Com a ausência de Afonso Dhlakama, o presidente da Renamo, o Chefe do Estado, Armando Guebuza, almoçou na tarde de sexta-feira com Daviz Simango, candidato derrotado na eleição presidencial de 28 de Outubro último.
Na mesa redonda colocada no centro de uma espaçosa sala no palácio da Ponta Vermelha, duas cadeiras permaneceram vazias durante o almoço que o Presidente da República e sua esposa ofereceram aos candidatos vencidos na eleição presidencial de 28 de Outubro último.
Trata-se das cadeiras onde deviam sentar-se Afonso Dhlakama, presidente da Renamo e segundo candidato mais votado, e sua esposa. O “líder da Perdiz” mais uma vez declinou o convite para dialogar com o mais alto magistrado da Nação sobre assuntos de interesse nacional e partidário.
Até às 12 horas dezenas de jornalistas já se encontravam na Ponta Vermelha para cobrir o primeiro encontro formal entre Guebuza e Daviz, dois políticos que em Outubro último foram adversários na disputa presidencial.
Marcado para às 13 horas, o almoço começou com 15 minutos de atraso, apesar de os dois casais terem chegado ao local com alguma antecedência. Depois de captar as imagens, a Imprensa foi convidada a abandonar a sala para permitir maior tranquilidade aos dois dirigentes políticos acompanhados pelas respectivas esposas.
Uma hora depois, os jornalistas eram chamados para o pequeno “briefing” que Daviz concedeu momentos após o encontro. “Falámos de vários assuntos políticos, sociais e económicos do país”, disse o também edil da Beira, a segunda maior cidade moçambicana. Em declarações à imprensa, Daviz fez notar que a questão do processo eleitoral – muito contestado pelo Movimento Democrático de Moçambique – não foi abordado.
Aliás, o presidente do MDM tinha arrolado para o almoço dois pontos de agenda: a formação de uma bancada parlamentar na Assembleia da República (AR) por parte do MDM e a questão de partidarização do Estado. Lembrar que o MDM, que fez eleger oito deputados para a presente legislatura, a VII, está impossibilitado de formar uma bancada e de beneficiar dos poderes decorrentes do acto.
É que o Regimento da AR estabelece um mínimo de 11 deputados para a formação de uma bancada. Mas negociações prosseguem junto de outras bancadas, sobretudo com a da Frelimo que detém a maioria qualificada no sentido de o terceiro maior partido saído das últimas eleições ter uma bancada. “Trocámos ideias e tenho esperança que o diálogo vai continuar porque só assim é possível desenvolver o Estado de Direito”.
Apesar de não ter precisado as respostas o Chefe do Estado deu quanto às principais preocupações do MDM, Daviz mostrou-se confiante no diálogo e disse que encontros similares vão continuar sempre que uma das partes ache oportuno.
“A mensagem do Presidente da República é de que todos nós devemos estar dispostos a desenvolver o país, a consolidar a democracia e a unidade nacional”, indicou, acrescentando que o MDM vai colaborar com o Governo da Frelimo e com outros partidos políticos na criação de melhores condições de vida para os moçambicanos.
À sua saída, Daviz foi acompanhado por Hilário Matusse, um dos assessores do Chefe do Estado.
(Rui Lamarques, A Verdade)
Na mesa redonda colocada no centro de uma espaçosa sala no palácio da Ponta Vermelha, duas cadeiras permaneceram vazias durante o almoço que o Presidente da República e sua esposa ofereceram aos candidatos vencidos na eleição presidencial de 28 de Outubro último.
Trata-se das cadeiras onde deviam sentar-se Afonso Dhlakama, presidente da Renamo e segundo candidato mais votado, e sua esposa. O “líder da Perdiz” mais uma vez declinou o convite para dialogar com o mais alto magistrado da Nação sobre assuntos de interesse nacional e partidário.
