Chimoio, Moçambique, 25 mar (Lusa) - O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, condenou hoje os confrontos que envolveram os seus apoiantes e a Polícia moçambicana em Chimoio, centro de Moçambique, considerando uma "brincadeira desagradável" a proibição do comício do maior partido da oposição.
A polícia moçambicana e apoiantes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) envolveram-se em confrontos quando as autoridades proibiram um comício do líder do partido, no habitual local das reuniões de Afonso Dhlakama em Chimoio, capital da província de Manica.
"Foi uma brincadeira desagradável e uma provocação clara da polícia", disse à Lusa Afonso Dhlakama, à saída do campo do bairro 7 de Setembro, para onde foi deslocado o comício, que se iniciou cerca das 17:40 locais (15:40 em Lisboa), quase duas horas depois do previsto, para permitir a movimentação a pé de milhares de pessoas que lotaram o novo lugar improvisado.
"Seria rebaixar-me responder a esta provocação", declarou Afonso Dhlakama, que classificou a população e os seus apoiantes como "heróis vivos", por terem superado o medo dos confrontos com a polícia e dirigido para o local do comício, onde líder do partido falou de pé numa a partir da caixa de uma viatura com um megafone.
Segundo as autoridades policiais, o comício, que devia iniciar-se às 15:30 locais no Estádio Municipal do Chimoio não tinha autorização e foi montado um cordão de segurança que apoiantes da Renamo tentaram atravessar.
Inicialmente tratava-se apenas de membros da organização que tencionavam recuperar as cadeiras e símbolos do partido dentro do estádio, mas que depressa foram seguidos por populares com o objetivo de ocupar o recinto.
Os elementos da Polícia da República de Moçambique, Força de Intervenção Rápida e Grupo Operativo Especial responderam com gás lacrimogéneo, balas de borracha e também munições reais.
Segundo o diretor da Ordem Provincial, José Roberto, dos confrontos resultaram detenções e feridos, em número não divulgado, mas nenhum deles se deveu à utilização de balas reais, assegurando que os agentes que usaram essas munições serão punidos.
Elementos da guarda da Renamo deslocaram-se também para o local, com ordens para serenar a população.
Um deles chegou a dar uma bofetada num polícia, mas os confrontos não se generalizaram aos homens armados do partido da oposição.
"A dívida ficou com eles [a Polícia e o Conselho Municipal, que gere o estádio]. Eles vão pagar esta dívida de forma tripla", afirmou.
Na terça-feira, homens da guarda da Renamo empurraram elementos da Força de Intervenção Rápida que barravam a sua passagem, antes de outro comício de Afonso Dhlakama, no distrito de Manica.
Lusa
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