Não se pode brincar com o fogo ou ignorar que o fogo queima. Quando a PRM procura travar a realização de um comício de Afonso Dhlakama em Manica e no Chimoio, está agindo com ordens de um determinando comando.
Aquilo que não e diz e que não comunica aos cidadãos é que existe uma agenda claramente dupla por parte do Executivo. O Governo provincial de Manica é dirigido por um governador que antes era ministro do Interior do Executivo de Armando Guebuza. Pode parecer estranho, mas o que aconteceu em Manica é a demonstração inequívoca do que se terá decidido como estratégia a seguir. Transformar Manica num bastião da Frelimo, da mesma maneira que Gaza. Afinal, é em Manica que estão baseados importantes interesses económicos e financeiros de figuras bem conhecidas da nomenclatura moçambicana. Colocar um “durão” na província pode garantir a sobrevivência desses interesses, mas também pode ser ou tornar-se problemático para os mesmos.
Na escolha dos governadores, houve uma soma de critérios que foram meticulosamente seguidos.
Agora, para quem ainda tinha dúvidas sobre quem manda no Executivo moçambicano, as dúvidas devem estar diminuindo aceleradamente.
Marionetes são figuras historicamente conhecidas, e a sua acção também é conhecida.
Face ao que está acontecendo no terreno político, com pressões e contrapressões desgastantes visando a manutenção do poder político, peça-chave para o acesso ao poder económico e financeiro, a gestão dos processos subsequentes pode trazer novidades.
Até que ponto teremos uma gestão conducente à manutenção da paz?
As conversações entre a Renamo e o Governo parecem estar decorrendo entre dois partidos e, nesse sentido, é AEG quem puxa os cordelinhos. Filipe Jacinto Nyusi está claramente fora da jogada no Centro de Conferências “Joaquim Chissano”. A equipa negocial dita do Governo obedece a uma agenda da “Pereira do Lago”. Alguém na blogosfera já definiu FJN como primeiro-ministro.
Face às fraquezas congénitas locais e às fragilidades legais, AEG surge mais forte do que Vladimir Putin, num rocambolesco processo de manutenção do poder por via de “ausências” orquestradas no comando central do partido. Não tem necessidade de se ausentar do Kremlin local, ou mudou simplesmente de residência, continuando a manter todos os poderes que possuía nos tempos de PR e presidente da Frelimo. Conformar-se com a CRM foi um mero expediente descartável, sempre que se mostre necessário. O poder continua firmemente nas mãos de AEG.
Filipe Jacinto Nyusi “entrou numa fria”. Quem sonhava que ele se tornaria o representante no poder executivo do general Alberto Chipande e outros generais do Norte, enganou-se. Esperamos, como moçambicanos, que a Frelimo seja adulta e sobretudo patriótica para tomar decisões consentâneas com os reais interesses de Moçambique, não decisões que, precavendo interesses individuais-privados, coloquem em risco a estabilidade nacional.
Existe uma imagem indelével de que quem governa confia na PRM/FADM controlados pelo partido Frelimo. As mensagens que estas forças de defesa e segurança lançam são de que estão realmente dispostas e preparadas para defender o regime do dia. Apercebe-se sem esforços que não existe um aparato de defesa e segurança republicano e em obediência às leis do país, da Constituição da República de Moçambique.
Afinal, muita da manifesta arrogância baseia-se naquele pressuposto conhecido das “costas quentes” que alguns continuam a pensar que possuem.
Não há como entender que não se registem avanços negociais no CCJC senão através de conclusões do tipo: alguém não quer que haja sucesso negocial. E quem não quer esse sucesso? A resposta só pode ser encontrada entre os detentores do poder. E quem detém o poder? Aqui torna-se claro o significado de “marionete” em termos políticos.
Não há que inventar coisa alguma por estes dias. Moçambique está entre um “colete-de-forças” dos que se agarram ao poder de forma intensa, que pode concorrer a qualquer momento para a violência.
É difícil ver um Comité Central “dócil” trazendo alguma novidade.
A acção recente da PRM em Manica é sintomática das tendências que o Governo está disposto a seguir nos próximos tempos.
Enfraquecer os que se poderiam opor ao pretendido e sufocar qualquer tentativa de emergência de oposição interna tem sido a estratégia, mesmo antes do Congresso de Pemba. Isso tem sido escrupulosamente seguido pela equipa de um “comissário político” zeloso e experiente.
Com a força e pujança adquirida e regularmente consolidada, vai-se ter um Comité Central que poderá ser a reedição do último, que decidiu Filipe Jacinto Nyusi como candidato da Frelimo às presidenciais de Outubro de 2014.
Maquiavel estará em evidência e os dinossauros far-se-ão sentir e ouvir.
