Saturday, 2 January 2010

Muita alegria e calma na transição para 2010


A MÚSICA previamente seleccionada ao gosto de cada um e o multicolor fogo de artifício, tal como tem sido pratica nos últimos anos, voltaram a associar-se de maneira marcante na passagem de 2009 para 2010, numa festa caracterizada por muita alegria e euforia popular em que o civismo se impôs como nota dominante. Esta terá sido, certamente, a transição mais calma dos últimos anos, à excepção da ocorrência de um outro caso criminal próprio de momentos de grande festa.
Entre os que optaram pelos espaços comuns dos bairros residenciais e os que escolheram lugares de pasto para testemunhar a chegada do ano novo, ficam indicações de terem sabido responder positivamente aos insistentes apelos lançados pelas autoridades policiais no sentido de privilegiarem celebrações comedidas e como tradicionalmente, a valorização da unidade, paz e solidariedade entre os homens, aliás um dos propósitos do Dia Mundial da Paz ontem assinalado.
Relatos que nos chegam das províncias reafirmam a prevalência de um ambiente calmo e tranquilo, com a excepção de Inhambane que registou um óbito por afogamento no último dia de 2009, para além de dois incêndios, cujas causas se desconhecem, que consumiram onze casas de construção precária nos arredores da cidade e de três chalés do Complexo Seta em Inhassoro. Em Nampula a irregularidade no abastecimento de água acabou comprometendo as aspirações dos citadinos.
Na capital do país, a transição para 2010 marcou diferença em relação a outros anos. O tradicional convívio intrafamiliar acabou sendo valorizado em detrimento das ruidosas e nalgumas vezes excessivas celebrações de rua. Os lugares de pasto ou até barracas foram visitados de forma tímida. No caso concreto das barracas, prevaleceu o aviso que tinha sido previamente anunciado para que fechassem as portas às 21.00 horas. Outras houve que violaram a imposição e funcionaram sem interrupção, mas com muito poucos clientes e sem incidentes de que se receava.
A forte e efectiva presença policial, particularmente na cidade de Maputo, teve o condão de inibir a ocorrência dos habituais desacatos caracterizados pelo lançamento de garrafas e queima de pneus em estradas pavimentadas. Os esporádicos casos que se registaram neste aspecto não chegaram a ter expressão suficiente para manchar a festa.
O uso de objectos pirotécnicos, comum nestas ocasiões, acabou sendo, pelo mesmo motivo, a níveis tolerados, contrariando a situação doutros anos em que se repetem cenários de uso indevido e indiscriminado. Aliás, muitos revendedores de rua, que podiam ser vistos nos semáforos à procura de clientes, acabaram ficando com “stocks” daqueles produtos.
A música destilada a partir de potentes colunas de diferentes feitios e tamanhos, montadas timidamente à porta das residências acabou sendo o atractivo para muita criançada e adolescentes que parecem ter despertado para a festa pouco depois da uma, altura em que abandonaram o ambiente em família.
Gente há que preferiu testemunhar a transição fora de casa, longe do ambiente do bairro. Com efeito, a zona da Marginal, vulgo “Calçadão”, foi uma das eleitas por outro segmento de cidadãos jovens da classe média/alta, alguns dos quais se fizeram ao local transportados pelos seus carros, para viverem uma transição diferente. Estes também acolheram 2010 de forma serena. Dentre os que preferiram a Marginal para a transição, também podia-se ver vários grupos de turistas estrangeiros que acabaram se misturando com os moçambicanos na festa que se prolongou até ao raiar do sol.
Depois das 23.00 horas, quando praticamente já não havia transporte público disponível, continuava muita gente concentrada nas paragens à espera de conseguir um meio que o levasse de volta aos seus bairros residenciais. Outros tantos ainda procuravam um transporte para deixar Maputo.
Como é habitual nestas ocasiões, muitos casais não quiseram perder a oportunidade para usar a noite da passagem do ano como pretexto para renovar antigas amizades, ou mesmo para iniciar novas relações que, por estas alturas, vale a pena retomar para melhor se enfrentar o novo ano acabado de nascer. Neste mesmo quadro milhares de mensagens telefónicas cruzaram espaços levando conteúdos de felicitação, paz, solidariedade e esperança para a prosperidade da nação moçambicana e dos seus filhos. E tudo isto não era coisa. Era a secular celebração da chagada do Ano Novo!



Maputo, Sábado, 2 de Janeiro de 2010 - Notícias

2 comments:

Anonymous said...

Razão para se dizer: Feliz Ano Novo!
Graças a Deus, onde vivo, não há razão para preocupação em relação aos animais.
Maria Helena

JOSÉ said...

Onde eu vivo há sempre problemas com os animais, temos de ter muita atenção. Este ano, o cão do vizinho, um cão grande que nos conhece bem porque ja viveu connosco, cavou um buraco junto ao muro para fugir para o meu jardim, fiquei atónito quando o vi do meu lado. acabou por dormir dentro da minha cada!