Tuesday, 5 January 2010

Machado da Graça na berlinda


O texto escrito por Machado da Graça intitulado “Os patrioteiros” continua a causar polémica e isso seria óptimo num ambiente de tolerancia onde as ideias sejam discutidas com respeito. A julgar pelas reações negativas provocadas pelo texto, o Machado da Graça incomoda muita gente.
O Machado da Graça é um reputado analista que tem liberdade e autoridade para emitir opiniões pessoais. De igual modo, os leitores são livres de aceitar ou não essas opiniões. O que é inaceitável é que se recorra ao ataque pessoal quando as opiniões são divergentes.
Machado da Graça revelou aquilo que todos sabemos, há na verdade diferenças entre patriotas e patrioteiros e isso perturba muita gente que se sente melindrada quando as suas ideias são confrontadas.
Todos conhecemos o passado de Machado da Graça como frelimista convicto e para mim essa sua fase foi muito negativa. Enquanto ele dançava ao som da música frelimista, ele era um herói para os frelimistas, o problema é quando as pessoas começam a questionar. Isso já aconteceu com outros que foram criticados e ostracizados por ousarem questionar.
Possivelmente Machado da Graça ainda é simpatizante da Frelimo mas como cidadão responsável questiona seriamente situações que flagelam a sociedade moçambicana. A corrupção, os abusos, as fraudes, a falta de transparencia, etc., etc., não podem ser assuntos debatidos à luz das simpatias partidárias. Nos círculos afectos à Frelimo, incluindo os blogues de pessoas conotadas com a Frelimo, estes assuntos não são abordados, são tabu, e isso preocupa-me seriamente porque na verdade patriotismo é pôr sempre os interesses nacionais à frente dos interesses partidários.

Confira o referido texto aqui.

59 comments:

Reflectindo said...

O mais confortante naquele assunto é das pessoas ou a maioria dos comentadores continuarem nas suas posições que notabilizaram a partir da pré-campanha eleitoral. É confortante porque o que dizíamos que era ilegal veio a ser confirmado e por escrito "Acórdão" pelo Conselho Constitucional, mesmo que a legalidade não tenha sido reposta.

É interessante nos comentários daquela postagem, pois para além de Machado da Graça lá vão colocando o Reflectindo, José, etc. É uma forma de convite, não sei. Mas a minha posição em relação às doações está expressa aqui.

E quanto ao Nuno Amorim é isso mesmo recurso ao racismo. E escrevo nos devidos lugares. Ainda o Nuno não veio cá explicar-me do porquê o José devia discutir assuntos de Portugal. O que ele escreveu ficou registado neste e outros blogs.

Anonymous said...

Não podemos resolver um problema, se, à partida, dizem que não há problema nenhum.
O racismo está bem vivo em Moçambique (infelizmente para todos os que continuamos lutando pela igualdade), não falando do tribalismo e discriminação partidária.
Os que 'caiem que nem uns patinhos' na história do 'racismo' para se desviar do tema principal - conforme foi escrito em vários comentários no blogue de Ideias Subversivas -, estão verdadeiramente caindo que nem patinhos se não aceitarem que o racismo continua presente na sociedade Moçambicana.
Em Moçambique não se deve questionar nada que a Frelimo ou governo faça, deve sim dizer-se AMEN a tudo, então serás bom patriota, no momento em que começas a questionar algo que achas estar errado ou com o qual não concordas, no tempo de S. Machel serias apelidado de reaccionário ou indisciplinado, agora mudaram-se os vocábulos, chamar-te-ão inimigo da pátria, ou, se tiveres o azar do tom da tua pele ser mais clara, racista ou por outra, mandar-te-ão tratar dos assuntos de Portugal ou da Europa.
Todos sabemos que Reflectindo e Maria Helena não são a mesma pessoa, temos forma de escrever muito diferentes, e não sei mesmo se o amigo Reflectindo é fluente na língua Inglesa falada e escrita.
Maria Helena

Anonymous said...

Outra coisa que gostaria de focar: se tiveres a cor de pele mais clara e questionares algo que julgas estar errado no país ou que vai contra a tua consciência, em Moçambique mandar-te-ão discutir ou tratar dos assuntos de Portugal ou da Europa, independentemente do facto de lá teres nascido, crescido e residires, mas se ficares de bico caladinho e lamberes bem as botinhas, não irás ter problemas nenhuns.
Muitos desses, quando estão vivendo na Europa, ou seus filhos nasceram lá ou estão estudando lá, teêm a dupla nacionalidade, e fazem exigências e usufruem dos direitos de um cidadão nascido naquele país europeu, mas não estão dispostos de forma alguma a oferecer os mesmos benefícios a um cidadão mais claro no seu país de origem. Dualidade de critérios?
Não esperem dos outros nas suas casas o que não estão dispostos a oferecer-lhes nas vossas.
Porque sentir-se ameaçado se uma pessoa mais clara pensar de forma diferente da sua? Porque chamar-lhe de racista ou neo-colonialista?
Porque não fazem o mesmo se for uma pessoa negra? Talvez a um negro lhe digam que 'está recebendo ordens dos seus patrões europeus'... conforme já vimos em comentários anteriores.
Existem muitos brancos, mistos e indianos casados com pessoas negras, eu conheço muitos casos, e não vejo problema nenhum nisso, tenho-os com muito orgulho na minha família, terão eles também de sofrer ataques pessoais se discordarem do estado da nação?
Isto me abala bastante, ninguém pode perceber a minha dor, tanto mais que venho de uma família multiracial.
Maria Helena

Anonymous said...

Sou nova nestas andanças, mas gostaria de dizer que subscrevo ao que o Reflectindo e Maria Helena afirmam.
Machado da Graça deveria de ter ficado em silêncio absoluto: assim não iria incomodar ninguém.
Seria bom que muitos mais questionassem o estado em que está o país, talvez assim todos pudessem votar mais conscientemente nas próximas eleições.
A Frelimo já abusou demais do poder e autoridade, Moçambique precisa de outro governo e
de uma mudança radical.
Maria do Carmo
(Moçambicana e Patriota)

Matsinhe said...

Eu patrioteiro me confesso e eis me aqui. Mas não vou me alongar, nem inventar a roda, afinal, o que me ocorre dizer alguém já disse um dia. esse alguém em Elísio Macamo (de certeza outro patrioteiro) e isso assenta que nem uma luva no Machado, no José, na Maria Helena, Fernando Lima, Fernando Gonçalves etc:


"O meu palpite é de que esses nossos compatriotas produzem a sua própria zanga através de um mecanismo inacessível a muitos de nós. Esse mecanismo consiste na tradução do motivo da sua ira num vocabulário moral que os autoriza a ficarem zangados. É algo narciso que tem muito pouco a ver connosco, mas produz muito barulho que atrapalha aqueles que gostariam de pensar este país com integridade intelectual e frieza crítica. E só eles é que podem ficar indignados, mais ninguém. Ou melhor, para alguém mostrar verdadeira indignação pelo que não anda precisa de assimilar o seu vocabulário moral, ver os mesmos demónios, isto é, vê-los mesmo quando não existem, e repetir lugares-comuns. Acima de tudo, repetir lugares-comuns, mas com ar grave e indignado, pois na indignação reside toda a plausibilidade do seu discurso."

Diz mais o patrioteiro Macamo que o republico no meu blog "A indignação que caracteriza alguns dos nossos compatriotas faz deles pessoas moralmente superiores. Não basta, por exemplo, estar contra a corrupção e a desigualidade social. É necessário que essa oposição se manifeste publicamente em forma de pronunciamentos incendiários contra o que está mal. Isso vinca a sua superioridade moral ao mesmo tempo que estabelece os critérios de avaliação de qualquer pronunciamento."

Uff este patrioteiro Macamo é mesmo endiabrado "Este é talvez o aspecto mais deprimente da constituição política dos nossos compatriotas zangados. Eles usufruem da liberdade de expressão que vamos aprendendo a praticar no país, apesar de toda uma tradição histórica autoritária fomentada por alguns desses compatriotas zangados, e mesmo assim insistem que essa liberdade é uma ilusão. Para falarem livremente precisam sempre de levantar o espectro de um país onde a distância crítica em relação aos detentores do poder é paga com a vida. Quando eles falam, aliás, para eles poderem falar precisam de preparar o terreno. E o terreno que preparam é um terreno cheio de cadáveres de homens e mulheres íntegros que foram tombando assim que abriram a boca para falar a verdade. Se alguém, à excepção deles, claro, critica e mesmo assim não lhe acontece nada, não corrigem as suas convicções. Acham que essa pessoa deve estar feita com o poder. Para falar de forma impune é porque teve a autorização do poder."

