Wednesday 29 April 2015

XENOFOBIA NA ÁFRICA DO SUL: Zuma contra-ataca Estados

O PRESIDENTE sul-africano Jacob Zuma disparou, na segunda-feira, contra os outros países de África, na sequência das críticas hostis que a África do Sul tem recebido como reacção à onda de ataques contra estrangeiros naquele país.
Enquanto Zuma condenou a violência, dizendo que os imigrantes contribuíam para a economia sul-africana, por outro lado questionava por que tantos africanos migram para a África do Sul.
“Por mais que possamos ter um problema alegadamente xenófobo, os nossos países irmãos contribuíram para isso”, afirmou ele, segundo a AFP.
O Chefe de Estado sul-africano questionou “porque é que os cidadãos não estão nos seus países?”.
No início do corrente mês, as cidades de Joanesburgo, maior centro económico, e a cidade portuária de Durban foram alvos de actos de violência contra imigrantes, saque de suas casas e incêndio de suas lojas.
Sete pessoas morreram, incluindo três moçambicanos. Surgiram milhares  deslocadas, tendo sido, inicialmente, alojados em campos improvisados nas esquadras de polícia, e mais tarde, muitos deles, foram repatriados para os seus países de origem. Cerca de 600 moçambicanos regressaram oficialmente ao país e outros cerca de dois mil retornaram com seus próprios meios, fugindo a onda de xenofobia.
A África do Sul enfrentou uma reacção sobre os ataques e as relações regionais têm sido tensas, com o Zimbabwe, Malawi e Moçambique a organizarem o regresso de alguns dos seus cidadãos temerosos da violência.
A Nigéria também retirou o seu embaixador em Pretória por causa dos ataques, numa altura em que tem havido apelos generalizados para o boicote dos produtos sul-africanos dos quais muitos países vizinhos dependem.
Na sequência destas reacções Zuma contra-atacou dizendo que seu governo vai reforçar as medidas para combater a imigração ilegal.
“Alguns deles (imigrantes) apresentaram alegações muito graves contra os seus próprios países para explicar porquê eles estão na África do Sul”, disse Zuma, falando no Dia da Liberdade, que marca as primeiras eleições democráticas do país em 1994.
“Na verdade, alguns deles nos disseram que esta onda de imigrantes tem como consequência a situação nos seus próprios países. Falam-nos da pobreza, desemprego e conflitos armados nos seus países”, disse Zuma.
"Temos de resolver as causas subjacentes da violência e tensões, que é o legado de pobreza, desemprego e desigualdade no nosso país e no continente e a concorrência por recursos limitados”, sublinhou Zuma.
Muitos sul-africanos têm justificado os ataques por causa da pobreza e a grave falta de emprego na segunda maior economia da África. Imigrantes indocumentados são frequentemente acusados ​​de aceitar o trabalho por menos salário.
A onda de ataques reavivou memórias de derramamento de sangue xenófobo em 2008, quando 62 pessoas foram mortas, manchando a imagem pós-apartheid da África do Sul como uma “nação arco-íris” de diferentes grupos que vivem em harmonia.
O exército sul-africano foi mobilizado para algumas das áreas mais atingidas na semana passada, numa tentativa de acabar com a violência contra os imigrantes.


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