Tuesday 22 December 2009

Urgem melhorias na divisão e distribuição de riquezas nos países africanos

– defende Oldemiro Baloi, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação

Maputo (Canalmoz) – O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, considera que os países africanos têm desenvolvido políticas de endogeneização, sendo que devem melhorar muito nas suas políticas de divisão e distribuição de riquezas, isso para o caso particular dos produtores de petróleo.
Segundo Oldemiro Baloi, a Nova Parceria para Desenvolvimento de África (NEPAD) é projecto africano que veio exactamente para resolver o problema da endogeneização nos países africanos.
“É importante sublinhar que a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África é um projecto ou programa das nações africanas, que visa essencialmente nortear os países na apropriação do desenvolvimento do continente” disse.
Frisou que é uma das políticas da NAPAD levar os países africanos a serem eles mesmo os patronos do seu próprio desenvolvimento. Isso, segundo disse o ministro, acordou que deve ser, ou está a ser, feito através da poupança interna. “O lema é fazer crescer a poupança interna” disse.
Baloi respondia assim a uma declaração feita a semana passada pelo economista e docente João Mosca, segundo o qual, os governos africanos, incluindo Moçambique, não estão interessados na procura de soluções endógenas que os possam levar a um desenvolvimento económico.
Baloi quis saber do académico João Mosca, se as suas declarações eram com base em fundamentos científicos ou era por uma mera e superficial apreciação.
Em resposta Mosca disse que “é difícil aos governos africanos entrarem na linha ruptura e criarem modelos próprios de desenvolvimento económico, porque as suas economias estão atreladas ao exterior”. Não falo que não há competências para reformulação dos seus modelos de economias. Não existe é intenção para tal ruptura e possível reformulação de modelos de economia”.
Disse ainda que o discurso oficial pode mostrar tal vontade mas na prática os interesses são outros. Disse que tudo quanto se diz como desculpas, são argumentos falsos e Moçambique é disso um exemplo evidente.
Exemplificou que Moçambique está muito longe de ter uma economia sonante e livre, isso porque, segundo disse, 80 por cento do investimento nacional é estrangeiro. Quanto à estabilidade orçamental, Mosca disse que 50 por cento ou mais é quase que praticamente proveniente de forma directa do exterior. “Temos ainda aqueles donativos considerados indirectos que adicionados ao donativo directo perfazem pouco mais de 60 por cento. Portanto, a nossa balança de pagamento é externa”, acrescentou o Prof. Dr. João Mosca.
Quanto a uma possível exportação de capital pelos países africanos produtores de petróleo, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que os mesmos têm problemas económicos estruturais que devem ser resolvidos com bastante antecedência, sob pena de nunca o conseguirem fazer.
“Os países africanos - produtores de petróleo - devem resolver os seus problemas estruturais, principalmente o da divisão equitativa da riqueza, pois caso contrário nunca serão exportadores de capital” disse Baloi.

(Matias Guente, Canalmoz, 22/12/09)

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