MDM impedido de actuar no distrito de Sussundenga
Chimoio (Canalmoz) - Activistas do MDM têm-se sido impossibilitados de levar a cabo actividades partidárias no Distrito de Sussundenga, na província de Manica. Uma fonte do MDM disse ao Canalmoz que a “senhora administradora Mariazinha Niquisse deu ordens às estruturas de base do seu pelouro para dificultar a actuação das nossas brigadas em preparação para as eleições de 28 de Outubro próximo”.
Segunda a fonte do MDM “os agentes do governo distrital, que se confundem com secretários do partido no poder, agridem os activistas do MDM, prendendo alguns deles que depois são metidos em chapas de regresso a Chimoio”, ficando assim impossibilitados de “estabelecer estruturas partidárias e de levar a cabo campanhas de sensibilização junto do eleitorado local”.
Mariazinha Niquisse é apontada como tendo dado instruções aos órgãos de poder local para rejeitarem quaisquer credenciais do MDM visando a obtenção de autorização para que esta formação política possa desenvolver livremente as suas actividades no distrito. A fonte do MDM que temos vindo a citar refere que “em outros distritos de Manica a situação é diametralmente oposta pois aí as nossas brigadas não enfrentam quaisquer dificuldades dos órgãos do poder local”. Mariazinha Niquisse “é uma saudosista do era do mono-partidarismo em que era pecado uma pessoa desviar-se do principio de unidade de pensamento”, rematou a fonte que nos pediu para não citarmos a sua identidade com receio de represálias.
Na primeira oportunidade tentaremos trazer a versão da administradora distrital, mas notícias semelhantes estão a chegar-nos de várias partes do país, o que coloca em evidência que pode tratar-se de orientações de nível central emanadas do partido no poder que tem vindo a denotar grande inquietação pelo facto do MDM – movimento liderado pelo engenheiro Daviz Simanago, filho do vice-presidente da Frelimo executado no Niassa numa acção extra-judicial depois da criação da República de Moçambique – estar na corrida a todas as eleições de 28 de Outubro: Presidenciais, Legislativas e às 10 assembleias provinciais, apesar de se tratar de uma organização muito recente.
Na Zambézia
Administradores distritais inviabilizam actividades do MDM
– denuncia Margarido Salvador Abrantes, delegado do MDM na província
Quelimane (Canalmoz) - O delegado político provincial do partido Movimento Democrático de Moçambique, MDM, na Zambézia, Margarido Salvador Abrantes, denunciou, em entrevista exclusiva ao Canal de Moçambique, uma suposta perseguição que alguns administradores vêm efectuando contra aquela formação partidária.
A fonte apontou a instrução dada aos secretários dos grupos dinamizadores pelos administradores com vista a andarem a destruir delegações e bandeiras do MDM ao nível da base.
Neste role, a fonte refere que os secretários dos grupos dinamizadores e membros da Frelimo encontram-se aliados a quadros da Renamo, partido no qual um grosso número dos militantes do MDM, na Zambézia e no país todo, já depositou a sua confiança e, quiçá esperança. Segundo Abrantes, exemplos do género foram reportados na semana finda nos distritos de Pebane, bem concretamente, na localidade de Nhajonga, onde membros da Frelimo e o delegado da Renamo na mesma região destruíram a delegação e rasgaram a bandeira do Movimento Democrático de Moçambique no local e, no de Milange, posto administrativo de Nhasombe, onde actos do género, perpetrados por entidades de igual natureza, acompanhados por agentes da polícia municipal, sabotaram as instalações do MDM. Ambas as ocorrências já são do conhecimento da Polícia da República de Moçambique, PRM. E, como é sobejamente sabido, em casos deste género, as investigações estão sempre “em curso” e nada de concreto ficará e/ou poderá ser conhecido, em momento algum.
Para o delegado do MDM na Zambézia, a Renamo já não constitui ameaça para a Frelimo, daí que o partido no poder tem juntando as suas energias para pôr abaixo os esforços do movimento liderado por Daviz Simango, naquela província central. “Mas tais esforços vem redundando num total fracasso, porque o partido” liderado pelo engenheiro que derrotou os candidatos da Frelimo e a Renamo na Beira, nas últimas autárquicas e por folgada margem, “tem apologistas e seguidores suficientes, que não temem nenhumas represálias por parte de quem tem a faca e o queijo na mão”.
O interlocutor do Canalmoz e do Canal de Moçambique - Semanário, avançou que o partido de que é membro “não irá responder a tais provocações de forma agressiva, por que é um movimento que se pauta por valores de paz e democracia”.
Grandes apostas
Neste momento, em que as atenções estão viradas para as quartas eleições gerais e as primeiras para as assembleias provinciais o delegado do MDM diz que as coisas estão ao rubro ao nível da Zambézia, mas mesmo assim “o movimento está afinando a sua máquina”. O nosso entrevistado disse-nos ainda que uma brigada do partido está trabalhando nos distritos, com a missão de fazer uma selecção dos futuros delegados de candidatura do Movimento Democrático de Moçambique para encontrar figuras sérias e que residam nas imediações das mesas e/ou postos onde efectuarão o trabalho durante a votação a 28 de Outubro de 2009. No total, na província da Zambézia, o MDM vai precisar de pouco mais de mil e seiscentos delegados de candidatura.
“60 mil militantes na Zambézia”
Ainda segundo Margarido Salvador Abrantes, sessenta mil cidadãos estão inscritos como membros do MDM na Zambézia. O delegado do MDM acrescentou que “neste momento, no que é tido como o segundo maior círculo eleitoral do país as esperanças residem no partido da nova geração” e fez lembrar que “aqui a Frelimo nunca ganhou”. Em todas as eleições a Renamo venceu e constituiu a bancada mais alargada da província no parlamento.
( Canalmoz, 03/08/09 )
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