Por favor poupem nos da vossa vitimização. Ainda vou elaborar e bem sobre o que fez zangar os nossos compatriotas zangados.

Unknown said...

Bro Matsinhe esta é tuff: "Eles usufruem da liberdade de expressão que vamos aprendendo a praticar no país, apesar de toda uma tradição histórica autoritária fomentada por alguns desses compatriotas zangados, e mesmo assim insistem que essa liberdade é uma ilusão." Sublinho "APESAR DE TODA UMA TRADIÇÃO HISTÓRICA AUTORITÁRIA FOMENTADA POR ALGUNS DESSES COMPATRIOTAS ZANGADOS" pois como diz Tadeu Phiri, de facto "nós crescemos a ouvir e a ler as arengas patrióticas de Machado da Graça. Na verdade, este digno jornalista foi um dos mais entusiastas arautos da Revolução, do Homem Novo e da Ditadura do Proletariado. Lê-lo e ouvi-lo a defender estes ideais era um regalo".

Estou igualmente farto deles também e dos chorrilhos deles cada vez que alguém lhes lembra que não são os únicos com capacidade para pensar o país.

Unknown said...

Alguém comentou no BLOG do MUTISSE nos seguintes termos e eu assino por baixo: "O José, no seu espaço Debates e Devaneios, acusa o Phiri de ter atacado Machado enquanto pessoa, em lugar de discutir as suas ideias. Parece-me que aquele cidadão, secundado por Reflectindo e/ou Maria Helena, labora num grave erro. Quem desqualificou, sem as debater, as ideias dos outros foi Machado da Graça. Desqualificou-as ao sugerir que os seus autores as exprimiram por motivos de lucro e de estómago. Desqualificou-as ao dizer que os seus autores não eram patriotas, mas sim patrioteiros. Creio que estas são formas graves de silenciar oponentes, intimidando-os de modo a que amanhão não venham com mais ideias diferentes. O que Phiri fez foi mostrar que Machado da Graça carece de autoridade para, sequer, falar de integridade e de honestidade intelectual. Mostrando quem este sinistro indivíduo foi até "perto dos 60 anos"

Basilio Muhate said...

Machado da Graca devia ser convidado a comentar este debate em torno do seu texto, e do texto do Tadeu Phiri no blog Ideias Subversivas. Penso que racismo nao entra para o debate, mas noto que alguns buscam o racismo para escamotearem o debate. O Machado da Graca como cidadao tem a liberdade de expor as suas opinioes sobre o Pais assim como o Phiri e outros patrioteiros tem a liberdade de contrapor argumentos. Se alguem critica Machado da Graca nao e por ter uma cor mais clara ou escura, mas esta a contrapor ideias. Pessoalmente nao concordo com qualquer tentativa de colocar em causa nenhum opinion maker mocambicano e nem de se vitimizar ninguem. Se e para debater ideias entao que se debata ideias e deixemos de racismos, colonialismos e saudosismos.
Ps: Jose temos k continuar o nosso debate sobre a economia e o desenvolvimento. Um bom ano.

JOSÉ said...

Amigo Reflectindo, penso que ninguém ficou com dúvidas sobre as motivações que movem certas pessoas.
O Mutisse postou o texto do Phiri porque pensa que é relevante e eu não estou a contestar nada, as pessoas têm a liberdade de pensar, julgar e comentar, e dentro destes princípios, por motivos pessoais eu decidi que não vou lá comentar. O meu problema é o uso de ataques pessoais para rebater ideias divergentes e essa preocupação, que não é de agora, penso que é razoável.
O que me revolta mesmo é que o meu nome tenha sido mencionado, ainda por cima num contexto insultuoso, quando eu nem sequer lá fui comentar. Eu considero essa atitute uma provocação e um insulto!
Quanto ao Amorim, confesso que apesar de o assunto ser sério, eu fui obrigado a sorrir, a abordagem dele é mesmo cómica. Faz-se de vítima quando ele não se coibe de insultar e ser racista ao mesmo tempo que prossegue a sua treta da vitimização em que muitos patinhos estão a cair.
Enfim, esta é a blogosfera que temos!

Anonymous said...

Caros,
Nao percebo porque o Reflectindo cinge-se no racismo e no Amorim, quando estamos a analisar os textos do Machado da Graca e do Tadeu Phiri. Nao percebo porque a Maria Helena perde tempo em justificar que nao eh o Reflectindo. Se tu acreditas que nao es o Reflectindo, entao nao tens que perder tempo em justificar bobagens.

Infelizmente Vivi a fase em que Machado da Graca defendia as barbaridades do regime totalitario. Nao percebo como voces dao credibilidade a um individuo que defendia a morte dos nossos compatriotas. Machado da Graca incutiu-nos que todos que nao eram Frelimistas eram reaccionarios e criticou severamente pessoas como Urias Simango e Maximo Dias.
De certeza que voces nao ouviam as asneiras que aquele homem proferiu atraves da Radio Mocambique.

Tem piada que pessoas que eu adimirava, Jose e Reflectindo, passaram a dar graca a alguem que defendia o regime do partido unico. Uma das pessoas que mais criticou a constituicao de 90.
Mesmo eu que era considerada reaccionaria, dei gracas quando a Frelimo comecou a pensar no multipartidarismo. Quando a Frelimo viu que a democracia era um caminho sem volta.

Lucia

JOSÉ said...

Maria Helena, eu compreendo muito bem o que lhe vai na alma e sou solidário para com a sua dor.
De um modo geral eu concordo com o que escreve e custa-me a acreditar que alguém possa encontratar algo de sinistro nas suas palavras.
Lendo com atenção tudo o que foi escrito no referido blog, eu fico com a sensação de que há mesmo uma conotação racista, voluntária ou involuntária, e isso levanta várias questões que me perturbam.
De qualquer modo, quero incentivar a Maria Helena a intervir na blogosfera ainda com mais regularidade sempre que a sua consciencia assim o ditar. Só por curiosidade, tenho aqui a edição do semanário "Canal de Moçambique" do dia 16 de Setembro de 2009. Tem lá uma coluna de Rogério Namarakholo intitulada "Caçador de Pérolas e o seu nome é mencionado, vem lá o seu comentário no blog do Bosse na postagem com o título "Há algo de podre no Estado de Moçambique".
Estas picardias na blogosfera não nos surpreendem nem nos devem deixar abalados. Nem sequer me dou ao trabalho de comentar a tentativa de ligarem a Maria Helena ao Reflectindo.
Um abraço!

JOSÉ said...

Mario do Carmo, seja muito bem-vinda a esta modesta palhota, sinta-se à vontade, esta casa também é sua!
Apesar de ser nova nestas andanças, penso que tem noção do que realmente está em causa.
Gostei de a ver por aqui, apareça mais vezes!

gildo said...

Caro Jose

Eu e que o citei no blog das ideias subversivas como um dos maiores fomentadores de racismo na blogosfera e continuo desapontado consigo nesse aspecto. Nao o insultei mas comparei-o a muitos comentarios que se refugiavam no racismo para defender posicoes de Machado da Graca. O curioso e que depois do meu comentario o senhor publicou este post dizendo algo sobre a polemica. Pelos vistos o senhor e um dos anonimos que escreve la no outro blog. Curiosamente nunca vi nenhum elogio seu a algum analista ou comentador negro Mocambicano, mas nao interpreto isso como racismo, e a sua maneira de ver, e o seu circulo de influencias.
A continuar com estas atitudes racicas Jose, estara a negar todas as suas tentativas e discursos apontando que nao e racista e que tem uma familia multiracial. Nao nos faca pensar que andou a "buscar" relacoes familiares e de amizade multiraciais apenas para disfarcar o racismo e encontrar insercao social facilitada em Mocambique e em Africa.

Sem ressentimentos e viva o debate de ideias
Gildo

Anonymous said...

Gildo,
Não deves acusar o José dizendo: "Pelos vistos o senhor é um dos anónimos que escreve lá no outro blogue" - essa acusação é grave, pois ele não precisa de se fazer passar por anónimo para opinar.
E dizer que ele é o maior fomentador de racismo na blogosfera, ainda é mais grave, é gravíssimo…
E quando dizes: "Curiosamente nunca vi nenhum elogio seu a algum analista ou comentador negro Mocambiçano"
Então quem são N. Nhantumbo, M. de Araújo, Salomão Moyana, etc.?
Já os vi em postagens anteriores no blogue do José, ou será que estes não contam, talvez não pertençam à Frelimo.
Todas as suposições que fazes e mencionas em relação a ele, são de muito mau gosto e carácter.
Eu não vou dizer que és racista, não te conheço de lugar algum.
Só vou dizer para que meças as palavras que usas, ou que tenhas provas para justificar a tua posição.
Sabes lá se o José é casado com uma negra e a ama de verdade?
Não vejas só coisas más nos outros.
Como tu, também sou sem ressentimentos e pelo debate de ideias.
Maria do Carmo

Reflectindo said...

