Os nossos leitores elegeram os seguintes xiconhocas na semana finda:
Unidade de Intervenção Rápida
A Unidade de Intervenção Rápida (UIR), outrora Força de Intervenção Rápida (FIR), consta da categoria dos xicos por ter impedido, no sábado passado, a marcha pacífica de repúdio ao assassinato do constitucionalista Gilles Cistac, em Maputo. A mesma atitude insana e repudiável, que consistiu na restrição deliberada do direito previsto na nossa Constituição, aconteceu na Beira, onde os estudantes foram proibidos de dizer basta ao estado de sítio imposto pelos criminosos. O direito à voz é de todos os cidadãos e quando é exercido segundo estabelecem as leis nuca deve ser coarctado. Esperamos que a vergonha a que a UIR se submeteu naquele dia tenha definitivamente ficado para a história. Não queremos em Moçambique uma Polícia cujo modo de vida é igual ao da Grécia antiga, em que a participação de gente na política e democrática, acima de tudo, era restringida a um pequeno grupo de pessoas.
Salvador Talapa e Maranguene Pelembe
A impunidade voltou a reinar em Maputo perante actos terminantemente desprezíveis protagonizados pelos filhos de dirigentes ligados ao partido no poder. Salvador Talapa, filho da chefe da bancada da Frelimo no Parlamento, Margarida Talapa, recorreu a uma arma de fogo da qual se apossou ilegalmente para andar deliberadamente aos tiros na Vila Olímpica, onde semeou pânico. É isto que os seus pais ensinam ao miúdo? Maranguene Pelembe, que veio ao mundo pelas entranhas da vice-ministra dos Combatentes, Maria Pelembe, e do general na reserva, João Pelembe, também deu sinais evidentes de que na sua casa se defende o belicismo. Sobre este jovem não podíamos esperar outro tipo de comportamento já que nasceu e cresceu numa família de combatentes.
Frelimo
No sábado passado, centenas de cidadãos, entre activistas da sociedade civil, políticos, estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e gente anónima, saiu à rua para exigir justiça pela morte bárbara do Professor Gilles Cistac. Os militantes da Frelimo e os analistas descartáveis que compõem o repugnante G40 não bramiram. Ao que tudo indica, eles não só ignoraram o acontecimento como também fingiram que gritos de revolta, tais como “os tiros não matam a liberdade, o que valem as ideias sem homens para pô-las em prática, queremos viver sem medo, exigimos justiça, em Moçambique não existe liberdade, nenhum cidadão deve ser julgado à margem da lei”, não chegavam aos seus ouvidos. Com este tipo de insensibilidade, agravada pelo facto de a opinião pública pensar que a Frelimo está envolvida na morte de Gilles Cistac, somos forçados a acreditar que este partido esteve ausente por vergonha...
No comments:
Post a Comment