Monday, 20 August 2012

Os Incompetentes da Pátria Amada

À semelhança das distinções que são atribuídas aos profissionais nas diversas áreas a nível mundial, o Governo moçambicano devia ser distinguido pela sua tamanha incapacidade e incompetência de corar de vergonha a todos nós. Olhando para a situação actual em que o nosso país está mergulhado, chega-se a uma conclusão incontestável: O Presidente da República “empregou” quase todos os incompetentes que existiam no mercado nacional para conduzir o povo à desgraça.
Se antes havia alguma réstia de incerteza, presentemente parece que ninguém tem dúvidas de que somos um país governado por um grupo de indivíduos que continua a apostar apaixonadamente no atraso do seu povo.
Apesar de 37 anos de independência, Moçambique nunca teve um dos melhores índices de qualidade de vida e uma Economia próspera e controlada, nem conseguiu ser auto-sustentável na produção de alimentos e dispor de um sistema de Saúde e de Educação funcional e tão-pouco foi capaz de criar uma rede muito bem estruturada de transportes públicos.
Falando em transporte público (se é que se pode falar nisso em Moçambique), todos os dias centenas de milhares de moçambicanos são obrigados a fazer um malabarismo hercúleo para chegar até ao posto de trabalho. Como se não bastasse a dor de cabeça que é o alto custo de vida e o deficitário acesso à Saúde e à Educação, a população moçambicana tem de viver com mais esse insuportável problema na cabeça: escassez de transporte.
É preocupante num país como o nosso, rico em recursos minerais e naturais e, ainda por cima, um dos maiores produtores mundiais desse combustível, perto de 30 autocarros da Empresa Municipal de Transportes Públicos de Maputo encontrarem-se parqueados devido à ruptura de stock de gás natural, resultante do péssimo serviço que a única empresa autorizada a vender aquele combustível em Moçambique tem vindo a prestar à nação.
Assistimos aos “Incompetentes da Pátria” a fazerem grosseiras asneiras, adquirindo 150 autocarros sem acessórios e de péssima qualidade, para convencer o povo de que estão preocupados com o seu bem-estar. Assistimos à criação de gabinetes disto e daquilo, à implementação de projectos de natureza diversa e de importância obscura, em detrimento de políticas sociais e públicas.
Há aproximadamente quatro décadas que o povo vive na menoridade e como súbdito da política pervertida limitando-se apenas a dizer “viva” às decisões duvidosas e a obedecer cegamente. Os “Incompetentes da Pátria”, mentirosamente, prometeram aos moçambicanos que se os elegessem seriam fiéis servidores, e o povo na ingénua convicção elegeu. Mas a primeira coisa que eles fizeram foi armarem-se até aos dentes para acomodar a corrupção e o nepotismo, em detrimento dos legítimos interesses da maioria oprimida.
Os improdutivos de que é feito o nosso Governo nunca souberam trazer contribuições salutares para a nação, pelo contrário, limitam-se a empurrar para o abismo o povo que, com o suor do seu trabalho em troca de salários de fome, alimenta os carros de luxo, as viagens para o exterior em classe executiva, e outros caprichos.
Acreditamos que o povo moçambicano irá despertar do coma e abandonará a domesticação e a menoridade a que tem sido submetido. Os moçambicanos terão a consciência de que existe neles um poder revolucionário capaz de os tornar senhores dos seus destinos. Quando esse dia chegar, a mudança será profundamente revolucionária.

Editorial, A Verdade

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