O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) questiona a legitimidade do presidente do Partido Trabalhista (PT), Miguel Mabote, de discursar em nome dos partidos da oposição nas festividades dos 35 anos de independência Nacional, sem o prévio consentimento destes. Contudo, o presidente do PT reage dizendo que a direcção do MDM não é coerente e nem tem moral para pôr em causa o seu discurso. Já a Frelimo diz que respeita a liberdade de expressão.
Ismael Mussá, secretário-geral do MDM, disse ao SAVANA que foi com surpresa que acolheu o discurso de Miguel Mabote na Praça da Independência.
É que segundo o SG do MDM, no programa alusivo às cerimónias centrais das comemorações dos 35 anos da independência nacional, em nenhum momento, constava o discurso da oposição, não sabendo que arranjo terá sido feito para se encontrar espaço para que Mabote discursasse.
Mussá avançou referindo que não sabe que oposição Mabote representava na altura, visto que pelo menos o seu partido, apesar de estar representado no parlamento, em nenhum momento terá sido ouvido ou consultado e nem tinha conhecimento de que a oposição teria direito à palavra.
Ismael Mussá interpreta a intervenção de Miguel Mabote como sendo um verdadeiro atentado à democracia.
Para o SG do MDM urge que o Protocolo do Estado venha ao público esclarecer este incidente, sob risco de pôr em causa o significado da cerimónia bem como da própria figura do chefe do Estado, visto que o facto pode criar alguma crispação no seio da comunidade internacional que esteve em massa nas cerimónias.
Sublinha Mussá que mais do que falar em nome da oposição, o discurso de Mabote, interessava aos colaboradores directos do Presidente da República, que viram nisso mais uma oportunidade para “escovar” o seu chefe.
“O MDM é da opinião de que Miguel Mabote quebrou o Protocolo de Estado e isso deve ser esclarecido por quem de direito”, disse.
No entanto, o presidente do PT desvaloriza as inquietações de Mussá referindo que o MDM é que não tem legitimidade para questionar o seu discurso na medida em os seus dirigentes não são coerentes.
Mabote lembrou que num passado recente quer Daviz Simango quer Ismael Mussá não participavam nas cerimónias públicas, talvez porque o presidente deles na altura (Afonso Dhlakama) não os deixava.
Avança referindo que os líderes do MDM tiveram que mudar de partido para alterarem as suas ideias “isso é sinal de incoerência”.
Mabote diz que em vez de questionar o seu discurso que, é um verdadeiro exercício democrático, os responsáveis do MDM deviam aprender do seu partido já que conta com muitos anos de experiencia nestas coisas de participar em eventos públicos.
Já o partido no poder diz que não interfere nas possíveis desinteligências dos partidos da oposição.
Para Edson Macuácua, Secretário para Mobilização e Propaganda do Comité Central da Frelimo, o seu partido não interfere nos aspectos intestinais de organizações da oposição, pois é obreiro do Estado de Direito Democrático e do Pluralismo.
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