Thursday 27 August 2009

Chipande advoga enriquecimento fácil (2)



O destituído presidente da Madagáscar, Mark Ravalomanana, foi expulso do poder por desconhecer as fronteiras que separa a coisa pública dos seus negócios. Os acordos de exploração de fosfatos envolvendo suas empresas e multinacionais aceleraram a sua queda, para além das ilegalidades que andavam a praticar. Mark Ravalomanana dissolveu a assembleia nacional por não dar a carta branca para alterar a constituição. Quando mexeu no presidente da câmara da capital, Antananarivo, o fio arrebentou e foi bater com a testa no fundo da desgraça.
Para pôr cobro a práticas de recorrer aos cofres públicos e esquemas viciados para se tornarem ricos, Moçambique está a precisar de politicos corajosos e determinados a convencer o povo de que já amanheceu e chegou o momento para outro galo cantar bem alto. O País não pode continuar sendo uma coutada dos que se proclamam libertadores exclusivos da pátria. Moçambique é Para Todos o que significa que todos têm direito a serem ricos, mas, com base no trabalho honesto.
Moçambique quando chegou à Independência Nacional, em 1975, ocupava o quinto lugar, em toda a África, na indústria metalomecânica. Hoje, já não tem nada. Tem três grandes portos de águas profundas e uma das maiores barragens hidroeléctrica de África. Que proveito tira o governo dos libertadores dessas infraestruturas que o País possui para desenvolver a economia nacional? – Quase nenhuma, respondemos nós. Sabem pendurar-se nos negócios do Estado, como foi o caso da reversão da Barragem de Cahora Bassa, cujas negociações da amortização da dívida foi remetida ao segredo dos deuses. Fazem segredo com negócios públicos?! A riqueza ostensiva dos que se proclamam ricos não é produto de trabalho honesto – provem do que tiram do Tesouro, dos roubos nas instituições públicas, tráfico de droga e da devastação das riquezas de que o País dispõe.
Apesar de lamentáveis declarações de Chipande, no partido governamental, existem pessoas honestas que fazem a vida sem roubar nem recorrer a fundos públicos. As desigualdades sociais socioeconómicas resultam da disfunção do sistema político que não dá as mesmas oportunidades aos cidadãos. As desigualdades não são predestinadas por Deus.


( Edwin Hounnou, A Trinuna Fax, 24/08/09 )

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