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O crime contra Gilles Cistak não foi um acto isolado do odio rácico. Foi mais um ataque da elite decadente do nosso Estado contra todos aqueles que pensavam que Moçambique já estava a entrar para a puberdade da sua democracia. Foi um golpe contra todos os que, durante estes últimos anos, tem pensado o Estado de forma diferente daqueles que tentam impingir-nos o pensamento único, uma herança que o novo r...
egime parecia disposto a enterrar. Há dias, houve quem escrevesse que estávamos a sair da luz para o túnel. Eu pensava que aquele era um dito exagerado. Mas não!
O crime contra Cistak mostra que há quem nos queira mesmo la no fundo do túnel, formatados para não pensar, não falar nem dizer e, sobretudo, não interpretar a sociedade em que vivemos, desnudarmos os seus nos de estrangulamento; as suas mentiras embrulhadas em papel couché, como verdades para consumo obrigatório; formatados para, de olhos vendados, não vermos o sangue que verte de suas viaturas de luxo e pinta seu palacetes erguidos do nosso suor colectivo.
Mas, então, quem matou Cistak? Foi a elite decadente do nosso Estado, já disse. O móbil e’ o mesmo que levou Carlos Cardoso e Siba-Siba. Como aqueles dois mártires da moçambicanidade, Cistak foi assassinado porque ultrapassou a linha: ele desvendou as possibilidades da redução dos poderes de que essas elites gozam sobre o Estado, os quais incluem o saque e a partilha dos seus recursos para usufruto pessoal. Cardoso e Siba-Siba estavam também desvendando as identidades dos abutres, colocando seus poderes em risco, quando foram barbaramente assassinados. Cistak não inventou nada, apenas interpretou para todos o texto da nossa lei fundamental. O crime que lhe tirou a vida foi, por isso, e também, um crime do poder politico. Não foi um crime do odio rácico.
Marcelo Mosse, A Verdade
O crime contra Cistak mostra que há quem nos queira mesmo la no fundo do túnel, formatados para não pensar, não falar nem dizer e, sobretudo, não interpretar a sociedade em que vivemos, desnudarmos os seus nos de estrangulamento; as suas mentiras embrulhadas em papel couché, como verdades para consumo obrigatório; formatados para, de olhos vendados, não vermos o sangue que verte de suas viaturas de luxo e pinta seu palacetes erguidos do nosso suor colectivo.
Mas, então, quem matou Cistak? Foi a elite decadente do nosso Estado, já disse. O móbil e’ o mesmo que levou Carlos Cardoso e Siba-Siba. Como aqueles dois mártires da moçambicanidade, Cistak foi assassinado porque ultrapassou a linha: ele desvendou as possibilidades da redução dos poderes de que essas elites gozam sobre o Estado, os quais incluem o saque e a partilha dos seus recursos para usufruto pessoal. Cardoso e Siba-Siba estavam também desvendando as identidades dos abutres, colocando seus poderes em risco, quando foram barbaramente assassinados. Cistak não inventou nada, apenas interpretou para todos o texto da nossa lei fundamental. O crime que lhe tirou a vida foi, por isso, e também, um crime do poder politico. Não foi um crime do odio rácico.
Marcelo Mosse, A Verdade
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