Thursday, 10 March 2011

Treze Generais da PRM acusados de desvio de fundos

Um grupo de treze generais da Polícia da República de Moçambique (PRM) foi acusado recentemente pelo Ministério Público (MP) de desvio de fundos da corporação.
O jornal Notícias de Maputo, que noticia o facto na sua edição de hoje, não revela os nomes dos implicados no caso, nem os valores e o período em que os factos ocorreram
O processo relacionado com o assunto, identificado sob o número 773/PRC/07, já se encontra no Tribunal Judicial da Cidade do Maputo e nas mãos de um juiz para a devida tramitação. A partir daí, de acordo com a fonte, caberá ao juiz pronunciar os arguidos, abrindo espaço ao contraditório, caso os interessados assim o solicitarem, ou marcar a data do julgamento.
Os fundos que teriam sido desviados pelos generais em causa destinavam-se, entre outras prioridades, à aquisição de equipamento, uniformes, rações e outros apetrechos necessários à actividade operativa policial. Ao invés, escreve o matutino de maior tiragem em Moçambique, os dinheiros em causa acabaram por ir parar indevidamente nas mãos de oficiais superiores da corporação, que na altura dos factos ocupavam cargos de chefia no Comando-Geral da PRM.
Informações apuradas pelo jornal dão ainda conta que a retirada de fundos terá acontecido pela via da Direcção de Logística e Finanças, que na altura estava encarregue de adquirir equipamento e uniforme de trabalho para os agentes e apetrechar diferentes unidades operativas. Porque tal nunca chegou a acontecer, os agentes da Polícia passaram , em consequência, a confrontar-se com enormes dificuldades para realizar o seu trabalho.
Outros dados apurados pelo Notícias indicam que os generais em causa foram acusados em torno de matérias ligadas a uma empresa supostamente fictícia criada pelo Ministério do Interior e que posteriormente viria a ser usada para drenar parte das verbas.
A Chicamba Investimentos, uma empresa que durante o tempo de vigência só se reuniu uma vez, tinha como sócios os elementos do Comando-Geral da Polícia agora na barra da justiça.
Esta empresa chegou a ser matéria de discussão no julgamento do ex-Ministro do Interior, Almerino Manhenje, com sentença marcada para o próximo dia 22 do mês em curso.
“Devo clarificar que o presente caso não deriva do ‘caso 220 biliões do MINT’. São situações completamente diferentes, embora o primeiro tenha nascido a partir do segundo. Nalguns casos temos as mesmas pessoas a serem ouvidas nos dois processos, mas isso não quer dizer que um dependa do outro. Muita gente já foi e está a ser ouvida neste processo do Comando-Geral e aguarda-se a qualquer momento pelo pronunciamento do juiz” – esclareceu a fonte do Notícias, acrescentando que até aqui nenhum general implicado se encontra detido.

RM

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