Thursday 12 December 2013

José Pacheco, Alberto Vaquina e Filipe Nyussi são pré candidatos da Frelimo para as presidenciais de 2014

Todos delfins de Guebuza


Guebuza tem controlo sobre qualquer um dos três pré-candidatos, o que quer dizer que caso o candidato da Frelimo vença as eleições presidenciais, na prática Armando Guebuza continuará Presidente da República, via partido onde é presidente. Foi a estratégia encontrada por Guebuza para não abandonar o poder.

Maputo (Canalmoz) – É oficial. Alberto Vaquina, actual primeiro ministro e membro da Comissão Política do partido Frelimo, José Pacheco, actual ministro da Agricultura e também membro da Comissão Política e Filipe Nyussi actual ministro da Defesa, são os pré candidatos que a Comissão Política do partido Frelimo escolheu para, dentre eles, encontrar o candidato às eleições presidenciais de 2014. Faltam apenas 10 meses para as eleições.
De acordo com um comunicado de imprensa do partido Frelimo, estes nomes foram avançados na reunião da Comissão Política havida nesta quarta-feira. “A Comissão Política, nos termos do artigo 61, no3, alínea j), dos Estatutos da Frelimo, deliberou propor ao Comité Central, para pré-candidatos à candidato da Frelimo, para o cargo de Presidente da República de Moçambique, nas eleições presidenciais de 2014, os camaradas membros da Comissão Política José Candugua Pacheco, Alberto Clementino Vaquina e o Membro do Comité Central, Filipe Nhussi” refere o comunicado.
A reunião do Comité Central que irá deliberar sobre quem, de entre os três pré candidatos, será de facto o candidato da Frelimo às presidenciais, vai decorrer no próximo dia 22 de Dezembro corrente, na escola do partido Frelimo na Matola.
Mas estes nomes foram, na verdade encontrados na reunião havia no sábado último, 07 de Dezembro na vila de Namaacha, província de Maputo. Guebuza reuniu a Comissão Política sem direito a cobertura da imprensa nem secretariado. Com estes três pré-candidatos a Frelimo resolve um antigo mas incómodo problema da regionalização. Todos eles são naturais das zonas centro e norte, o que quer dizer pela primeira vez a Frelimo terá um candidato que não seja da zona sul do País.
Os três pré-candidatos são todos considerados delfins de Guebuza. Assim, confirma-se mais uma vez a imposição da vontade de Armando Guebuza. Consta que a aposta de Armando Guebuza é mesmo José Pacheco, actual ministro da Agricultura e chefe da delegação negocial do Governo na crise político militar com a Renamo. Alberto Vaquina é preferência de Margarida Talapa, chefe da bancada da Frelimo na Assembleia da República, uma das mulheres mais fortes da ala Guebuza. Filipe Nyussi é tido como o homem que vai fazer o “papel de candidato”, mas sem hipóteses de ser escolhido pelo Comité Central.


Ala Chissano sai derrotada


Sabe-se que a ala Chissano também já tinha preparado os seus candidatos, nomeadamente: Luisa Diogo, antiga Primeira-ministra, Eduardo Mulémbwè, antigo presidente da Assembleia da República e Eneias Comiche, antigo edil da cidade de Maputo. Como a ala Guebuza é que controla toda a Comissão Política, estes nomes não colheram simpatia, até porque a relação com a ala Guebuza não é saudável. Estes membros, tidos como competentes e da ala intelectual, têm sido permanentemente combatidos pela ala Guebuza que neste momento parece ter o total controlo sobre o partido. Dia 22 de Dezembro será o dia de todas as decisões, mas a nota assente é que Guebuza tem controlo sobre qualquer um dos três pré candidatos, o que quer dizer que caso o candidato da Frelimo vença as eleições presidenciais, na prática Armando Guebuza continuará a dirigir o País via partido onde é presidente. Foi a estratégia encontrada por Guebuza para não abandonar o poder.

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