Caro Basílio

Todo o discurso que desagua nos colonialismos e saudosismos, molequismos, nas cores de pele têm o objectivo de matar o debate, pior quando esses termos não são chamados. Esses termos estão bem visíveis.

Cara Lúcia

Podes acreditar que eu nunca me pactuarei ao racismo. E nisso não faço compromissos.
A Lúcia não vai me dizer que não leu o comentário do Nuno Amorim no blog do Mutisse onde ele disse que eu acusava de ser racista e tribalista. Continuo a dizer isso mesmo, tenho os textos cheios lá no meu blog onde ele atacou severamente ao José pela cor da sua pele.
Ainda esse o Nuno Amorim expressou claramente neste blog que o José devia deixar de discutir questões de Moçambique e eu não estou a entender por que razão.
Por outro lado, o Nuno Amorim não é director do meu blog para ditar-me em que devo ou não postar lá. Eu posto os textos de todos sem procurar olhar pela cor de pele dos autores. Tenho lá os textos do Jeremias Langa, Lázaro Mabunda, Otília Massango, Fernando Gonçalves, Afonso dos Santos, Elísio Macamo, Domingos Simbine, entre outros, desde que sejam do meu gosto. Posto sempre e postarei os textos do Machado da Graça porque gosto deles.

Agora não estou te entender, Lúcia. Teria sido só o Machado da Graça a incutir-nos que quem não era frelimista era reaccionário? Será que todos esses que nos incutiam assim são negados a debater os assuntos da nova conjuntura ainda que seja em defesa do nosso bom? Qual é a base de distinguirmos quem deve e não deve discutir?
Se eu estivesse a julgar o passado ou quando julgo o passado é ao sistema e todos os que pertenceram e defenderam o sistema e não menos os que ainda defendem o mesmo nem que na prática já não o fazem.
Mas também deve ficar claro que não vejo tudo de mal no período pós-independência. Tenho dito que apesar do nosso nível muito baixo naquela altura, fizemos coisas maravilhosas e com flexibilidade, coisas que me surpreendem quando não são realizadas com mais sucesso hoje que temos muitos quadros com nível superior. Eu fico muito indignado por isso.

Para mim, seria importante discutirmos sobre tanta ILEGALIDADE que nada mais se deve senão à falta de separação de poderes e tanta ROUBALHEIRA nas nossas empresas públicas. Concordo definitivamente com o Basílio se for isso que ele queria propor. Se não interesse nisso que se deixe de meter o Reflectindo em comentário nenhum de diversão

Júlio Mutisse said...

Interessante debate. Há aqui muitas referências ao IDEIAS SUBVERSIVAS aliás, julgo que este post do Zé, pelo menos em parte, radica da publicação do texto do meu grande amigo Tadeu lá naquele espaço.

Tal como ele próprio escreveu e do que eu li, os dois textos escritos pelo Phiri e publicados naquele espaço "cada um pode ler por si: claro, conciso, sem qualquer manifestacao racista." Está patente neles o discutir de ideias e não raças.

É evidente que há interpelações. Eu sou responsável por aquelas que fiz, o Nuno (esse - agora - outro amigo virtual que espero encontrar entre os dias 30 e/ou 6 de Fevereiro deste ano), o Reflectindo, Maria Helena, Maria do Carmo e todos os que lá passaram são igualmente responsáveis pelas suas palavras. Se continuam lá no blog é porque as acho pertinentes e julgo as não ofensivas nem promotoras de ideais com que no compactuo como o racismo. Abomino-o de todas as formas, da mesma forma que abomino a mania que muitos aqui têm de pensar que eles ou alguns são as únicas vozes autorizadas a falar do que vai mal no país; são os únicos que dizem a verdade sobre o que vai mal e que quando nós outros (já agora patrioteiros como nos apelida Machado da Graça o DONO DA VERDADE E DO SABER, aquele que não como com o poder) opinamos estamos a nos fazer ao poder para beneficiar das migalhas que de lá vem. Isso lixa-me.

E incansavelmente os meus amigos Reflectindo, José e outros incutem estes ideais. Como diz Macamo numa passagem já aqui citada e que também usei num comentário no meu blog (pedi ao Matsinhe que fizesse o post dos textos do Professor Macamo para não matar o debate sobre Machado da Graça), constantemente nos induzem a nos a que assimilemos o seu "vocabulário moral, ver os mesmos demónios, isto é, vê-los mesmo quando não existem, e repetir lugares-comuns. Acima de tudo, repetir lugares-comuns, mas com ar grave e indignado, pois na indignação reside toda a plausibilidade do seu discurso." Só que pensamos pelas próprias cabeças.

O país tem problemas e há várias maneiras de os abordar. Não nos venham dizer que todos devemos alinhar pela teoria do caos. Não.

Machado da Graça piso constantemente na bola ao desqualificar os argumentos dos outros e atribuir rótulos naquela arogância que vocês sufragam aqui de que ele é o único opinion maker autorizado em Mozie. Mentem. Estamos aqui.

Júlio Mutisse said...

Basílio, Machado da Graça, o grande patriota, o defensor dos oprimidos, NUNCA vai descer do seu pedestral para se misturar com patrioteiros feitos eu e você. Se o fizesse se calhar teria que nos chamar nomes tão feios que não ficam bem para alguém com a idade dele.

Ademais, nós não dizemos nada. porque ele se abalaria para discutir com miúdos que estão na fila pelos ministérios, ponta vermelha etc, a procura de tacho? Miúdos tão casmuros que preferem chafurdar na lama ao invés de aceitar o banho que Todd Chapman nos quer dar?

Acreditas na possibilidade dele vir aqui mesmo? Deves estar alucinado. Entendo é das festas deves ter te excedido com os produtos daquela fábrica ali do Jardim.

Erva said...

Machado da Graca errou ao rotular aos outros de esfomeados, que esperam pela mangedoura. isso eh muito feio. ele que aponte pelo menos um desses esfomeados que nao fazem as coisas por amor a uma causa, mas sim por amor ao estomago. Tadeu Phiri tambem errou ao considerar como algo negativo o facto de um homem mudar de opiniao e das suas conviccoes politicas. Machado ERA uma coisa que hoje JA NAO EH. todos os homens mudam, so nao mudam os que nao sabem acompanhar as mudancas trazidas pelo tempo.Tanto Machado como Tadeu erraram. P.Pinto

JOSÉ said...

Matsinhe, porque tanta agressividade e arrogancia? Porque está zangado? O Elísio Macamo referia-se a si? A mim não se deve referir certamente pois eu não estou zangado. Decepcionado sim, zangado não!
Pode ter a amabilidade de me elucidar porque o texto me assenta que nem uma luva? Pode-me explicar porque me junta ao Machado, Maria Helena, Fernando Lima e Fernando Gonçalves? Porque, por exemplo, não inclui na lista o Reflectindo, o Salomão Moyana e o Noé Nhantumbo? É que se não me der uma explicação plausível para este dislate, eu tenho o direito de deduzir que o que temos em comum é a cor da pele e isso é RACISMO. Ai Matsinhe, Matsinhe! Depois não me venha com a treta da vitimização, essa balela serve apenas para encobrir outras coisas. Costuma-se dizer que quem não se sente não é filho de boa gente e quem não quer ser lobo não lhe veste a pele!
Numa ironia barata o Matsinhe assume-se como patrioteiro. Se calhar está a pensar que ironizando eu me assuma como errand boy, moço de recados ou moleque. Seja coerente, Matsinhe!
Matsinhe, felizmente eu tenho boa memória e recordo-me que há muito tempo discutimos um tema parecido em que eu me insurgi porque fizeram ataques pessoais a um branco moçambicano que num programa televisivo fez declarações que ofenderam alguns frelimistas. Curiosamente, nesse mesmo programa estava um não branco que basicamente concordou com o branco, mas para os frelimistas o que ofendeu foi o branco e quase que o crucificaram com insinuações ofensivas Estou a falar, como bem sabe, de Philippe Gagnaux! Inclusivamente mencionaram , fora do contexto,o nome de um outro branco, o Mia Couto. Curiosamente, num passado ainda mais recente, um distinto académico não branco disse exactamente a mesma coisa a propósito da luta de libertação nacional mas não me lembro de nenhum protesto dos que têm uma forma de indignação muito selectiva. Nessa altura eu insisti que todos temos o direito à indignação mas o ataque pessoal e os insultos são inaceitáveis em todas as circunstancias. Continuo a manter essa posição! Nessa altura o Matsinhe escreveu o seguinte:

“Portanto, quem acompanha os discursos de certa classe de moçambicanos, cujos pais e/ou avôs, não sofreram o que os avôs da maioria de nós sofreram do jugo colonial.
Racismo? Juro que nao sou racista mas detesto ver brancos a tentarem, no seculo XXI, fazer de nos parvos e a minimizarem os nossos ganhos e a porem em causa nosso orgulho”.

