Friday, 3 April 2009

Directores viram comissários políticos

MAPUTO — O deputado da Renamo- União Eleitoral, RUE, pelo círculo eleitoral de Manica, Filipe Primeiro, disse que a maior parte dos directores das escolas pré-universitárias e primárias existentes, no País, viraram comissários políticos, a favor do partido no poder, Frelimo.
“Temos directores de escolas que se comportam como comissários políticos. Obrigam professores a serem membros do partido, além de lhes descontar um porcento do salário para quotas obrigatórias do partido”, acusou Primeiro, durante as solicitações feitas por aquela bancada sobre a melhoria da qualidade de ensino, no País.
O deputado denunciou que se instalam células da Frelimo, nas escolas, os professores são obrigados a tratar cartões de membro, e como os directores agem como comissários políticos, os docentes têm medo de sofrer represálias. Acabam tratando cartões e aceitam ser descontados o valor de quotas, mesmo sem estarem de acordo.
A fonte questionou que se a educação passa pela formação do homem do amanhã, como é que professors ficam 10 anos na mesma categoria. Acrescentou que a qualidade de ensino é baixa, as crianças terminam ensino secundário e não estão em condições de enfrentar o mercado de emprego.
Outro problema levantado por este deputado está relaccionado com a qualidade de ensino, tendo dito que o Sistema Nacional de Educação está a escangalhar o ensino e os novos curricula são a base da baixa qualidade de ensino, no País. “Os cursos de capacitação servem para encherem os bolsos de alguns dirigentes e os professores em formação tomam umrefresco e comem arroz com carapau”.
Para Madalena Francisco, também da Renamo, a qualidade do ensino é má, deixa a desejar e o Ministério da Educação e Cultura ainda não assumiu o sector com afinco.
“O Governo está preocupado em antigir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que prevêem quantidade e não qualidade”, disse apontando o exemplo de salas que andam superlotadas, falta de carteiras, existência de alunos que estudam ao relento, o livro de disbribuíção gratuita que é insuficiente, obras que não são de qualidade desejada, entre outros.
Carolina Chemane da Frelimo, é da opinião contrária. Disse que a qualidade
de ensino não é das melhores mas é a possível, neste momento.
“Hoje a situação é diferente. Existem escolas como Zequias Manganhela, Heróis Moçambicanos, Emílio Guebuza, Kiss Mavota, secundária da Catembe
entre outros”, disse.
O Ministro do pelouro, Aires Ali, disse que a qualidade de ensino continua sendo um desafio. “O comprometimento do Executivo é continuar a lutar para formar mais e melhores professores”,disse Ali.

(Cláudio Saúte, ATribunaFax, 02 de Abril de 2009)

2 comments:

Anonymous said...

Isto so vem comprovar tudo o que tenho sempre dito. Mocambique nao e um pais democratico. Nao existe transparencia governamental. A qualidade de ensino e pessima. Nao existe separacao entre poder judicial e governo. Temos de ser membros da Frelimo e pagar as nossas quotas ao partido, se queremos progredir a nivel profissional ou ter direito a ocupar cargos na funcao publica. Temos de mudar Mocambique, temos de apostar na democracia e num pais livre para TODOS. O MDM e uma lufada de ar fresco para todos. Meditemos e reflictamos. Maria Helena

JOSÉ said...

A partidarização da sociedade é o grande cancro de Moçambique.

Moçambique para todos!