Friday 8 November 2013

Moçambique: Refém português livre dos raptores



A Escola Portuguesa tem polícias à porta para evitar novos sequestros de alunos e pais




Dois cidadãos lusos continuam ainda em parte incerta
Jovem solto ontem estava raptado há duas semanas.

Vaga de sequestros em Maputo está a prejudicar restaurantes, que servem menos jantares.

O adolescente português raptado há duas semanas no centro de Maputo foi ontem liberto.
"O rapaz encontra-se bem de saúde e já está reunido com a família", afirmou à agência Lusa o cônsul-geral de Portugal em Moçambique, Gonçalo Teles Gomes. O jovem, que também tem a nacionalidade moçambicana, foi raptado no final de outubro, na zona do Bairro da Coop, no centro da capital. Apesar desta libertação, continuam ainda em parte incerta dois portugueses, um homem e uma mulher, esta última sequestrada na passada terça-feira, em Matola, cidade-satélite de Maputo.
A capital de Moçambique vive uma situação de instabilidade há vários dias e as pessoas tomam cuidados acrescidos devido à vaga de raptos na cidade. Um desses cuidados é sair menos à noite, o que está a ter impacto na restauração, como reconheceram alguns empresários portugueses. "Estamos a notar uma redução de 30 a 40% nos nossos serviços de jantar", confirmou à Lusa um gestor do restaurante Cristal, muito procurado pela comunidade portuguesa. E acrescentou: "As pessoas estão com algum medo de sair durante a noite".
O presidente da Associação Portuguesa de Moçambique, Horácio Feliciano, disse ao Correio da Manhã que a situação é grave e que "as pessoas andam preocupadas". "Acima de tudo, esta situação é muito triste". afirmou. "Nem imagino o que possa ser uma pessoa ter um filho sequestrado e não saber o que é feito dele", referiu. Apesar disso, frisou, a vida em Maputo continua.
Devido à insegurança e à vaga de raptos, a Escola Portuguesa de Maputo reforçou a segurança e tem agora dois polícias à porta para evitar casos como os de um aluno e a mãe de outro que foram sequestrados junto a este estabelecimento.

Entretanto, ontem, dois jornalistas moçambicanos foram espancados por soldados do exército.
Ex-agentes da polícia secreta em manifestação
Cerca de 600 ex-agentes dos serviços secretos iludiram ontem a segurança policial e concentraram-se junto à Presidência da República, exigindo falar com o presidente, Armando Guebuza.
Após alguma tensão, 30 elementos foram recebidos por quadros da presidência e contestaram os cerca de 15 euros que recebem de pensão. No mesmo dia, dois jornalistas da Televisão Independente foram espancados por soldados nos arredores de Maputo. Um deles está em estado grave.




Correio da manhã
 

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