Quem diria que depois de tanto tempo estejamos na mesma situação e que o Matsinhe mantém a mesma postura?
De modo algum estou defendendo o Machado e nem sequer comentei o texto do Phiri, apenas quero repetir que ataques pessoais, insultos e insinuações racistas são intoleráveis.
Aproveito para recodar um pormenor que muita gente por conveniencia esqueceu: há já alguns anos um vice-ministro chamado Candiane, que por vezes usa outro nome, mimou o Machado com insultos de cariz racial. Estamos a falar de racismo ou vitimização?
O Matsinhe afirma que vai escrever, só espero que não use insinuações raciais e que não se esqueça de mencionar que não foram só os brancos que beneficiaram do colonialismo, e que muitos brancos, incluindo Machado, sofreram na pele os excessos do fascismo/colonialismo. Pode aproveitar para escrever sobre os temas que inquietam os moçambicanos: a corrupção, os roubos, o favoritismo, os abusos, etc.
Eu cá estarei para ler os seus textos!

Matsinhe said...

Fernando Gonçalves é negro. José, não meta água. Estás a fazer o que eu disse que não gostava: fazer nos passar por parvos.

Posso incluir todos esses que me sugeres, mas os meus alvos principais eram aqueles e continuam aqueles. São desde há muito o aráuto do maldizer os mensageiros do ideal de que o saber reside neles. Detesto. Vês nisso racismo? Estás no seu direito. Aliás, como diz Sérgio Vieira, até o direito a imbecilidade é consagrado. Sou coerente.

JOSÉ said...

Maguezi, pode ser mais esplícito e elucidar quem são ELES ?


“Estou igualmente farto deles também e dos chorrilhos deles cada vez que alguém lhes lembra que não são os únicos com capacidade para pensar o país.”

Maguezi também escreveu; “Alguém comentou no BLOG do MUTISSE nos seguintes termos e eu assino por baixo: "O José, no seu espaço Debates e Devaneios, acusa o Phiri de ter atacado Machado enquanto pessoa, em lugar de discutir as suas ideias.”.

O Maguezi assinou por baixo porque não leu o que escrevi ou então está agindo de má fé, torne a ler o que eu escrevi e pode verificar que nem sequer comentei ou mencionei o texto do Phiri.
É este género de postura na blogosfera que é lamentável e inaceitál!

Matsinhe said...

Outra coisa que me escapou. Considero-o uma caixa de ressonância dos verdadeiros errand boys. O seu blog essencialmente amplifica o que esses, os verdadeiros, errand boys dizem. Raramente emite uma opinião sobre o país; publica coisas dos outros.

Phiri disse o que pensava, Machado da Graça o insultou. Voltou e disse o que pensava com referências para o passado e por causa de coisas que o próprio Machado foi incutindo a esta geração (que o repugnam a si oh José porque feitas no auge do frelimismo do Machado) e V. Excia vem aqui falar dos zangados... Zangados sois todos vós que se julgam os únicos com capacidade para opinar que, quando vos questionamos nos vossos ideais colocam se em bicos dos oés perguntando quem somos nós.

Somos moçambicanos e, intelectualmente, continuaremos a defender a pátria.

Matsinhe said...

Phiri escreveu "Na verdade, este digno jornalista foi um dos mais entusiastas arautos da Revolução, do Homem Novo e da Ditadura do Proletariado." Machado da Graça é moçambicano, jornalista respeitado e, segundo Phiri, ele foi aquelas coisas que constituíam política da FRELIMO em determinado espaço de tempo.

Você José escreve "Todos conhecemos o passado de Machado da Graça como frelimista convicto e para mim essa sua fase foi muito negativa." Podem ser coincidências, mas verá que são coincidências a mais além de que um dos poucos sítios onde se discute de facto o tal "texto escrito por Machado da Graça intitulado “Os patrioteiros”" e que continua a causar polémica é no IDEIAS SUBVERSIVAS. Daí que não nos venha tentar ensinar a fazer leituras dizendo que não comentou Phiri. Comentou-o sim; indirectamente e este debate estamos tendo por causa do texto do Phiri que você leu aqui na blogosfera já que o Domingo (até onde sei) não é distribuido electronicamente e ainda nem foi possível rebater aquele texto naquele espaço ou noutro que eu saiba.

Não sou advogado do Maguezi, a seu tempo ele virá.

JOSÉ said...

Matsinhe, obrigado por me elucidares sobre o Gonçalves, é irrelevante para mim pois eu não vejo raças, vejo ideias, mas o Matsinhe deve ter metido mesmo água porque os outros, que eu saiba, são brancos e o Moyana e o Nhantumbo não estão na sua lista. Incoerencia ou esquecimento?
Matsinhe, não se refugie em generalidades, tem coragem de me esclarecer exactamente porque eu sou um alvo? É que isso vem confirmar exactamente aquilo que venho escrevendo.
Já que menciona o herói de Mtetela, tinha curiosidade em saber qual seria a sua reação se Vieira um dia se arrependesse?Iria recordar as suas origens e os seus crimes?
Matsinhe, se quer ser relevante, não continue no caminho do insulto, isso não o leva a parte nenhuma, esta escolhendo os alvos errados.

JOSÉ said...

Matsinhe, não seja irracional, este meu texto deve-se apenas ao facto de o meu nome ter aparecido em termos depreciativos no blog do Mutisse quando eu nem sequer estava no debate. Não comentei directamente ou indirectamente os textos do Phiri, mesmo até agora ainda não examinei detalhadamente esses textos, irei digerir esses e outros textos com tempo.Eu frequento os sitios que quero e comento apenas se assim o entender, eu sou livre. O que me revolta é que vocês sentem-se ofendidos com o termo patrioteiro mas pelos vistos aceitam alegremente os termos de errand boys e moleques. Onde esta a coerencia, Matsinhe?
Fique bem claro, eu não sou advogado do Machado, eu dou sempre a cara e tomo a responsabilidade do que escrevo e publico e não preciso de lições sobre o que devo publicar no meu blog, reserve a sua sabedoria para o seu blog. Em minha casa mando eu!

JOSÉ said...

Ilustre e estimado Basílio, bons olhos o vejam.
O meu modesto texto deve-se apenas ao facto de ver o meu nome mencionado de forma vergonhosa no blog do Júlio quando eu nem sequer estava no debate. Sinceramente, ainda não tive oportunidade nem disposição para examinar detalhadamente os textos do Phiri, por vários motivos. No ultimo texto, pode-se perceber a insinuação racista mas é uma questão de percepção. No penúltimo texto acho de mau gosto os termos de errand boys e moleques, acho estranho que as pessoas não queiram ser chamadas de patrioteiros mas não têm problemas em chamar os outro de moços de recados ao serviço de estrangeiros. É contra esta incoerencia na blogosfera que eu me revolto.
Na verdade seria maravilhoso um frente-a-frente ente o Phiri e o Machado para discutirem os seus textos e não sei porque não se organiza esse encontro. O Júlio pensa que o Machado não aceitaria esse debate, o Mutisse pode ter razão, mas eu também duvido que o Phiri esteja interessado, é que é muito mais cómodo emitir opiniões na academia e entre amigos do que vir a público defender essas ideias.
A minha sugestão continua a ser a mesma: precisamos de debate e isso só pode acontecer quando há tolerancia, seriedade e respeito.
Quanto ao debate sobre a economia e desenvolvimento, podemos voltar um dia, quem sabe até se o possamos fazer pessoalmente. Entretanto, fico consolado com a ideia de que o Basílio comunga comigo os mesmos ideais, embora em trincheiras difrentes. Viva o progresso e o desenvolvimento! Viva a justiça social! Abaixo a pobreza! Viva a democracia!

Abraço forte e votos de um maravilhoso 2010!

JOSÉ said...

Lucia, Gildo, Júlio e Erva:

Não sou obrigado a responder a todos os comentários mas eu responderei a todos.
Acontece que estou com problemas de falta de tempo e inesperadamente me debato com uma ligeira indisposição que me apoquenta.
Voltarei logo que possível!

