As bermas da avenida junto ao passeio estão cheias de lixo.
No próprio viaduto que desce da Ponta Vermelha, na Av. Alcântara Santos, o corrimão de metal, encontra-se totalmente enferrujado e a cair de podre. E nas juntas da “ponte” com a estrada há falta de grelhas que podem um dia destes provocar um acidente grave.
Por baixo do viaduto já não existe iluminação pública.
O matagal das barreiras é agora o traço dominante das imediações do Ministério das Defesa e da Presidência da República. A auto-estima parece estar a passar ao lado pelo exemplo que é dado. E a ajudar à ridicularização do chefe de Estado quando fala de auto-estima, as barreiras viraram lixeira e albergue de indivíduos de conduta duvidosa.
Mas o mais preocupante é o estado de destruição da muralha. Em alguns pontos deixou de haver protecção entre o passeio da berma da Marginal e o mar. Há zonas entre dez a vinte metros sem muralha.
A intenção de se construir uma nova muralha em substituição da que foi construída no tempo colonial vem desde 1999 e já se passaram mais de dez anos sem que as promessas sejam cumpridas. Desde o tempo em que o presidente do Município de Maputo era Artur Canana que se prometem obras na Marginal. Passou o tempo de Eneias Comiche e actualmente é David Simango o edil da capital do País. A reconstrução continua a ser uma miragem. Promete-se sem pensar e depois vem as desculpas. Diz-se agora que há falta de fundos. A auto-estima é tanta que se está mais uma vez à espefra que os fundos venham dos estrangeiros. Para festas despropositadas, com o fito nas comissões, nunca há falta de fundos…
A Avenida da Marginal é tida como uma zona aprazível mas como a tratam tornou-se uma zona deprimente, onde a morte de automobilistas já tem ocorrido por despiste. Não há sinalização rodoviária. É uma zona de veraneio e de visita quase que obrigatória para quem visita Maputo, mas nem assim as autoridades dão atenção à poça vergonha que é hoje a Av. Marginal.
Há anos sem reabilitação
A nossa reportagem percorreu a Avenida da Marginal e viu a dramática situação. Falamos com Zitha, um automobilista, sobre o estado crítico que caracteriza o local. “O Governo devia se preocupar com a reabilitação deste espaço que dignifica a cidade de Maputo. Não vou falar sobre os acidentes que por aqui ocorrem e das viaturas que se precipitam no mar. Mas a estética do local é que está em causa. Deve-se devolver a beleza a este local que era muito frequentado devido a sua natureza”, disse este munícipe.
Na nossa caminhada encontrámos António Nhampule, pescador, sentado num dos pedaços do muralha. “ A muralha em cada dia que passa está a degradar-se cada vez mais. As partes partidas são da responsabilidade de certos automobilistas irresponsáveis. Porém, existe a degradação provocada pela acção do mar”.
Álvaro Ernesto, um outro pescador que nos disse frequentar o local “desde 1980”, informou-nos que quando começou a ir para ali “a marginal estava bonita”.
Camal Issufo Jalá de 52 anos disse dedicar-se à pesca naquele local desde os seus 12 anos de idade. Contou-nos que em outros tempos a marginal era assistida constantemente. “Muitos endinheirados que frequentavam o local quando vissem o estado de degradação do local, colectavam dinheiro e iam entregar à câmara para a sua reabilitação”, refere.
Vereador não quer falar
Procurámos Mário Macaringue - Vereador das Infra-estruturas no Município de Maputo - para nos falar do plano do município para a reabilitação da marginal da capital do país. Não tendo sido possível localizá-lo no seu gabinete, fomos ao Gabinete de Comunicação e Imagem daquela instituição e falámos com Mário Fonseca, um dos funcionários a quem apresentámos esta nossa preocupação. Este remeteu-nos ao Director de Comunicação do Município, Narciso Faduco que também não se encontrou disponível. Enfim… figuras que existem mas que no fim de contas nunca estão para servir os propósitos que suscitaram a criação dos postos que ocupam. Entretanto as mais belas zonas da capital vão andando como andam e assim se explica melhor. É a auto-estima no seu melhor nível e um gozo ao chefe de Estado que passa a vida a falar disso…
(Alexandre Luís, Canalmoz, 11/01/09)
NOTA: O professor Carlos Serra postou no seu blog um texto intitulado "Marginal de Maputo gravemente doente", texto esse acompanhado de fotos chocantes da Marginal. Confira aqui.
