O Presidente, Filipe Nyusi, está disponível para se encontrar novamente com o líder da Renamo, principal partido de oposição, Afonso Dhlakama, para garantir a paz no país, disse hoje o seu porta-voz, António Gaspar.
"O senhor Presidente (da República) está sempre disponível para dialogar seja com quem for, com o senhor Afonso Dhlakama também está disponível para o diálogo", afirmou Gaspar, respondendo aos jornalistas, no final de um encontro entre Filipe Nyusi e representantes de organizações da sociedade civil.
Questionado sobre a marcação de uma data para uma eventual reunião entre os dois líderes, o porta-voz do chefe de Estado disse desconhecer qualquer decisão nesse sentido.
"Não posso adiantar datas, porque não sei, o que eu posso garantir é que o Presidente está sempre disponível para dialogar, porque quando diz que tem na sua cabeça a paz, significa que está disponível 24 horas sobre 24 horas", insistiu António Gaspar.
O conselheiro presidencial afirmou que os membros das organizações civis presentes no encontro transmitiram ao chefe de Estado a sua inquietação em relação às ameaças à paz e ao medo de uma nova instabilidade.
"No essencial, discutiu-se aquilo que a sociedade civil trazia como preocupação, a nota dominante era a paz, o medo e, sobretudo, a sua disponibilidade em poder contribuir e apoiar as ações do Presidente da República em relação às iniciativas de paz", afirmou o porta-voz do chefe de Estado.
Entre as personalidades que se encontram hoje com o chefe de Estado, incluem-se Graça Machel, o escritor Mia Couto e o bispo anglicano Dinis Sengulane.
Na semana passada, os mediadores das negociações entre o Governo e a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) sugeriram a Afonso Dhlakama que se reúna com o chefe de Estado, de forma a que os dois dirigentes ultrapassem o impasse que se regista no processo negocial.
Em declarações à Lusa, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, disse que o líder do movimento também está disponível para um encontro com Filipe Nyusi.
Moçambique vive um momento de incerteza, devido às ameaças do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, de governar pela força nas províncias onde o movimento ganhou nas eleições gerais de 15 de Outubro, caso a Assembleia da República, dominada pela Frelimo, partido no poder, chumbe um projecto de lei do movimento que preconiza a criação de províncias autónomas.
O braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança confrontaram-se durante cerca de ano e meio, no centro do país, na sequência da crise política e militar no país.
As confrontações terminaram formalmente a 05 de Setembro do ano passado, após a assinatura do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares entre o então chefe de Estado, Armando Guebuza, e o líder da Renamo.
As negociações prosseguiram desde então, mas estão bloqueadas em relação ao desarmamento da Renamo.
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