Saturday, 4 April 2015

Bastonário moçambicano “nada surpreendido” com falta de resultados no assassínio de Gilles Cistac

O bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), Tomás Timbane, afirmou à Lusa que "não está nada surpreendido" com a falta de informação sobre as investigações da polícia ao assassínio, ocorrido há um mês, do constitucionalista Gilles Cistac.

"Não estou nada surpreendido com o facto de, um mês após a morte de Gilles Cistac, não haver nenhuma informação sobre o assassinato. Sei como funciona a justiça em Moçambique e com que meios se faz a investigação criminal", afirmou Timbane, referindo-se à lentidão e à falta de recursos por parte da Polícia de Investigação Criminal.
O Bastonário da OAM afirmou, contudo, estar "expectante" em relação à investigação em torno da morte do constitucionalista, recorrendo à máxima: "correr não é chegar".
Gilles Cistac morreu a 03 de Março no centro da capital, depois de ter sido atingido a tiro por desconhecidos.
O constitucionalista, de origem francesa, era conhecido por defender posições jurídicas desfavoráveis ao partido no poder, Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), a última das quais dava cobertura constitucional ao projecto da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido no poder, de concessão de autonomia em seis das 11 províncias moçambicanas.
Alguns dias antes de morrer, Gilles Cistac disse ao semanário Canal de Moçambique que tinha apresentado uma queixa contra uma pessoa que usava o pseudónimo de "Calado Kalachinicov" para o difamar pelas suas posições jurídicas.
Na semana passada, a família de Gilles Cistac apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral da República de Paris pelo homicídio do jurista, considerando que um processo aberto no país de origem da vítima pode criar condições para que as autoridades francesas auxiliem a parte moçambicana no esclarecimento do crime.


Lusa

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