A degradação na marginal é em quase todos os aspectos: a muralha está destruída em quase toda a sua extensão; os bancos foram quase totalmente retirados e onde estes ainda existem não estão devidamente conservados. Os espaços onde estão plantadas árvores estão repletos de capim. As bermas da avenida junto ao passeio estão cheias de lixo.
No próprio viaduto que desce da Ponta Vermelha, na Av. Alcântara Santos, o corrimão de metal, encontra-se totalmente enferrujado e a cair de podre. E nas juntas da “ponte” com a estrada há falta de grelhas que podem um dia destes provocar um acidente grave.
Por baixo do viaduto já não existe iluminação pública.
O matagal das barreiras é agora o traço dominante das imediações do Ministério das Defesa e da Presidência da República. A auto-estima parece estar a passar ao lado pelo exemplo que é dado. E a ajudar à ridicularização do chefe de Estado quando fala de auto-estima, as barreiras viraram lixeira e albergue de indivíduos de conduta duvidosa.
Mas o mais preocupante é o estado de destruição da muralha. Em alguns pontos deixou de haver protecção entre o passeio da berma da Marginal e o mar. Há zonas entre dez a vinte metros sem muralha.
A intenção de se construir uma nova muralha em substituição da que foi construída no tempo colonial vem desde 1999 e já se passaram mais de dez anos sem que as promessas sejam cumpridas. Desde o tempo em que o presidente do Município de Maputo era Artur Canana que se prometem obras na Marginal. Passou o tempo de Eneias Comiche e actualmente é David Simango o edil da capital do País. A reconstrução continua a ser uma miragem. Promete-se sem pensar e depois vem as desculpas. Diz-se agora que há falta de fundos. A auto-estima é tanta que se está mais uma vez à espefra que os fundos venham dos estrangeiros. Para festas despropositadas, com o fito nas comissões, nunca há falta de fundos…
A Avenida da Marginal é tida como uma zona aprazível mas como a tratam tornou-se uma zona deprimente, onde a morte de automobilistas já tem ocorrido por despiste. Não há sinalização rodoviária. É uma zona de veraneio e de visita quase que obrigatória para quem visita Maputo, mas nem assim as autoridades dão atenção à poça vergonha que é hoje a Av. Marginal.
Há anos sem reabilitação
A nossa reportagem percorreu a Avenida da Marginal e viu a dramática situação. Falamos com Zitha, um automobilista, sobre o estado crítico que caracteriza o local. “O Governo devia se preocupar com a reabilitação deste espaço que dignifica a cidade de Maputo. Não vou falar sobre os acidentes que por aqui ocorrem e das viaturas que se precipitam no mar. Mas a estética do local é que está em causa. Deve-se devolver a beleza a este local que era muito frequentado devido a sua natureza”, disse este munícipe.
Na nossa caminhada encontrámos António Nhampule, pescador, sentado num dos pedaços do muralha. “ A muralha em cada dia que passa está a degradar-se cada vez mais. As partes partidas são da responsabilidade de certos automobilistas irresponsáveis. Porém, existe a degradação provocada pela acção do mar”.
Álvaro Ernesto, um outro pescador que nos disse frequentar o local “desde 1980”, informou-nos que quando começou a ir para ali “a marginal estava bonita”.
Camal Issufo Jalá de 52 anos disse dedicar-se à pesca naquele local desde os seus 12 anos de idade. Contou-nos que em outros tempos a marginal era assistida constantemente. “Muitos endinheirados que frequentavam o local quando vissem o estado de degradação do local, colectavam dinheiro e iam entregar à câmara para a sua reabilitação”, refere.
Vereador não quer falar
Procurámos Mário Macaringue - Vereador das Infra-estruturas no Município de Maputo - para nos falar do plano do município para a reabilitação da marginal da capital do país. Não tendo sido possível localizá-lo no seu gabinete, fomos ao Gabinete de Comunicação e Imagem daquela instituição e falámos com Mário Fonseca, um dos funcionários a quem apresentámos esta nossa preocupação. Este remeteu-nos ao Director de Comunicação do Município, Narciso Faduco que também não se encontrou disponível. Enfim… figuras que existem mas que no fim de contas nunca estão para servir os propósitos que suscitaram a criação dos postos que ocupam. Entretanto as mais belas zonas da capital vão andando como andam e assim se explica melhor. É a auto-estima no seu melhor nível e um gozo ao chefe de Estado que passa a vida a falar disso…
(Alexandre Luís, Canalmoz, 11/01/09)
NOTA: O professor Carlos Serra postou no seu blog um texto intitulado "Marginal de Maputo gravemente doente", texto esse acompanhado de fotos chocantes da Marginal. Confira aqui.
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