Saudações fraternas,
José

Anonymous said...

Reflectindo please...parece que não entendeste o que escrevi.

Sabes quem foram os principais responsáveis pelo genocídio no Ruanda? Foram os editores e principais jornalistas da Rádio e Televisão Pública do Ruanda. Indivíduo que a partir das suas rádios fomentavam o ódio entre Hutus e Tutsis.

Machado da Graça, a partir da sua Rádio Moçambique, também fomentava ódio contra todos que pensavam diferente do regime. É esse que agora transformou-se num santo?

Se calhar na altura ele fomentavam o ódio porque estava a serviço do comunismo. E hoje, ele estará a serviço de quem?

Pessoas como o Machado são autênticas mercenárias. Muito cuidado com eles.
São mercenários como estes, que vocês receberam de braços abertos, que dividiram e destruíram a Renamo. Fomos recebendo-os com rotulo de intelectuais que iam revolucionar a Renamo, quando na verdade tinham interesses obscuros.

Recordo-me que em 1999, ano que a Renamo era dirigida por pessoas 100% Renamistas (Vicente Ululu, David Aloni, José de Castro, Manuel Pereira, Herminio Morais, etc, etc), a Renamo quase venceu a Frelimo. A diferença de votos foi mínima, nos ganhamos em mais Províncias que a Frelimo.
E em 2004, depois da entrada de mercenários como o Machado da Graça, qual foi o nosso resultado?

Reflectindo e José, muito cuidado quando aparecem a defender o indefensável.

Não vejo racismo algum no texto do Tadeu Phiri. O Tadeu pode até ser Frelimista, mas apoio-o quando questiona a tão astronómica viragem do Machado da Graça.

Alguns anónimos até podem mudar de pensamento. Mas pessoas que praticamente assessoravam o Jorge Rebelo na área ideológica da Frelimo, esses não mudam nunca. Sabem porque? Porque são esses que construíram a ideologia Marxista e Leninista da Frelimo.

Eu vou mais longe, chego a pensar que racista é Machado da Graça. Como pessoas das relações dele estão cada vez mais longe do centro do poder da Frelimo, ele está a fazer uma espécie de retaliação.
Recordo-me dele ter escrito que não votaria na Frelimo, aquando das últimas eleições autárquicas, porque a Frelimo tinha excluído o seu Comiche.
No final do dia a Frelimo teve uma vitória convincente, contra o nosso Namburete, reflectindo que o voto dele não era nenhuma mais valia ao nível da Cidade de Maputo.

Lúcia

Matsinhe said...

Eu Patrioteiro Regressei.

José, o Matsinhe que assina aqui é Gonçalves Mandakisse Matsinhe. Não dissocie os dois, são a mesma pessoa.

Mais uma vez, e é isso que te torna num alvo, como os outros "expoentes máximos do patriotismo, os inatacáveis e guros do saber" tenta que fazer a gente "ver os mesmos demónios, isto é, vê-los mesmo quando não existem, e repetir lugares-comuns" que você está a ver. Neste caso é o racismo. Somos todos uns racistas, viu o nome "Fernando Gonçalves" diferente de "Gonçalves Mandakisse Matsinhe" e assumiu que aquele tem a pele clara como a sua e que só poderia os estar a atacar por racismo come on josé. Não há água metida nem por meter; você é que faz questão de nos lembrar que é branco como os outros menos o Gonçalves. Não sei também se é a vossa qualidade de brancos que voz exime de poderem ser interpelados. É que cada vez que vos interpelamos vocês fazem uma gritaria desusada.

Matsinhe said...

Estábom José. Não comentou o texto do Phiri (que não leu) comentou apenas os comentários a esse texto (esses sim leu). Não sei como podem lhe interessar os comentários e não o texto em si e não sei como pode emitir opinião aqui APENAS baseado nos comentários do texto sem ter lido com atenção o que é objecto de comentário.

Interessante a sua lógica. Já se vê como não estás em generalidades.

JOSÉ said...

Matsinhe, eu continuo questionando porque me inclui numa lista em que estão brancos e não os nomes de, por exemplo, Reflectindo, Moyana e Nhantumbo e questiono se a inclusão isolada do Gonçalves foi uma casualidade?
Preciso de saber exactamente,com todos os detalhes, porque sou um alvo?
Não venha com manobras de diversão, eu fui claro que a raça de qualquer Gonçalves é irrelevante. Matsinhe, poupe-me, a sua filosofia de esgoto não me convence enquanto não debater de forma civilizada. Eu nunca, jamais, me identifiquei como branco,são pessoas como o Matsinhe que gostam de mencionar constantemente a raça das pessoas e que fomentam a intolerancia, a falta de ética e o racismo.
Cresce e apareça quando tiver algo relevante e concreto a dizer!

JOSÉ said...

Matsinhe, poupe-me, eu não tenho a obrigação de aturar inconsequentes malcriados.
A minha lógica é muito simples: o meu nome foi usado de forma pouco elegante num blog que eu raramente visito e onde eu não estava debatendo o texto do Phiri. Repito, eu visito, leio e comento o que quero,quando quero, sou livre.Apenas isso, nada mais, qual a dificuladade em entender? Deve ser porque sou um alvo.Fique claro, não lhe devo explicações nenhumas!
Matsinhe, eu vou encerrar este diálogo consigo, não vamos a lado nenhum e para mim considero que não é edificante, não vou descer a um nível tão baixo!
Felicidades!

Matsinhe said...

Parece me que meu amigo é esquecido vou lhe recordar.

1. Citei Elísio Macamo e disse "e isso assenta que nem uma luva no Machado, no José, na Maria Helena, Fernando Lima, Fernando Gonçalves etc". Juro que não sei se a maria Helena é branca ou não.

2. Você JOSÉ escreveu: "Pode ter a amabilidade de me elucidar porque o texto me assenta que nem uma luva? Pode-me explicar porque me junta ao Machado, Maria Helena, Fernando Lima e Fernando Gonçalves? Porque, por exemplo, não inclui na lista o Reflectindo, o Salomão Moyana e o Noé Nhantumbo? É que se não me der uma explicação plausível para este dislate, eu tenho o direito de deduzir que o que temos em comum é a cor da pele e isso é RACISMO." LEIA BEM A ÚLTIMA PARTE. É você que deduz que fiz aquela listagem. Porquê? Só você sabe.

3. Elucidei-te que "Fernando Gonçalves é negro." Isto era para que ficasse claro que não há nada de racial ali e ainda te pedi para que não metesses água.

4. Mas você JOSÉ GOSTA DE METER água e disse: "Matsinhe, obrigado por me elucidares sobre o Gonçalves, é irrelevante para mim pois eu não vejo raças, vejo ideias, mas o Matsinhe deve ter metido mesmo água porque os outros, que eu saiba, são brancos e o Moyana e o Nhantumbo não estão na sua lista. Incoerencia ou esquecimento?" Juro te que não sabia que a Maria Helena era branca. É VOCÊ JOSÉ QUE CHAMA ISSO AQUI. Meteu água e quer que eu limpe heheheheheh. Típico.

5. Já agora, José, não é incoerência nem esquecimento não incluir o Moyana e o Nhantumbo. Simplesmente os acho irrelevantes para a tese que defendo. Não agem como VOCÊS quando são interpelados. E clarificando e sublinhando o que disse e VOCÊ ESTÁ incluso pelas mesmas razões que os demais. "São desde há muito o aráuto do maldizer os mensageiros do ideal de que o saber reside neles. Detesto. Vês nisso racismo? Estás no seu direito. Aliás, como diz Sérgio Vieira, até o direito a imbecilidade é consagrado." "você é que faz questão de nos lembrar que é branco como os outros menos o Gonçalves. Não sei também se é a vossa qualidade de brancos que voz exime de poderem ser interpelados. É que cada vez que vos interpelamos vocês fazem uma gritaria desusada." Sou coerente.

Matsinhe said...

Ainda não fui mal-criado, quando o for...

Encerre o diálogo. Você se meteu num beco e já não consegue sair e foram as suas palavras que te levaram lá.

Não visita regularmente o blog do Mutisse, não leu o Phiri mas leu os comentários ao seu texto etc etc etc, não é racista mas faz nos lembrar que de uma lista só uma pessoa é negra como se isso fosse relevante e chama nós outros de racistas...

Remoa as suas tristezas que já dura 35 anos. Não se engasgue nelas torne se relevante se acha que é moçambicano lute por Moçambique com coerência mas esqueça a sua cor de pele que para nós isso não conta. Acabou o tempo em que nos tínhamos nos curvar para vocês por causa da cor da vossa pele. Já vai muito tempo.

JOSÉ said...

