Criticou Mazanga, em entrevista ontem
Em declarações ontem à “Lusa”, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, criticou os “gastos excessivos” para a realização das actividades em homenagem a Samora Machel, por considerar que teria sido “interessante que, com a verba, se arranjassem estradas em Chilembene”, na terra natal do ex-Presidente moçambicano. Desde a data de lançamento do Ano Samora Machel, falecido a 19 de Outubro de 1986, a televisão e rádio públicas do país têm divulgado excertos dos discursos do então chefe do Estado sobre diversos temas, incluindo sobre o combate à corrupção. Mas o porta-voz da Renamo alertou para a eventualidade de alguns desses discursos serem “ofensivos” e “chocarem com a realidade actual”, porque num contexto de monopartidarismo em que viveu Samora Machel, chamava os seus opositores de “bandidos armados”. “Samora (Machel) vivia num contexto de monopartidarismo. Hoje, os discursos transmitidos pela televisão e rádio podem chocar com a realidade, apesar de alguns terem sido bons”, referiu Fernando Mazanga. Mazanga descreve agora as palavras de Samora Machel como “propaganda política que não tem nada de substancial” para os dias de hoje.
O porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), José Manuel de Sousa, também criticou a forma como a homenagem está a ser feita, lembrando que, recentemente, as autoridades moçambicanas anunciaram medidas de austeridade. “O MDM não está de acordo que se enalteça uma figura com custos tão elevados, numa altura em que se fala de contenção. Quantas escolas construiríamos?”, afirmou. “Dignificar Samora Machel é criar condições” para os moçambicanos, concluiu.
O País
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