Olá Juliano
Como estás tu, meu amigo, e a tua família? Eu, de saúde, estou bem mas muito assustado.
O episódio militar que aconteceu no Norte de Gaza, há poucos dias, mostra a pouquíssima distância a que estamos de uma nova guerra no país....
Seja quem for que iniciou o confronto, e eu já ouvi diversas versões, todas diferentes, o certo é que a Renamo está a querer deslocar os seus homens para Sul e as forças governamentais estão a tentar impedi-la disso. Independentemente dos discursos, mais ou menos justificativos, dos dois lados.
Ao aproximar os seus homens da capital do país a Renamo está a dizer, com clareza, à Assembleia da República, que quer a sua proposta aprovada, e rapidamente.
Entretanto os defensoresm da posição do Governo, com os fatídicos G40 ainda em acção, continuam a esgrimir com argumentos jurídico-legais numa questão onde, a cada dia que passa, essas questões legalistas vão perdendo mais terreno, enquanto os argumentos politico--militares ganham peso.
Claramente a Renamo acha que foi roubada nas eleições e isso lhe dá o direito a ocupar parte do poder. De preferência a bem mas, se isso não for possivel, a mal. E a isso se resumem os argumentos jurídicos da Renamo: Nyusi e o partido Frelimo foram considerados vencedores sem que os orgãos eleitorais conseguissem apresentar os editais que comprovassem essa vitória.
E a tentativa da Comissão Política do partido Frelimo sabotar o acordo a que tinham chegado Nyusi e Dlakama só veio piorar as coisas.
Falando, há dias, com uma pessoa da Renamo aconselhei aquele partido a ter calma neste momento difícil. Respondeu-me que os homens da Renamo estão fartos de ser aldrabados.
Portanto, se algum conselho eu posso dar a Filipe Nyusi é que lide com Dlakama Dlakama com limpeza. Que não o tente aldrabar, porque isso pode ter consequências desastrosas.
E esteja preparado para fazer concessões sólidas, concretas, palpáveis. Coisas que Dlakama possa mostrar aos seus generais como vitórias da sua política e diplomacia.
De outro modo corremos muito o risco de ter o caldo entornado. E, citando Teodato Hungwana, o Governo corre o risco de ter que conceder à Renamo, para parar a guerra, aquilo que não quer conceder agora para a evitar.
Esperemos que Nyusi, agora com as mãos mais livres, consiga fazer o necessário para evitar o pior.
Se necessário for, que se vão os aneis mas fiquem os dedos.
Um abraço para ti do,
Seja quem for que iniciou o confronto, e eu já ouvi diversas versões, todas diferentes, o certo é que a Renamo está a querer deslocar os seus homens para Sul e as forças governamentais estão a tentar impedi-la disso. Independentemente dos discursos, mais ou menos justificativos, dos dois lados.
Ao aproximar os seus homens da capital do país a Renamo está a dizer, com clareza, à Assembleia da República, que quer a sua proposta aprovada, e rapidamente.
Entretanto os defensoresm da posição do Governo, com os fatídicos G40 ainda em acção, continuam a esgrimir com argumentos jurídico-legais numa questão onde, a cada dia que passa, essas questões legalistas vão perdendo mais terreno, enquanto os argumentos politico--militares ganham peso.
Claramente a Renamo acha que foi roubada nas eleições e isso lhe dá o direito a ocupar parte do poder. De preferência a bem mas, se isso não for possivel, a mal. E a isso se resumem os argumentos jurídicos da Renamo: Nyusi e o partido Frelimo foram considerados vencedores sem que os orgãos eleitorais conseguissem apresentar os editais que comprovassem essa vitória.
E a tentativa da Comissão Política do partido Frelimo sabotar o acordo a que tinham chegado Nyusi e Dlakama só veio piorar as coisas.
Falando, há dias, com uma pessoa da Renamo aconselhei aquele partido a ter calma neste momento difícil. Respondeu-me que os homens da Renamo estão fartos de ser aldrabados.
Portanto, se algum conselho eu posso dar a Filipe Nyusi é que lide com Dlakama Dlakama com limpeza. Que não o tente aldrabar, porque isso pode ter consequências desastrosas.
E esteja preparado para fazer concessões sólidas, concretas, palpáveis. Coisas que Dlakama possa mostrar aos seus generais como vitórias da sua política e diplomacia.
De outro modo corremos muito o risco de ter o caldo entornado. E, citando Teodato Hungwana, o Governo corre o risco de ter que conceder à Renamo, para parar a guerra, aquilo que não quer conceder agora para a evitar.
Esperemos que Nyusi, agora com as mãos mais livres, consiga fazer o necessário para evitar o pior.
Se necessário for, que se vão os aneis mas fiquem os dedos.
Um abraço para ti do,
Machado da Graça, Correio da manhã, 08/04/2015
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