Até às 12 horas dezenas de jornalistas já se encontravam na Ponta Vermelha para cobrir o primeiro encontro formal entre Guebuza e Daviz, dois políticos que em Outubro último foram adversários na disputa presidencial.
Marcado para às 13 horas, o almoço começou com 15 minutos de atraso, apesar de os dois casais terem chegado ao local com alguma antecedência. Depois de captar as imagens, a Imprensa foi convidada a abandonar a sala para permitir maior tranquilidade aos dois dirigentes políticos acompanhados pelas respectivas esposas.
Uma hora depois, os jornalistas eram chamados para o pequeno “briefing” que Daviz concedeu momentos após o encontro. “Falámos de vários assuntos políticos, sociais e económicos do país”, disse o também edil da Beira, a segunda maior cidade moçambicana. Em declarações à imprensa, Daviz fez notar que a questão do processo eleitoral – muito contestado pelo Movimento Democrático de Moçambique – não foi abordado.
Aliás, o presidente do MDM tinha arrolado para o almoço dois pontos de agenda: a formação de uma bancada parlamentar na Assembleia da República (AR) por parte do MDM e a questão de partidarização do Estado. Lembrar que o MDM, que fez eleger oito deputados para a presente legislatura, a VII, está impossibilitado de formar uma bancada e de beneficiar dos poderes decorrentes do acto.
É que o Regimento da AR estabelece um mínimo de 11 deputados para a formação de uma bancada. Mas negociações prosseguem junto de outras bancadas, sobretudo com a da Frelimo que detém a maioria qualificada no sentido de o terceiro maior partido saído das últimas eleições ter uma bancada. “Trocámos ideias e tenho esperança que o diálogo vai continuar porque só assim é possível desenvolver o Estado de Direito”.
Apesar de não ter precisado as respostas o Chefe do Estado deu quanto às principais preocupações do MDM, Daviz mostrou-se confiante no diálogo e disse que encontros similares vão continuar sempre que uma das partes ache oportuno.
“A mensagem do Presidente da República é de que todos nós devemos estar dispostos a desenvolver o país, a consolidar a democracia e a unidade nacional”, indicou, acrescentando que o MDM vai colaborar com o Governo da Frelimo e com outros partidos políticos na criação de melhores condições de vida para os moçambicanos.
À sua saída, Daviz foi acompanhado por Hilário Matusse, um dos assessores do Chefe do Estado.
(Rui Lamarques, A Verdade)
3 comments:
Eu aceito a vontade do povo, apesar de váarias irregularidades cometidas durante e após o processo eleitoral.
No final do dia, todos queremos contribuir para o melhoramento das condições de vida do nosso povo e desenvolvimento de Moçaqmbique.
Acho positiva a atitude do líder do MDM ao aceitar o convite do Chefe de Estado.
Quanto à atitude do líder da Renamo, prefiro não tecer comentários...
Maria Helena
Coincide com aquilo que tenho pensado. O MDM e muitos dos mocambicanos atentos sabem o que tem falhado na oposicão desde a introducão do multipartidarismo. Os membros do MDM, Daviz sabem que os mocambicanos clamam por uma oposicão que constitua uma alternativa à Frelimo, uma oposicão que conhece perfeitamente o seu papel. Sinto no coracão que Daviz leva o barco a um bom rumo.
Sei que Guebuza não organizou o almoco para promover o MDM, mas Daviz também não foi ao almoco para promover a Frelimo. Portanto, na minha opinião, o importante é que cada parte deixe a outra a explorar do almoco.
Gosto bastante da maneira como Daviz fica preparado para qualquer pergunta de jornalistas, respondendo-a não por emocão. Neste caso, gostei da maneira como não comentou sobre a ausência de Afonso Dhlakama. Continue assim, pois que tais comentários só podem ser feitos por nós que não falamos em nome de qualquer partido.
Muito positiva a participação e o empenho de Daviz e do MDM.
Daviz teve oprtunidade de abordar o principal problema de Moçambique: a partisarização do Estado e das instituiçõ.
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