Olá Luís, amigo velho
Como estás de saúde? E a tua família? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Mas a ficar um bocado preocupado com o que se vai passando na nossa governação. Com o que se vai passando e com o que não se vai passando, de resto.
Sabes das esperanças que se foram acumulando com a mudança de geração no topo da hierarquia do Estado e com o discurso de tomada de posse de Filipe Nyusi. Esperanças que cresceram com os dois encontros com Afonso Dhlakama.
Depois veio o balde de água fria da sabotagem da Comissão Política do partido Frelimo às iniciativas de Nyusi.
Por fim houve o ajuste de contas partidárias no Comité Central e o afastamento do empecilho que travava as mudanças.
Só que elas não surgem. Pelo contrário, parece estar a haver mais continuidade do que mudança.
Ou a mudança é meramente superficial.
Por exemplo, estamos a assistir a novas presidências abertas. Já houve em Gaza, na província de Maputo e na cidade de Maputo. Tenho sentido que se pretende abandonar a designação de presidências abertas para “deslocações de trabalho” ou coisas do mesmo género. Mas não é que se mudem os nomes, aquilo de que estamos à espera é de que mude a essência das coisas.
Nos órgãos de informação do sector público as orientações editoriais continuam as mesmas com os G40 ainda a dominarem o comentário político de forma absoluta.
Mesmo em relação à preservação da paz, as coisas parecem estar a mudar. Filipe Nyusi tem dito, ultimamente, que se pode encontrar, de novo, com Dhlakama mas desde que esse encontro dê resultados concretos. E diz isso num tom que dá a entender que é Dhlakama quem tem de fornecer esses resultados concretos. Ora, se estamos bem recordados, foi o líder da Renamo o único que, até agora, forneceu resultados concretos, ao permitir que os deputados eleitos pelo seu partido tomassem posse nas assembleias. Do lado do Governo/Frelimo não houve, até ao momento, nenhuma cedência, de que se tenha conhecimento.
Na Assembleia da República os discursos da maioria parecem decalcados do antigamente, mudando apenas o nome da pessoa a quem são dirigidas as especiais felicitações. Ainda não ouvi Verónica Macamo a chamar ao Eng. Nyusi “filho mais querido da nação moçambicana” mas já ouvi um deputado a chamar-lhe visionário, o que já é um começo.
No meu pobre pensar Nyusi faria melhor ficando na capital estudando as peças do seu xadrez (estatal e partidário) e fazendo as mudanças necessárias, agora que já não terá imposições vindas da Pereira do Lago.
No princípio do seu mandato a generalidade dosm comentadores deu-lhe um voto de confiança. Masmse as mudanças não se concretizarem e tudo continuarm como na era guebuziana, de triste memória, esse voto de confiança rapidamente se evapora.
Ninguém quer mais guebuzismo, embora com umamcara mais jovem.
Um abraço para ti do
Como estás de saúde? E a tua família? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Mas a ficar um bocado preocupado com o que se vai passando na nossa governação. Com o que se vai passando e com o que não se vai passando, de resto.
Sabes das esperanças que se foram acumulando com a mudança de geração no topo da hierarquia do Estado e com o discurso de tomada de posse de Filipe Nyusi. Esperanças que cresceram com os dois encontros com Afonso Dhlakama.
Depois veio o balde de água fria da sabotagem da Comissão Política do partido Frelimo às iniciativas de Nyusi.
Por fim houve o ajuste de contas partidárias no Comité Central e o afastamento do empecilho que travava as mudanças.
Só que elas não surgem. Pelo contrário, parece estar a haver mais continuidade do que mudança.
Ou a mudança é meramente superficial.
Por exemplo, estamos a assistir a novas presidências abertas. Já houve em Gaza, na província de Maputo e na cidade de Maputo. Tenho sentido que se pretende abandonar a designação de presidências abertas para “deslocações de trabalho” ou coisas do mesmo género. Mas não é que se mudem os nomes, aquilo de que estamos à espera é de que mude a essência das coisas.
Nos órgãos de informação do sector público as orientações editoriais continuam as mesmas com os G40 ainda a dominarem o comentário político de forma absoluta.
Mesmo em relação à preservação da paz, as coisas parecem estar a mudar. Filipe Nyusi tem dito, ultimamente, que se pode encontrar, de novo, com Dhlakama mas desde que esse encontro dê resultados concretos. E diz isso num tom que dá a entender que é Dhlakama quem tem de fornecer esses resultados concretos. Ora, se estamos bem recordados, foi o líder da Renamo o único que, até agora, forneceu resultados concretos, ao permitir que os deputados eleitos pelo seu partido tomassem posse nas assembleias. Do lado do Governo/Frelimo não houve, até ao momento, nenhuma cedência, de que se tenha conhecimento.
Na Assembleia da República os discursos da maioria parecem decalcados do antigamente, mudando apenas o nome da pessoa a quem são dirigidas as especiais felicitações. Ainda não ouvi Verónica Macamo a chamar ao Eng. Nyusi “filho mais querido da nação moçambicana” mas já ouvi um deputado a chamar-lhe visionário, o que já é um começo.
No meu pobre pensar Nyusi faria melhor ficando na capital estudando as peças do seu xadrez (estatal e partidário) e fazendo as mudanças necessárias, agora que já não terá imposições vindas da Pereira do Lago.
No princípio do seu mandato a generalidade dosm comentadores deu-lhe um voto de confiança. Masmse as mudanças não se concretizarem e tudo continuarm como na era guebuziana, de triste memória, esse voto de confiança rapidamente se evapora.
Ninguém quer mais guebuzismo, embora com umamcara mais jovem.
Um abraço para ti do
Machado da Graça,
Correio da manhã, 28/04/2015
Correio da manhã, 28/04/2015
PS - Já depois de acabar de te escrever ouvi na Rádio uma deputada do partido Frelimo a chamar a Filipe Nyusi “filho mais querido da nação moçambicana”.
Isto vai bonito...
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