ENCHENTE EM MAPUTO! PALAVRAS, PARA QUE SE UMA FOTO VALE MIL PALAVRAS?
Estado em que ficou a baixa (e nomeadamente a Avenida 25 de Setembro) da cidade de Maputo hoje após chuva torrencial. Fotos enviadas por SM (que disse tê-las recebido de pessoa amiga), a quem agradeço.Adenda às 19:02: segundo a Rádio Moçambique, as consequências da chuva foram graves na zona suburbana.
(www.oficinadesociologia.blogspot.com)
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Chuva volta a complicar a vida no Grande
Maputo
A CHUVA voltou ontem a fazer das suas no Grande Maputo, levando aos bairros residenciais e até à baixa da capital o mesmo cenário de caos e angústia que se repete cada vez que ela cai com alguma intensidade. Outra vez, por causa da chuva, numerosas famílias foram desalojadas, muitas empresas e instituições fecharam as portas ou funcionaram a “meio-gás” devido à ausência dos trabalhadores, muitos dos quais foram impedidos de entrar para o centro da cidade devido ao caudal de águas que isolava praticamente toda a zona baixa da urbe. Tanto Maputo, como Matola, voltaram a revelar toda uma fragilidade dos mecanismos de escoamento das águas pluviais, mesmo naqueles construídos há relativamente pouco tempo.
Os maiores focos de inundação registaram-se nos bairros da Mafalala, Chamanculo, Urbanização, Maxaquene, Polana-Caniço, 25 de Junho, Bagamoyo, Inhagóia, Ferroviário das Mahotas e Hulene, na cidade Maputo, e Liberdade, T3, Zona Verde, Ndlavela e Matola – Santos, no município da Matola. Nestes bairros muitos cidadãos foram surpreendidos pelas águas da chuva, que começou a descarregar com intensidade a meio da madrugada, reduzindo as chances de conseguirem tomar medidas para evitar que os danos se avolumassem.
É assim que nalguns bairros o dia começou em cheio, com homens, mulheres e crianças envolvidos em operações tanto de escoamento das águas no interior dos quintais e das próprias residências, como a construir pequenas barreiras para impedir que mais águas se introduzisse nos seus domínios.
Mau grado, grande parte deste esforço acabou não resultando, uma vez que as águas iam invadindo quintais e mais quintais no seu longo percurso em direcção ao mar.
Aliás, foi já na ponta final deste percurso, sobretudo na cidade de Maputo, que as águas encontraram dificuldades de escoamento no recém-reabilitado sistema de escoamento, acabando por alagar, literalmente, toda a extensão da Avenida 25 de Setembro, dividindo a zona baixa em pequenas ilhas que permaneceram inacessíveis por várias horas. A pouco e pouco o sistema foi escoando as águas até que a via ficou desobstruída, deixando o chão coberto de lodo e muito lixo arrastado de vários pontos da cidade.
Para os residentes dos bairros do município da Matola cujas obrigações profissionais os levam a escalar a vizinha cidade de Maputo a vida também se complicou. Com efeito, a ligação rodoviária entre as duas urbes esteve impraticável durante toda a manhã, levando à paralisação da circulação dos “chapa” e até de viaturas particulares, muitas das quais levaram horas a fio disputando a estrada em direcção à capital, numa marcha lenta e enfadonha.
Uma das poucas soluções para este problema foi o recurso aos autocarros da empresa dos Transportes Públicos de Maputo (TPM), que também não foram capazes de responder à demanda nas várias rotas das cidades de Maputo e Matola.
Entretanto, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê continuação de mau tempo nas cidades de Maputo e Matola. Segundo o INAM, a Estação Pluviométrica de Mavalane registou 115 milímetro de precipitação, 80 foi na cidade de Maputo e 30 em Changalane.
Quando a chuva é maldita
OS bairros residenciais da cidade de Maputo, com particular saliência para Ferroviário, Mafalala, Munhuana, Urbanização, Maxaquene A, B e C, Polana-Caniço A e B, fazem parte dos que enfrentaram na manhã de ontem penosos problemas de inundações, difícil acesso e intransitabilidade em consequência das enxurradas que resultaram das intensas chuvas que caíram nas cidades de Maputo e Matola.
As chuvas, que segundo as autoridades meteorológicas fizeram-se sentir com maior intensidade nas estações pluviométricas de Mavalane e da cidade, com 110 e 80 milímetros de precipitação respectivamente, não só impediram a evacuação do tráfego, como destruíram infra-estruturas de grande utilidade social, como casas, muros de vedação, entre outras.
No bairro da Urbanização, por exemplo, exactamente em frente à segunda faixa da Avenida Joaquim Chissano, uma mulher ficou ferida quando um muro de vedação caiu sobre si ao ceder à forte corrente de água que corria pelo local onde foi erguida a infra-estrutura.
Os residentes destas zonas foram forçados a desviar-se das suas habituais actividades para travarem as enxurradas, improvisando barreiras e desfazendo-se das poças que teimavam em invadir as suas residências.
As fortes descargas pluviométricas, que se iniciaram cerca das três horas de madrugada, abrandando a meio da manhã, transformaram as ruas destas zonas em pequenas lagoas, onde pessoas e viaturas estavam quase impedidas de passar.
Não só nestas zonas o trânsito esteve paralisado, mas a principal drenagem da cidade de Maputo, que parte do bairro da Malhangalene até ao vale do Infulene, que também é alimentada com “afluentes” vindos dos bairros do Aeroporto, Mavalane, Urbanização e Mafalala, ficou pequena para escoar as águas pluviais, tendo as enxurradas galgado as margens, dificultando a circulação geral.
Uma vez mais, as fortes chuvas vieram por à prova as obras de reabilitação de raiz feitas na Praça dos Combatentes, também conhecida por “Xikhelene”. Esta infra-estrutura e a Avenida das FPLM, igualmente reabilitada recentemente, continuavam a revelar fragilidades, estando as águas da chuva a correr para o sentido onde eram direccionadas pelas viaturas em trânsito.
(Notícias, 28/01/10)
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