Matsinhe, esta é mesmo a ultima vez que dialogo consigo neste tema.
Eu esperei em vão que comentasse todos os pontos contidos no meu primeiro comentario,como continuo sem saber porque estou na tal lista.A historia da raça dos que estao na lista sao apenas as suas manobras desesperadas de diversao. A sua explicacao porque eu sou um alvo é de uma incoerencia atroz.
Nao lhe devo explicações nenhumas, mas para provar o meu ponto, quem me alertou para os insultos no blog do Mutisse foi a minha esposa, claro que depois fui verificar. Nada de sinistro, eu visito quem e quando eu quero, tudo demasiado simples para pessoas sérias.
Para finalizar, Matsinhe deixou-se de cautelas e tirando a máscara escreveu:

Remoa as suas tristezas que já dura 35 anos. Não se engasgue nelas torne se relevante se acha que é moçambicano lute por Moçambique com coerência mas esqueça a sua cor de pele que para nós isso não conta. Acabou o tempo em que nos tínhamos nos curvar para vocês por causa da cor da vossa pele. Já vai muito tempo.

Eu pergunto: quais sao as minhas tristezas? a nao ser que se esteja a referir ao facto de eu ter de aturar gente como o Matsinhe!
Quem falou na cor da minha pele? Matsinhe, evidentemente!Quem sao os voces? Brancos, evidentemente.

Fique bem claro, Matsinhe: a
intolerancia,a incoerencia, a falta de respeito e
o racismo aberto ou encoberto jamais serão tolerados!Pelo menos aqui em minha casa,o Matsinhe nao vai usar esses seus atributos!

Basilio Muhate said...

Caro Jose

Agradeco a explicacao e concordo que Machado e Tadeu deviam ir a debate, afinal de contas a ajuda internacional e que assegura o orgamento do estado e ninguem esta interessado que esta ajuda pare, seja por ma aplicacao do orcamento, seja por qualquer outro motivo mal explicado.
So peco que transcenda-se o debate sobre racismo e sobre pessoas.

Um abraco

Unknown said...

Quem chamou o expediente rácico em defesa do Machado da Graça é o senhor seu José. Aliás está constantemente a procura desse expediente em cada frase, em cada coisa que se diz. Estou cansado "deles" aqueles que fazem o que estás a fazer perante opiniões com que não concordas. Ao invés de ir ao essencial vai ao acessório. "Haaaa estão a ser racista." Qual racista qual carapuça. Estou cansado "deles" aqueles que como você acha que nos deviamos calar sempre q Machado da Graça ou qualquer um que diga o que vocês gostam de ouvir aparece a dizer qualquer coisa do jeito como vocês gostam de ouvir.
Matsinhe deu te o roteiro das suas palavras e continuas a dizer que ele é que chamou a questão rácica pela primeira vez. estupidez total.
Machado da Graça já escreveu que é fácil conviver com quem leu os mesmos livros, estudou nas mesmas escolas e frequentou os mesmos lugares. Eu não os frequentei nem li, nem estudei com o da Graça por isso o meu convívio em termos de ideias e posicionamento pode de tempos em tempos divergir.
Fui.

Reflectindo said...

Cara Lúcia

Tenhas a plena certeza que eu havia te entendido e muito bem. Apercebi-me onde andavas e é o que assistimos desde 2008. Deves estar a perceber do que digo.
Mas a Lúcia pode dispensar uma coisa: tentar levar-me ao racismo e muito menos convencer-me sobre quem tem o direito de discutir um e outro problema nacional.
O exemplo de Ruanda está muito mal dado, Lúcia se rever a história da Frelimo desde os anos 60. Mas mesmo assim, em Ruanda os jornalistas estavam a serviço dum sistema. É o que se passou em Moçambique.

Tu podes ficar com a tua convicção que quem destruiu a Renamo são os intelectuais, não tenho certeza que Machado da Graça tenha alguma vez sido da Renamo. Espero que alguém não esteja mesmo a rir sobre isso. Mas a minha convicção é que quem destruiu a Renamo é Afonso Dhlakama. Lamento que metas David Aloni no grupo dos que REALMENTE destruíram a Renamo - ele que foi vítima.

E porquê não te explica-se sobre o caso Raul Domingos??

Cara Lúcia, acho estranho é alimentar-se ÓDIO em pleno exercício da democracia. É acto desnecessário. Se os verdadeiros Renamistas quiserem, podem restaurar a RENAMO. Ainda bem que agora já não estão lá os "falsos".

Não entendi essa de Comiche vs Namburete. Quando é que foi isso? Em 2003 ou em 2008? Suponhamos que referes-te de David Simango vs Eduardo Namburete, achas mesmo que a Renamo tinha possibilidade de vencer na Cidade de Maputo? Ou não entendes que algumas candidaturas são mais uma estratégia política? Agora Eduardo Namburete neste tema? Ele que está ainda na Renamo? Ou para dizer que mesmo assim, ele é "persona non grata" na Renamo?

Algo interessante nesta discussão, é que os textos de Machado da Graça e Tadeu Phiri já não são objectos nem motivos de discussão, mas muitos sem controle aparecem a explodir o que tinham na alma (rancor), precisamente antes dos textos terem sido concebidos. Isso não ajuda em nada para debates de interesse nacional.

Eu costumo apelar que faz bem à nação quem clama por uma COMISSÃO DE VERDADE E RECONCILIACÃO que quem aproveita qualquer momento para manifestar os seus sentimentos para com o outro.

Julio Mutisse said...

Matsinhe, pela autoridade que me reconheces enquanto seu "tutor", encarregado de educação irmão mais velho e em nome desse Mandakisse de quem herdamos o nome (embora oficialmente não o use) baixe o tom, abandone este debate ou volte ao cerne da questão.

Tudo o que tinhas que explicar ao José o fizeste e o que nem tu nem ele perceberam já não vão a tempo de perceberem. Antes de chafurdarem na lama e nos levarem juntos, a ti posso pegar e dar banho e porrada embora já te aches grandinho e não precisaria muito para te "impôr" isso. Sabes.

Venha e discuta a tese do José de que "todos sabemos, há na verdade diferenças entre patriotas e patrioteiros" venha mostrar o que te perturba na forma como o José e o Machado expõem esta questão. Venha falar da hipotética mudança do Machado. Sabes que eu não acho que Machado da Graça tenha deixado de ser comunista. O que ele dizia na nossa meninice não lhe era imposto, eram suas convicções.

O país mudou; deixou de ter orientação comunista e o Machado não deixou de ser comunista, se calhar nem frelimista. O mudou é o enfoque do seu discurso e, provavelmente, as alianças. O que mudou é o seu posicionamento para e com o poder fruto da guinada verificada em 1990 com a aprovação da constituição que revolucionou o campo político, económico e social de Moçambique. Como Mapengo diz no seu texto Manifesto Político, Machado esqueceu-se "dos princípios utópicos que nos fizeram rasgar as mangas da balalaica por um Moçambique melhor, por um país soberano" e, agora, pese o comunista que continua a existir nele, tornou se sacrilégio criticar certos interesses, afinal além do OGE alguns destes senhores financiam ONG's que foram nascendo como cogumelos, iniciativas por imprensa livre etc que vão sustentando muitos dos que outrora estavam no mesmo barco que o Machado.

Reflectindo said...

Caro Basílio

Gostaria de saber se leste este relatório aqui produzido por James Shikwati e divulgado no Diário de um sociólogo? Qual é a tua opinião?

Pelo que percebi, uma discussão entre Basílio, E. Macamo e Erva no blog de Mutisse tinha alguns pontos convergentes. Foi pena que a conversa parou.

Caro Mutisse

Apenas para uma vez mais te dizer do porque dispenso comentar no teu blog:
1) Detesto muito o(s) nomes dos que escrevem seus textos e falsificam nomes dos outros. É cobardia demasiada.

2) Detesto de comentários que só servem chatear os outros.

3) Que os que querem escrever algo contra mim tenham o teu espaço ou qualquer outro, já que no meu não há espaço para isso.

Tudo isto já foi notório no tema em causa.

Julio Mutisse said...

Disse e repito. Cada um é responsável pela interpelação que faz. És livre de não ir lá ou ir não comentar.

Não sei a que propósito vem isso aqui.

Permito comentários anónimos apesar de detestar essa forma de covardia mas não os censuro pois corro o risco de fechar um espaço de debate pois, dessa forma de censura passaria a outra. Há coisas em que me exponho por aceitar anónimos e há outras em que os anónimos se expõem.

Já agora, não sei mesmo porque tinha que vir me dar este recado aqui. O meu blog continua aberto, tem meu email e até meu número de telefone. Como não sou muito de especular, deixo por aqui.

