Monday 11 November 2013

Haja Paz!

Acompanhei, nestes dias,a muitos debates sobre os acontecimentos dos últimos tempos e das últimas horas.
Quase que se podia adivinhar o que seria dito nas várias estações televisivas e mesmo nas radiofónicas antes mesmo do início desses debates. Os telespectadores, assim como os ouvintes, têm feito a balança pender muitas vezes a favor da Renamo. Dizem nada justifi car que o Comandante em Chefe, Armando Guebuza, ordene que o exército ataque o seu opositor político Afonso Dhlakama.
São vários os organismos nacionais e estrangeiros que repudiaram o recurso à força quando estava em curso um diálogo. Poucas vezes a opinião dos participantes é a favor do Governo. Creio que para quem é daqui há muito entendeu que me refi ro à tensão política que fustiga o nosso país.
Se num passado recente jornais como El Pais defi niam que Moçambique estava num momento pré-bélico, com os ataques que vão ocorrendo agora onde a intervenção do exército é muito questionada, como podemos definir o actual momento?
Eu tenho certeza absoluta de que se o Acordo Geral de Paz tivesse sido honrado, se todos os homens e mulheres que trouxeram a democracia
multipartidária tivessem tido oportunidades similares as que tiveram aqueles que militavam do lado da Frelimo, a nossa Nação teria seguido um rumo diferente.
Se tivéssemos, como país, apostado na separação efectiva dos poderes, onde cada um faz o seu trabalho e onde se privilegia o mérito e competência técnica do servidor público, certamente estaríamos num patamar mais alto. Com pena, vê-se que há quem faça um “esforço titânico” de atrair a atenção de quem governa, pois fi cou claro que por essa via, facilmente, chega-se a cargos de chefia. O canudo vem depois, primeiro há que se mostrar fidelidade partidária. Isso é horrível!
É notório que a reinserção (dos envolvidos na luta pela democracia) na sociedade não obedeceu a critérios claros e transparentes. Por isso há quem julgue que somente saíram benefi ciados os novos ricos que antes (na era Samoriana) sentiam-se impedidos de ter bens para além dos que eram disponibilizados pelo Partido- -Estado. Foi essa Frelimização do Estado que minou todo o processo de desenvolvimento e enquadramento de quadros a todos os níveis. No lugar de se desenvolver uma Nação inteira, o desenvolvimento andou e tende a manter-se apenas nos quintais das famílias ligadas à nomenclatura do Partido que desde 1975 dirige o país.
Eu questiono: qual é o general da oposição que vive como a sua contra- -parte ligada ao poder?
Qual é o engenheiro da oposição que vive como a contra-parte do partido no poder?
Qual é o empresário da oposição que tem o volume de negócios que os empresários ligados à Frelimo têm?
Qual é o filho de dirigente da oposição que tem as condições que os filhos dos dirigentes da Frelimo ostentam?
Qual é o membro da oposição que é o chefe máximo d’algum órgão de soberania?
Há um desnível real, visível a olho nu e que é ignorado por quem define o quê, vai para quem e aonde. Qual é o moçambicano, sem simpatias pela Frelimo que prosperou na vida? Existem alguns, mas são poucos e esses poucos tiveram que comer “o pão que o diabo amassou” como se fossem enteados deste país.
As assimetrias não são apenas regionais, tudo começa na filiação partidária. Para o cúmulo, quando se ousa reivindicar oportunidades iguais, por via de manifestações, direito consagrado na nossa Constituição, o povo é apelidado vândalo, marginal e arruaceiro.
Isso é vida? Quer me parecer que foi decretada uma sentença de morte para o povo. Ou morre vítima de calamidades naturais, cujas ajudas são desviadas. Ou morre vítima de doença, já que a muitos falta dinheiro para ter tratamento e medicação condignas. Ou morre vítima de sevícias perpetradas pelos raptores, isso porque não tendo socorro do Estado na hora do grito, não tendo dinheiro para pagar aos sequestradores a morte é certa. Ou acaba morrendo vítima de outras guerras com vários tons de silêncio.
Quem trava tudo isso?
Haja paz, grita o povo em uníssono.
Haja paz!


Ivone Soares, Savana, 01/11/13

3 comments:

Anonymous said...

Sem comentarios camarada, tudo o que lancou em sua visibildade analitica e' certo. venha a quem quizer desmentir, mas todo mundo sabe que e' verdade o que acabava frizar.O povo ja cansou viver de ameacas e humilhacao e o governo ja perdeu as chaves do controlo da nacao.

Por favor, queremos a paz de volta ao pais.!!

Anonymous said...

El puento sta bien vindo...

1.yo qiero sabier q la frelimo diz q no tien outro partido q es capaz d liderar el ste pais, porqe?
2.Eles pensam q stao liderando bien ste pais?
Qual es el marca d'la positividad d'las sus plan d'la buena governacion?
3.Eles pensam q quem liberta el pais, quier dizer q la comprou? se no, porque faz sus desisos fuera de la vontad del povo?.

Anonymous said...

Caros povos mocambicana(o)s ,vamos de levantar duma vez dizer cheiga,queremos a mudanca aparece somos criancas n o frelimo n pode governar o pais aparece uma casa deles ,viva egypte,viva Tunisia , viva povos mocambicanos!!