Tuesday 11 August 2009

Comentário de Edwin Hounnou

Vim vi repellere licet – é lícito repelir a força com a força.



A RM e TVM deixaram, a seguir a última Conferência de Quadros da Frelimo, realizada na Escola Central do Partido, na Matola, de publicitar as deserções de elementos da Renamo para o Movimento Democrático de Moçambique, MDM, porque, dizem estudiosos que ouvimos, assim estariam a promover o MDM, o que deve ser evitado a todo custo. Como as instituições públicas se predispõem a servir um partido?
O tempo vai disseminar o pensar dos beirenses, por mais vilas e cidades de Moçambique, de que o voto é a única arma que o povo tem, em democracia, para forçar mudanças, votando na qualidade e não na retórica. Na Beira, milhares dos que votaram na Frelimo, também, votaram em Daviz Simango, por inspirar confiança. Os beirenses estão satisfeitos com o seu edil, à excepção da cúpula da Frelimo que desinforma o povo a seu respeito.
É uma fraude um candidato presidencial ter seu nome estampado em obras públicas. O Estádio Nacional de Futebol, ainda em construção, que seja posto o nome de Marcelino dos Santos, um comunista ortodoxo. Samora Machel, Joaquim Chissano e Armando Guebuza podem ser que mereçam mais que uma escola ou uma ponte. Não devem ser eles a mandar pôr seus nomes nos empreendimentos públicos. É anti-ético.
Não é normal que um candidato às presidenciais, em vésperas de eleições, continue a sobrevoar os distritos, de helicópteros pagos pelo Estado, em nome de supostas presidências abertas e a inaugurar empreendimentos públicos estampados com seu nome. A chegada da primeira-dama a uma província paralisa escolas, repartições do Estado e outros. Ela circula com uma frota com de 30 viaturas. Isto só pode acontecer em terras atrasadas.
Sugere-se a Macuácua a propor os nomes de Sérgio Vieira e Filipe Paúnde para as pontes sobre Luenha, no limite entre as províncias de Manica e Tete, e sobre o Rio Save, nas províncias de Inhambane e Sofala, por o primeiro ter sido um SNASP perigoso que, na Assembleia da República e de forma fria, anunciou que os opositores politicos foram eliminados.
O segundo por não questionar nada. Tem olhos e boca, mas não vê nem fala. A ponte sobre o Rio Lugela, que liga Mocuba ao distrito de Lugela, poderia ter o nome de Bonifácio Gruveta, dirigente da Frelimo, um exímio na desflorestação da Zambézia.
É inaceitável que partidos com assentos no parlamento, onde, por mês, têm sacos de dinheiro, recebam da Comissão Nacional de Eleições fundos de forma proporcional à sua representação e os demais partidos extraparlamentares apanhem migalhas quando falta poucas semanas para o início da corrida. Isso é mesmo dois peixes com legumes!
O adversário do MDM não é a Renamo, mas, a Frelimo, que detém o poder de Estado, para evitar que Moçambique não vire Coreia do Norte ou Irão, governados por clãs alargados que viciam a CNE e o STAE para apitarem a favor deles, marcando penalties inventados. O partido Renamo não é detentora do poder, por isso, não é adversária do MDM. MDM vai às eleições para arrancar o poder porque quer governar Moçambique, diz Simango. Jogamos a sério.
O vento sopra.


( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax de 6/8/09 )

2 comments:

Shirangano said...

Isso só acontece em Moçambique onde o povo continua amedrontado/idolatra, os dirigentes não se fazem de rogados e dinheiro a jorros para viagens-pre-campanha-eleitoral-do-PR nunca faltou. E, a primeira coisa que fizeram, desde que tomaram o poder, foi acumular riqueza e amplia-la para lá do insuportável.
Um abraço!

JOSÉ said...

Essa é a triste realidade que se esconde por trás do discurso demagógico.
Felizmente, já há muita gente que não se deixa enganar.

Abraço forte!