Já agora, discuta o tema proposto pelo José e esqueça o IDEIAS SUBVERSIVAS.

Julio Mutisse said...

Repare oh "Reflectindo", EU, Júlio Mutisse, não me escondo em nada. Tens meu nome verdadeiro e até a foto. Sabes com quem falas e tens como me localizar de todas as formas. É sinal de que me responsabilizo pelos meus ditos e dou a cara por eles e não posso ser responsabilizado pelo que outros sem nome escrevem, mesmo no meu espaço.

Anonymous said...

Reflectindo, sugiro que prestes mais atenção quando lês. Se não nadarás de equívocos em equívocos.
Primeiro equívoco:

1. “Não entendi essa de Comiche vs Namburete. Quando é que foi isso? Em 2003 ou em 2008? Suponhamos que referes-te de David Simango vs Eduardo Namburete”

Alguém falou Comiche vs Namburete? Releia o meu texto please.

Eu disse:
“Recordo-me dele ter escrito que não votaria na Frelimo, aquando das últimas eleições autárquicas, PORQUE A FRELIMO TINHA EXCLUÍDO O SEU COMICHE.
No final do dia a Frelimo teve uma vitória convincente, contra o nosso Namburete...”

Reflectindo, não faça figura de bobo. Se a Frelimo tinha excluído o Comiche em 2009, como é que o Comiche ia concorrer contra o Namburete? Nossa senhora.

Segundo equívoco:
2. “não tenho certeza que Machado da Graça tenha alguma vez sido da Renamo.”

Volte a ler o meu texto:
“São mercenários como estes, que vocês receberam de braços abertos, que dividiram e destruíram a Renamo.”

Reflectindo, as pessoas devem estar a rir-se de ti.
Dizer mercenários como este, não significa dizer que Machado da Graça esteve na Renamo.

Mercenários como estes significa pessoas com comportamentos iguais ao do Machado da Graça. Não significa dizer que o próprio Machado esteve na Renamo.

Lúcia

Reflectindo said...

Meu amigo Mutisse,

Não estou responsabilizar-te pelos actos dos outros. Antes pelo contrário, acho essa gente faltar ao respeito o teu espaco.
Também não te aconselho a nenhuma "censura", pois essa é uma opcão individual. Aliás esses indivíduos é que estão a censurar a quem eles próprios não concordam.

Tenhas certeza que eu não estou a censurar a ninguém, mas corrigir o mau comportamento de certas pessoas. Pelo que me lembro, nunca recusei o teu comentário apesar de divergirmo-nos. Ao que alguns fazem nos blogs, só se pode comparar àquela gente que apedreja os seus oponentes nas campanhas eleitorais.

A que propósito escrevo? Acho que teria sido muito estranho que neste cruzamento a que indirectamente fui convidado, eu não dissesse algo sobre isso.

Reflectindo said...

Cara Lúcia

1. Desculpe-me por ter te entendido mal ao caso Comiche vs Namburete;

2. Quanto ao resto, mantenho-me. Os moçambicanos sabem quem destruiu a Renamo, partindo de quem mesmo dividiu-a. Quem manifestou na Beira não foi Machado da Graca e quando se manifestou ele não havia escrito o artigo de que falas. Se alguém quer restaurar a Renamo que não culpe a mais ninguém porque isso vai piorar a situação que melhorá-la.

3. Não penso que o discurso fica melhor quando aparecem outros termos para uns serem menos patriotas que os outros. Se tivéssemos seguido o que Basílio aconselhou, teríamos estado a caminhar para saber em que nos divergimos e convergimos.

Anonymous said...

caro reflectindo, quero lhe agradecer a referência ao relatorio de james shikwati que me tinha passado despercebido. na verdade, o basilio, erva e eu encerramos o debate no blogue do muthisse, pois ja não tinhamos mais a dizer. penso que o consenso foi de que precisamos tambem de conduzir a discussão para o que estamos a fazer no pais no sentido de redução da dependência. no ano passado, na sequência do corte de ajuda por alguns paises nordicos, organizamos uma mesa-redonda com o grupo moçambicano da divida que me pareceu muito util neste sentido. creio que estes debates e acções continuam.
li rapidamente o relatorio de james shikwati e parece-me muito pobre, apesar de oportuno. não sei em que base ele pode fazer as recomendações que faz com tão pouco em termos de fundamento empirico. uma fraqueza do relatorio, contudo, reside no facto de ele dar por adquirido aquilo que ainda mal percebemos. por exemplo, a primeira recomendação que faz eh de que a africa deve criar estruturas que funcionam de modo a que os lideres sejam responsabilizados pelas suas acções. a pergunta eh como e porque eh tão dificil lograr isto. estamos todos de acordo que isto nos faz falta, mas quais são as dificuldades? o mesmo poderiamos dizer de todas as outras recomendações. a maior fraqueza, contudo, consiste no facto de o relatorio tirar conclusões anteriores a recolha dos dados. shikwati defende a ideia de que a africa deve prescindir totalmente do auxilio ao desenvolvimento porque ele fomenta a ma governação, mas o que as pessoas responderam no seu inquerito eh o mesmo que em qualquer momento qualquer pessoa diria em relação a qualquer sistema democratico no mundo. portanto, eles usam a cobertura da cientificidade para repetir lugares-comuns.
por acaso, eh neste sentido que considero as intervenções de machado da graça pouco uteis para o que o pais realmente precisa. constatar não eh analisar, embora seja um passo fundamental. constatar sempre eh desgastante. eh preciso ir para alem disso e reflectir seriamente sobre os problemas. ai veremos que são muitas coisas juntas que se não reduzem a "podridão" de que ele tanto gosta de falar. a propria forma como eh feita a critica pode ser parte do problema. mas isto eh parte dum problema muito mais grave que deveria ser discutido noutro contexto. lutei contra ele no meu defunto blogue e perdi: o que corresponde as nossas preferências politicas nem sempre sobrevive o teste analitico. integridade intelectual eh ter a coragem de admitir isto e ajustar as preferências politicas. ora, eh exactamente isto que custa a muitos na nossa esfera publica. o machado da graça pode ter feito o percurso de apologista do sistema de partido unico a defensor da democracia, mas os seus termos analiticos continuam os mesmos: quando a analise entra em choque com as suas preferências politicas ajusta-se a analise e não as preferências. e toca dai a chamar nomes as pessoas como fez comigo varias vezes, muitas das quais em plena contradição com aquilo que eu proprio havia escrito. o pais eh coisa seria demais para ser tratado de forma tão problematica. e isto não constitui limitação ao direito de emitir opinião que todos nos temos. apenas um apelo a responsabilidade na emissão de opinião. abraços. e. macamo

batwoman said...

Há coisas para o qual estou acordando agora. Nunca me apercebi que agora em MOçambique existe racismo. Sempre pensei que racismo era antes quando Moçambique era uma colónia de Portugal e sempre repudiei esta coisa , mas agora o problema está a colocar-se na minha cabeça de uma forma bem triste e dramática.
Alguma coisa tem de ser feita. Moçambique está um caos de cidadania e não gosto disso.

JOSÉ said...

Lucia, infelizmente só agora me é possível passar por aqui para lhe deixar duas palavras.
Eu quero que fique bem claro: eu não sou advogado do Machado da Graça, ele não é o meu ídolo e condeno o seu passado como activista e propagandista da Frelimo.No entanto, gosto do que ele escreve, não há nenhuma contradição nisto.
A realidade é que tudo muda, as circunstancias e as pessoas mudam. Quem diria que os marxistas convictos de ontem sejam hoje adeptos do capitalismo selvagem? Quem diria que alguns renamistas se possam entender com frelimistas na chamada Frenamo? Estamos vendo alguns que se diziam da Oposição dando vivas à Frelimo! Muitos dos que apoiaram os excessos da Frelimo sentem-se bem no multipartidarismo e ninguém os questiona. Nós também mudamos, o que pensamos ontem nem sempre é o que pensamos hoje.Por exemplo, eu sempre fui contra a abstenção e no entanto hoje tenho duvidas se fiz bem em sujar o dedo no dia destas ultimas eleições.
Apesar de tudo, eu penso que o Machado continua a ser simpatizante da Frelimo.
Este meu texto tem a ver com o facto de que o meu nome foi mencionado de forma insultuosa no blog do Julio quando eu não estava no debate. Depois, eu sou contra o ataque pessoal, num debate-se sério deve-se combater as ideias e não as pessoas. Finalmente, acho intolerável o uso do insulto e do racismo aberto ou encapotado. A Lucia e outros insistem que não há nenhum racismo, tudo bem, mas as pessoas ofendidas é que sabem se foram ofendidas ou não.
Eu tenho afirmado vezes sem conta que sou a favor do diálogo e do debate sério mas jamais pactuarei com o racismo, a intolerancia e a falta de respeito.

