Beira (Canal de Moçambique) - Não é a multiplicação desenfreada de reuniões que vai salvar o convento. O barco já está metendo água e a estopa ou alcatrão que se coloque não é suficiente para impedir o naufrágio.
Os déficits em produção, a estagnação económica generalizada, a tendência negativa de realizar engenharias estatísticas para apresentar resultados satisfatórios não conseguem no seu conjunto desmentir os factos. O país está doente e em crise grave. Por mais que os seus comissários políticos teimem em apresentar um mar cor-de-rosa a coisa está mesmo feia...
Elasticidade política, que na prática não é mais do que demagogia camuflada serve objectivos de manutenção do poder e não outra coisa.
Com o controle absoluto dos recursos públicos é fácil distribuir guloseimas e conquistar o voto dos menos esclarecidos bem como a obediência dos que são essenciais nos diversos sectores e segmentos do panorama político nacional.
Quase sempre quem aparece em defesa do status quo tem alguma coisa muito importante a perder se algo mudar na liderança nacional.
Os receios de um cataclismo político são usados como factor de fortalecimento da coesão e obediência no seio dos partidos. Do ponto de vista ideológico a propaganda do partido no poder está manifestamente esgotada. Já nada de novo tem a oferecer ou a dizer. Tudo se resume a manutenção de regalias, prerrogativas, salários triplicados, vantagens, unilaterais, e os benefícios da impunidade absoluta no âmbito de sua acção predadora.
Há uma clara manifestação de falência de um modelo político. O recurso a um passado pretensamente glorioso não engana os moçambicanos. O ensaio de uma marcha em regresso ao passado que tem sido visível na actualidade não vai alterar a maneira de pensar das pessoas porque efectivamente todos já são adultos e suficientemente informados sobre os desígnios reais dos promotores de tal agenda. Mesmo o embrulho diferente de tais mensagens não convence. Está claro que estas mesmas pessoas, que durante décadas tem governado o país, já nada de novo trazem na bagagem. Com o poder em si continuamente perseguido só se tem verificado uma corrida para o enriquecimento dos seus detentores. Não há como negar que os “camaradas” se transformaram numa máquina eficiente de produção de corrupção. Também é evidente que os “camaradas” se especializaram em camuflar factos usando para tal o poder de impor linhas editoriais nos órgãos públicos de comunicação social e nos privados que dominam. Dão de comer aos moçambicanos shows e toda a gama de produtos visando domesticá-los e torná-los dóceis, obedientes e sobretudo pouco dados a analisar e criticar.
Brutalização mental é o objectivo final. Com recurso ao seu músculo financeiro, ao domínio inquestionável do acesso aos créditos bancários, à terra, montaram um esquema para se perpetuarem no poder. Mas estes autênticos elásticos políticos tem os seus limites. Os moçambicanos de um modo imperceptível tem aprendido a lição. O que antes engoliam sem questionar hoje é simplesmente vomitado. A aparência de normalidade e de desempenho positivo que se procura vender a todo o custo aos cidadãos é contrariada pelo entendimento e compreensão crescentes da situação real pelos mesmos. As pessoas já entenderam o jogo sujo.
O povo provou o fruto proibido da liberdade e da democracia.
Já não há como regressar ao passado. O espírito aprisionado saiu da garrafa e não há como fazê-lo regressar.
Nem a politização das Forças de Defesa e Segurança, do topo da hierarquia judicial, da direcção das empresas públicas, dos ministérios governamentais, tudo isso, não vai travar a democratização político-económica tão desejada pelos moçambicanos. A repetição enfadonha de discos partidos não embala o sono da maioria dos moçambicanos porque dormem com a barriga vazia. Já perceberam que depois das festas com que os foram enganando acabaram de barriga vazia. Quem em três décadas não conseguiu criar pelo menos condições para os seus idosos e mutilados não merece que se lhe dê mais tempo para provar algo do ponto de vista de capacidade para trazer progresso para o país...
Os déficits em produção, a estagnação económica generalizada, a tendência negativa de realizar engenharias estatísticas para apresentar resultados satisfatórios não conseguem no seu conjunto desmentir os factos. O país está doente e em crise grave. Por mais que os seus comissários políticos teimem em apresentar um mar cor-de-rosa a coisa está mesmo feia...
Elasticidade política, que na prática não é mais do que demagogia camuflada serve objectivos de manutenção do poder e não outra coisa.
Com o controle absoluto dos recursos públicos é fácil distribuir guloseimas e conquistar o voto dos menos esclarecidos bem como a obediência dos que são essenciais nos diversos sectores e segmentos do panorama político nacional.
Quase sempre quem aparece em defesa do status quo tem alguma coisa muito importante a perder se algo mudar na liderança nacional.
Os receios de um cataclismo político são usados como factor de fortalecimento da coesão e obediência no seio dos partidos. Do ponto de vista ideológico a propaganda do partido no poder está manifestamente esgotada. Já nada de novo tem a oferecer ou a dizer. Tudo se resume a manutenção de regalias, prerrogativas, salários triplicados, vantagens, unilaterais, e os benefícios da impunidade absoluta no âmbito de sua acção predadora.
