Saturday 29 March 2014

“Concentração excessiva de poder do PR contribui para corrupção e miséria”, diz o presidente do MDM

O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força politica, disse hoje que a excessiva concentração de poderes do Presidente da República contribui largamente para o aumento da corrupção e miséria no país.
Daviz Simango, disse que os entraves da administração para o desenvolvimento socioeconómico e político saudáveis, se devem à estrutura constitucional vigente, do regime presidencialista, que atribui amplos poderes ao Presidente da Republica (PR), deixando a massa "refém de um núcleo governativo".
"A experiência da vida, ensinou-nos que poderes excessivos nas mãos de um único homem conduzem a abusos e arbitrariedades contra os cidadãos" declarou Daviz Simango, que falava hoje em Chimoio, Manica, centro de Moçambique, na abertura do II Conselho Nacional do MDM, que se reúne até domingo.
O responsável disse que a governação se tornou na "arte de engordar" poucos com a miséria de muitos, sustentando que a redução de poderes, que o MDM defende, pretende virar a "inoperância da política" que está a levar a população ao desespero, miséria, fome e morte.
"Enquanto uns vegetam, a minoria esbanja" precisou Daviz Simango, em alusão à governação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), há quase quatro décadas no poder, adiantando que "um país sem moral, solidariedade e cultura é um país em crise, como se pode testemunhar em Moçambique".
Contudo, segundo Daviz Simango, o MDM preconiza a redução do poder do PR, implementando o princípio de limitação de mandatos dos poderes executivos, legislativos e judiciários, que inclui libertar os juízes e procuradores da interferência do poder político, além do ajustamento de algumas instituições.
As renovadas promessas, sem antes se terem cumprido as anteriores, disse, assemelham-se à construção uma longa escadaria, à qual vão faltando degraus.
"A falsificação da história e a recusa permanente de aceitar-se que é possível conviver entre todos, alternar democraticamente o poder e construir um Moçambique, guiado pelos nobres preceitos da democracia, levaram a que de modo lento se caminhasse para uma confrontação que era evitável", disse Daviz Simango, referindo-se à actual tensão política que opõe o governo e a Renamo.
Daviz Simango considerou estas eleições como o momento para o MDM estudar e analisar a situação do pais em todas as suas vertentes, lembrando que as vitórias eleitorais recentes do MDM, em cidades e vilas importantes do pais, "são indicativos fora de qualquer questionamento".
Nas municipais de 2013, o MDM aumentou de dois para quatro o número de autarquias sob sua gestão, incluindo as três principais cidades pais - Beira (Sofala), Quelimane (Zambézia) e Nampula.
"As próximas eleições não podem ser mais do mesmo, não será bom nem para os moçambicanos nem para o país.
É tempo do nosso voto dizer basta, e de dar um recado claro e afirmar que é preciso uma alternativa", apelou Daviz Simango.
O II Conselho Nacional do MDM deverá analisar e deliberar sobre importantes matérias, que incluem a nomeação do seu candidato presidencial, que serão a base de preparação plena, organizada, programada e prevenida nas próximas eleições gerais (presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais).

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