Saudações amistosas,
José

JOSÉ said...

Gildo, o Gildo entende que é aceitavel insultar-me onde eu não estou no debate,depois tem a ousadia de vir a minha casa com insultos e insinuações baixas. Nestas circunstancias, o que há para conversar?
Absolutamente nada, pois eu não vou descer ao seu nível!

JOSÉ said...

Erva, mais uma vez as minhas calorosas boas-vindas à blogosfera e particularmente a esta casa, que também é sua.
Lendo tudo com atenção, penso que é demasiado evidente qual é a verdadeira essencia do problema, e isso não é só aqui e não acontece só agora. A minha posição continua a ser a mesma: sou a favor da tolerancia para com as ideias divergentes pois ninguém é dono da verdade; acredito que se mata o debate quando se usa linguagem insultuosa; sou contra os ataques pessoais; sou contra o racismo e não tolero insinuações com conotação racista. Eu entendo a blogosfera nestes parametros!
Paloma, gostei de a ver por aqui, apareça mais vezes! Se estiver em Quelimane, pode trazer alguns cocos e um pouco de mucapata.Estarei atento àa suas postagens!

Abraço forte do
José

JOSÉ said...

Amigo Júlio, depois de tudo o que foi escrito, pouco resta para acrescentar. O que se passa aqui e em outros sítios é a antítese daquilo que pretendemos para a blogosfera.
Pelo pouco que o Julio conhece de mim, penso que dá para perceber que eu sou incapaz de usar o anonimato em qualquer debate. Eu sou livre, frontal e não tenho nada a esconder. O meu nome, a minha foto e um dos meus e-mails estão aqui, quem me quiser contactar não tem dificuldade nenhuma, eu não me refugio no anonimato como alguns insinuam e não fujo ao debate nem uso o anonimato, mas só entro nele se e quando assim o entender!
Esta situação lembra-me aquela história de ser preso por ter cão e ser preso por não ter cão. Parafraseando essa história, eu sou atacado por emitir opiniões mas também sou atacado por não emitir opiniões.
Continuo a achar intolerável que mencionem o meu nome de forma deselegante num debate em que não participei e depois vieram a minha casa para me insultarem e lançarem insinuações ordinárias.
A propósito dos insultos e ofensas, há algo que precisamos de esclarecer para percebermos como é incoerente essa tese da vitimização apregoada por alguns profetas. Se eu hipoteticamente ofender alguém, não é suficiente eu protestar que não ofendi, a pessoa que foi ofendida é que sabe se foi ofendida ou não. Eu não posso ser ofensor e juíz ao mesmo tempo, no mínimo deve-se dar o benefício da dúvida a quem se diz ofendido(a). Temos também de ter em conta que as pessoas têm diferentes sensibilidades e percepções, por isso tem de haver uma certa cautela quando se fazem certas afirmações. Ainda nesta perspectiva, tem de haver prudencia no uso em certos contextos das palavras ELES e VOCES.
Uma coisa que acho bizarro e incoerente é o facto de alguns se sentirem ofendidos com a palavra patrioteiro mas usam sem qualquer problema o termo moleque e outros parecidos com que brindam os que pensam de modo diferente. Indignação selectiva?
Julio, a blogosfera está muito mal mas esses conflitos não são de agora, eu sou relativamente novo na blogosfera e sei que esses problemas já existiam antes da minha presença. As desavenças entre os bloguistas acontecem sem a minha presença. Quaquer observador imparcial pode constatar que há um ambiente de guerrilha na blogosfera. De quem é a culpa? De todos ou de ninguém? Antes de procurarmos culpados e alvos, seria bom que todos possam por a mão na consciencia e examinar os verdadeiros motivos desta situação. Se não o fizermos, não tenhamos dúvidas de que a blogosfera será cada vez menos relevante.
Eu tenho repetido ad nauseum que o verdadeiro diálogo e debate só podem acontecer numa plataforma de seriedade, tolerancia, honestidade e respeito. Eu apoio incondicionalmente esse desiderato!
Entretanto, todos aqueles que pensam que podem insultar, ser intolerantes , usar ataques pessoais e insinuações com conotação racista, terão de compreender que essa postura não é aceitável.
Eu continuo aqui!

Votos de um maravilhoso 2010 para si e para a sua família, incluido o Matsinhe!

Júlio Mutisse said...

Nao acho que a blogosfera esteja assim tao ma. Ate conseguimos alargar este espaço de debate: fazemo-lo via email e em encontros regulares em que, apesar das diferenças que nao sao poucas, nunca ninguem saiu com olho rocho ou com nariz partido.

Nao acho correcto que o discurso de que tudo vai mal nao ha nada de positivo seja tb transitada para a blogosfera. Acho que quando respeitarmos as diferenças e assumirmos que outros podem opinar e nao tem que ser necessariamente a nosso favor, as coiisas tenderao a ficar ainda melhores.

Júlio Mutisse said...

Ana Paula, não duvide há mesmo racismo em Moçambique. Repare bem, se é que anda por aqui, como funcionam as coisas por aqui a teoria das gangs que caracterizam certos compatriotas nossos.

JOSÉ said...

"Acho que quando respeitarmos as diferenças e assumirmos que outros podem opinar e nao tem que ser necessariamente a nosso favor, as coiisas tenderao a ficar ainda melhores."


Amen,amen, assim seja, Julio, mas é exactamente isso que eu venho afirmando . Ao José não ouvem, vou torcer para que ouçam o Julio.

Tudo vai bem na blgosfera, Julio?
Eu continuo aqui, bem atento!

Basilio Muhate said...

Caro Jose, meus caros

Ha um tema interessante publicado no blog do Presidente Guebuza sobre pobreza Urbana, uma vez que o Jose tem uma visao sobre a pobreza e crescimento em Mocambique.
Convido-o a um debate la no blog do Presidente (sem discussoes racicas ou pessoais). Vamos la interagir
http://www.armandoguebuza.blogspot.com/2010/01/pobreza-urbana-levando-o-cidadao-fazer.html

Vamos debater ideias

Abracos

JOSÉ said...

Amigo Basílio, obrigado pelo convite,logo que tenha oportunidade prometo que leio e depois vou digerir o tal texto, sem problemas nenhuns. Não posso é garantir que lá irei contar, preciso de reflectir!
Abraço!

JOSÉ said...

Cara Ana Paula, lamentavelmente ainda há em Moçambique algum racismo aberto, mas pior do que isso, há muito racismo latente, camuflado e insidioso. Seria uma utopia pensar que não há racismo em Moçambique!
Vamos desdramatizar esta questão do racismo, o racismo é apenas um sintoma de uma doença grave, chamada INTOLERANCIA, é essa intolerancia a razão dos insultos e da falta de respeito!
Não sei se a Ana Paula conhece um texto do Mia Couto intitulado “Os sete sapatos sujos”, esse texto não é recente mas continua bem actual.Pode ler um resumo que postei hoje aqui no blog. Nesse texto, usado numa cerimónia de graduação, Mia condena “a ideia de que os culpados são sempre os outros, o preconceito de que quem critica é um inimigo, a ideia de que mudar as palavras muda a realidade, a passividade perante a injustiça”. O que tem este texto a ver com o tema em discussão? Eu penso que as coisas não acontecem por acaso, o que acontece na sociedade tem reflexos na blogosfera.
Apesar de tudo, eu continuo optimista , acredito que todos estes problemas podem ser resolvidos se houver boa vontade!

Saudações amistosas!

Basilio Muhate said...

Caro José e demais companheiros

Acabo de ler uma reacção de Machado da Graça em relação ao texto de Tadeu Phiri.
Gostaria de saber, principalmente do José e do Tadeu, como analisam esta reacção do colunista Machado da Graça na Edição do savana de Hoje.

JOSÉ said...

Amigo Basílio, obrigado pela informaçao.
Já conheço o último texto do Machado da Graça intitulado "Um texto augusto". Penso que este texto responde convincentemente ao texto do Phiri e aos diversos comentários no blog do Júlio e neste meu espaço. Machado aborda também a insinuação racista.
Penso que todos percebemos qual Machado pensa ser a verdadeira identidade de Tadeu Phiri.Dá para perceber como seria impossível um debate entre Machado e Phiri(???).
Aconselho a leitura do texto do Machado da Graça, as coisas ficam mais claras embora também levante outras questões muito sérias.
Penso que voltarei a este assunto!

Um abraço do