Há uma clara manifestação de falência de um modelo político. O recurso a um passado pretensamente glorioso não engana os moçambicanos. O ensaio de uma marcha em regresso ao passado que tem sido visível na actualidade não vai alterar a maneira de pensar das pessoas porque efectivamente todos já são adultos e suficientemente informados sobre os desígnios reais dos promotores de tal agenda. Mesmo o embrulho diferente de tais mensagens não convence. Está claro que estas mesmas pessoas, que durante décadas tem governado o país, já nada de novo trazem na bagagem. Com o poder em si continuamente perseguido só se tem verificado uma corrida para o enriquecimento dos seus detentores. Não há como negar que os “camaradas” se transformaram numa máquina eficiente de produção de corrupção. Também é evidente que os “camaradas” se especializaram em camuflar factos usando para tal o poder de impor linhas editoriais nos órgãos públicos de comunicação social e nos privados que dominam. Dão de comer aos moçambicanos shows e toda a gama de produtos visando domesticá-los e torná-los dóceis, obedientes e sobretudo pouco dados a analisar e criticar.
Brutalização mental é o objectivo final. Com recurso ao seu músculo financeiro, ao domínio inquestionável do acesso aos créditos bancários, à terra, montaram um esquema para se perpetuarem no poder. Mas estes autênticos elásticos políticos tem os seus limites. Os moçambicanos de um modo imperceptível tem aprendido a lição. O que antes engoliam sem questionar hoje é simplesmente vomitado. A aparência de normalidade e de desempenho positivo que se procura vender a todo o custo aos cidadãos é contrariada pelo entendimento e compreensão crescentes da situação real pelos mesmos. As pessoas já entenderam o jogo sujo.
O povo provou o fruto proibido da liberdade e da democracia.
Já não há como regressar ao passado. O espírito aprisionado saiu da garrafa e não há como fazê-lo regressar.
Nem a politização das Forças de Defesa e Segurança, do topo da hierarquia judicial, da direcção das empresas públicas, dos ministérios governamentais, tudo isso, não vai travar a democratização político-económica tão desejada pelos moçambicanos. A repetição enfadonha de discos partidos não embala o sono da maioria dos moçambicanos porque dormem com a barriga vazia. Já perceberam que depois das festas com que os foram enganando acabaram de barriga vazia. Quem em três décadas não conseguiu criar pelo menos condições para os seus idosos e mutilados não merece que se lhe dê mais tempo para provar algo do ponto de vista de capacidade para trazer progresso para o país...
(Noé Nhantumbo, Canal de Moçambique, 29/04/09)
4 comments:
De facto é necessário reforma, senão reciclagem.
No entanto, não compactuo na plenitude com algumas ideias aqui esplanada. No meu ponto de vista, continuo acreditar que o povo moçambicano, tanto os informados como os não, atingiu o auge da mediocridade. É um povo verdadeiramente medricas ao ponto de ter medo dos dirigentes por ele escolhido.
O comportamento do partido no poder não é nada mais, nada menos que o reflexo da ignorância cogênita do seu povo. Arrisco-me a afirmar o governo moçambicano é o melhor governo de África, quiça do mundo, visto que, o povo não reclama e está sempre satisfeitos, mesmo que esteja a morrer de fome. O que mais sabe fazer é murmurar nas barracas que os dirigentes são corruptos e quase nada fazem para mudar a situação do país.
O Governo moçambicano precisa de ser desafiado nas mesmas porporções do dia 5 de fevereiro.
Amigo Shir, sem dúvida que a falta de crítica é um problema preocupante.Quando estou em Maputo e converso com o cidadão comum, fico chocado com o alheamento em relação às questões políticas. Penso que isto tem a ver com a vergonhosa partidarização da sociedade e o reflexo mais visível é o alto nível de abstenção. Uma das razões apontadas é que não vale a pena questionar e votar porque as coisas não vão mudar.
Esta atitude pessimista aflige-me porque eu sei que não tem de ser assim, o nosso destino está sempre nas nossas mãos e a mudança é mesmo possível. Por vezes fico tentado a concordar com a ideia de que cada Povo tem os governantes que merece mas quero ser positivo e pensar que Moçambique merece mesmo muito melhor. As pessoas teem de tomar a responsabilidade pelo seu futuro e isso só vai acontecer quando a cidadania plena for exercida conscientemente e questionarmos seriamente o que nos preocupa..Eu afirmo sempre que os jovens terão um papel preponderante para a mudança de mentalidade que se deseja.
A mudança é uma necessidade urgente mas estamos atentos para certas tentativas de passarem ideias caducas e recicladas por ideias novas. Queremos mudanças genuínas agora!
Abraço forte!
Sim, os Mocambicanos merecem melhor, devemos de dar oportunidade aos outros para provarem que podem mudar o rumo do nosso pais, a Frelimo provou, ao longo de mais de 3 decadas, que nao e capaz de combater a corrupcao, fome e miseria em que vive a maioria do nosso povo. Assunto para ponderarmos em tempo de eleicoes. Maria Helena
Maria Helena, penso que, exceptuando os frelos extremistas que vao afirmando que as coisas estao bem, ha um consenso de que a mudanca e mesmo necessaria e torna-se evidente que nao sera a frelimo a impulsionar essa mudanca rumo ao progresso, liberdade e democracia.
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