Monday 7 March 2011

Moçambique e as parecenças com a Líbia, Tunísia, Egipto & Company

Da mesma maneira que as lideranças de vários países do Magreb e Médio Oriente se apoderam ou apoderaram da riqueza dos respectivos territórios para proveito próprio, fingindo governar, mas subtilmente mantendo o nível de educação formal muito baixo e evitando a todo o transe a profissionalização dos cidadãos, os povos entenderam perfeitamente que a sua primeira grande opção de luta era auto-formarem-se para depois assumirem o poder. Ainda que formados têm estado continuamente a serem atirados para o desemprego e a serem subalternizados por quem tem armas numa mão e a cátedra de analfabetos na outra.
Em Moçambique os sucessivos governos têm estado a iludir o povo. Promessas não cumpridas enquanto as elites engordam é o que se tem visto.
As elites enriquecem cada vez mais, não só em termos de controlo das riquezas minerais, do controlo de amplas áreas de terra arável fértil e da manipulação da pobreza, como bem constatou o professor doutor Castel-Branco quando alertava há dias que “a pobreza é rentável em Moçambique”, como agora até o FMI já o admite.
É afinal a elite política a fazer dinheiro à custa dos doadores que dão para os pobres mas acaba tudo nos bolsos dessa mesma pequena elite arrogante e predadora. É a tal elite que de “PARPA” (Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta) em “PARP” (Plano de Acção para Redução da Pobreza) vai-nos PA(R)PANDO como fizeram as elites do Magreb e do Médio Oriente com os recursos naturais. Os povos daqueles territórios estão a por fim ao PA(R)PANÇO com manifestações e está-se a ver quem falando todos os dias de paz, na hora da verdade perde o verniz e ataca com grande potencial bélico os seus próprios compatriotas. Lá como cá a música para entreter e manter os povos distraídos é sempre a mesma: “o nosso maravilhoso Povo”… Lá como cá a mesma treta: sistemático impedimento de manifestações cívicas, controlo de internet e de sms, balas reais em cima do Povo para depois cantarem: “o povo gosta de mim”…

(Canalmoz / Canal de Moçambique, 04/03/11)

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