No fim, o que os moçambicanos realmente querem é que não seja mais um “rato parido pela montanha”.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
Aquilo que não e diz e que não comunica aos cidadãos é que existe uma agenda claramente dupla por parte do Executivo. O Governo provincial de Manica é dirigido por um governador que antes era ministro do Interior do Executivo de Armando Guebuza. Pode parecer estranho, mas o que aconteceu em Manica é a demonstração inequívoca do que se terá decidido como estratégia a seguir. Transformar Manica num bastião da Frelimo, da mesma maneira que Gaza. Afinal, é em Manica que estão baseados importantes interesses económicos e financeiros de figuras bem conhecidas da nomenclatura moçambicana. Colocar um “durão” na província pode garantir a sobrevivência desses interesses, mas também pode ser ou tornar-se problemático para os mesmos.
Na escolha dos governadores, houve uma soma de critérios que foram meticulosamente seguidos.
Agora, para quem ainda tinha dúvidas sobre quem manda no Executivo moçambicano, as dúvidas devem estar diminuindo aceleradamente.
Marionetes são figuras historicamente conhecidas, e a sua acção também é conhecida.
Face ao que está acontecendo no terreno político, com pressões e contrapressões desgastantes visando a manutenção do poder político, peça-chave para o acesso ao poder económico e financeiro, a gestão dos processos subsequentes pode trazer novidades.
Até que ponto teremos uma gestão conducente à manutenção da paz?
As conversações entre a Renamo e o Governo parecem estar decorrendo entre dois partidos e, nesse sentido, é AEG quem puxa os cordelinhos. Filipe Jacinto Nyusi está claramente fora da jogada no Centro de Conferências “Joaquim Chissano”. A equipa negocial dita do Governo obedece a uma agenda da “Pereira do Lago”. Alguém na blogosfera já definiu FJN como primeiro-ministro.
Face às fraquezas congénitas locais e às fragilidades legais, AEG surge mais forte do que Vladimir Putin, num rocambolesco processo de manutenção do poder por via de “ausências” orquestradas no comando central do partido. Não tem necessidade de se ausentar do Kremlin local, ou mudou simplesmente de residência, continuando a manter todos os poderes que possuía nos tempos de PR e presidente da Frelimo. Conformar-se com a CRM foi um mero expediente descartável, sempre que se mostre necessário. O poder continua firmemente nas mãos de AEG.
Filipe Jacinto Nyusi “entrou numa fria”. Quem sonhava que ele se tornaria o representante no poder executivo do general Alberto Chipande e outros generais do Norte, enganou-se. Esperamos, como moçambicanos, que a Frelimo seja adulta e sobretudo patriótica para tomar decisões consentâneas com os reais interesses de Moçambique, não decisões que, precavendo interesses individuais-privados, coloquem em risco a estabilidade nacional.
Existe uma imagem indelével de que quem governa confia na PRM/FADM controlados pelo partido Frelimo. As mensagens que estas forças de defesa e segurança lançam são de que estão realmente dispostas e preparadas para defender o regime do dia. Apercebe-se sem esforços que não existe um aparato de defesa e segurança republicano e em obediência às leis do país, da Constituição da República de Moçambique.
Afinal, muita da manifesta arrogância baseia-se naquele pressuposto conhecido das “costas quentes” que alguns continuam a pensar que possuem.
Não há como entender que não se registem avanços negociais no CCJC senão através de conclusões do tipo: alguém não quer que haja sucesso negocial. E quem não quer esse sucesso? A resposta só pode ser encontrada entre os detentores do poder. E quem detém o poder? Aqui torna-se claro o significado de “marionete” em termos políticos.
Não há que inventar coisa alguma por estes dias. Moçambique está entre um “colete-de-forças” dos que se agarram ao poder de forma intensa, que pode concorrer a qualquer momento para a violência.
É difícil ver um Comité Central “dócil” trazendo alguma novidade.
A acção recente da PRM em Manica é sintomática das tendências que o Governo está disposto a seguir nos próximos tempos.
Enfraquecer os que se poderiam opor ao pretendido e sufocar qualquer tentativa de emergência de oposição interna tem sido a estratégia, mesmo antes do Congresso de Pemba. Isso tem sido escrupulosamente seguido pela equipa de um “comissário político” zeloso e experiente.
Com a força e pujança adquirida e regularmente consolidada, vai-se ter um Comité Central que poderá ser a reedição do último, que decidiu Filipe Jacinto Nyusi como candidato da Frelimo às presidenciais de Outubro de 2014.
Maquiavel estará em evidência e os dinossauros far-se-ão sentir e ouvir.
No fim, o que os moçambicanos realmente querem é que não seja mais um “rato parido pela montanha”.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
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