Monday 17 August 2009

Jovens comemoram seu dia na exclusão



MAPUTO – Comemorou-se, nesta terça-feira, 12 de Agosto o Dia Internacional da Juventude e Moçambique não fugiu à tradição. As várias associações juvenis juntaram-se e marcharam, por várias artérias da capital do País, Maputo, exaltando as suas principais preocupações.
A comemoração vem numa altura em que os inúmeros problemas que afectam a população jovem, que constitui o grosso da população moçambicana, estão, nos últimos dias, a vir ao de cima, polarizando vários debates, aos mais diferentes níveis, que, aliás, têm sido marcados pela massiva afluência dos jovens.
No entanto, teve lugar, semana passada, na cidade da Matola, província de Maputo, a Reunião Nacional da Juventude organizada pelo Conselho Nacional da Juventude, CNJ, que contou com presença muito fraca de jovens, facto que foi interpretado como sendo resultado da deplorável
reputação que o CNJ têm, perante a opinião pública jovem.
A ausência de políticas que possam responder às reais necessidade dos jovens, com maior destaque, para os que se encontram a viver nos principais centros urbanos continua na senda das discussões.
Os jovens muito não anseiam, senão uma política clara de habitação e emprego que os possa ajudar a traçar, de forma individual, o seu auto desenvolvimento, a curto e médio prazos.
A questão principal, política de habitação e de emprego, vem sendo debatida, há vários anos, mas já passaram, até agora, três mandatos, por sinal, sendo o mesmo partido no poder, Frelimo, todavia, os interesses da juventude ainda estão reféns da vontade política.
Aliás, foi com o espírito de mudar este triste quadro que o Parlamento Juvenil, uma agremiação de monitoria de assuntos juvenis, organizou, recentemente, a ronda de debates com os candidatos inscritos, no Conselho Constitucional, à Presiência da República, nas eleições presidenciais, legislativas e, pela primeira vez, nas assembleias provinciais, que terão lugar, no dia 28 de Outubro próximo.
De acordo com o presidente do Parlamento Juvenil, PJ, Salomão Muchanga, esta medida surge no âmbito de muitas reclamaçõs que os joves têm apresentado, que têm a ver com o incumprimento das promessas feitas, nas campanhas eleitorais.
Segundo Muchanga, o encontro servirá para os candidatos dizerem à juventude aquilo que são os seus programas para esta faixa etária. “Queremos, com esta ronda de debates, saber, junto aos candidatos, a quantas anda a acautelação dos interesses da juventude, na agenda política dos candidatos. Até que ponto os manifestos leitorais reflectem as reias necessidades da juventude, para que, de forma equiparada, se possa ver o candidato que melhor plano exequível apresentar”
O presidente do PJ afirmou, ainda, que se está a viver uma época em que a juventude tende a transfigurar-se e adoptar uma outra mentalidade, relativamente aos assuntos políticos.
A ronda de debates e testes de com os prováveis futuros presidentes previa colocar na mesa os potenciais candidatos, nomeadamente, Armando Guebuza, candidato à sua própria sucessão, da Frelimo, Afonso Dhlakama da Renamo, Davis Simango do recém criado MDM, Raul Domingos do PDD e Yacub Sibindy do PIMO.
As expectativas da juventude ficaram frustradas, pois, os mais importantes candidatos, do ponto de vista do número de votos arrecadados, nas últimas eleições, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama gazetaram o encontro, envocando razões de agenda, facto, também, interpretado pela juventude como sendo o corolário da quilo que os mesmo tê vindo dizer, em relação ao lugar da juventude moçambicana, na agenda políica dos governantes e políticos.
Um outro dado importante e curioso foi a forma como os meios de comunicação social, sobretudo, as televisõess abordaram o facto, pois, deram como gazatador, apenas, o “Obama de Moçambique e nenhuma imprensa disse que, também, Guebuza tinha faltado ao encontro.
No tocante ao encontro “frente-afrente”, o pontapé de saída foi dado pelo presidente do PDD, Raul Domingos e por Yacub Sibindy do PIMO, onde ambos foram unânimes ao afirmar que, nos seus programas de governação, caso venham a ser eleitos presidentes da República, os jovens conhecerão um outro futuro, pois, poderão contar com um programa envolvente, no qual os enteresses da juventude merecerão um particular destaque.
O presidente do PIMO destacou que, no seu manifesto, as questões como as estratégias e políticas de habitação, emprego, saúde para os jovens e a participação ou exercício da cidadania, na governação, merecerão atenção destacada. Sibindy disse que o PIMO apresentou se manifesto eleitoral para que a juventude apresente sua opinião, relativamente aos assuntos que os dizem respeito e que não tenham sido abordados, com eficácia.
Já o presidente do PDD falou da questão das políticas de emprego e habitação como sendo uns dos principais pilares do seu manifesto, em relação à juventude e apontou, também, para a luta pragmática contra o HIV/ SIDA, tendo criticado bastante os moldes actuais de atendimento às necessidades da juventude.
Por seu turno, o último, por sinal o mais aguardado, depois do PR, Davis Simango, do MDM, disse que o seu partido, sempre, tem vindo a trabalhar com a juventude. Segundo disse, o MDM é um partido formado de jovens que aspiram esperança e vitória.

(MG, A Tribuna Fax, 13/08/09)

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