TRIBALISMO é um mal que nos deprime. Por isso todas as formas de manifestação do tribalismo devem ser combatidas sem preconceitos.
Maputo, Quinta-Feira, 12 de Julho de 2012:: Notícias
Maputo, Quinta-Feira, 12 de Julho de 2012:: Notícias
Devem ser combatidas, sobretudo com frontalidade, quer nas universidades, escolas de diferentes níveis de ensino, nos ministérios, nas empresas de mineração, nos aeroportos, nos mercados, nos governos provinciais, nos órgãos de comunicação social, nas direcções a vários níveis das instituições públicas e privadas, quer noutros locais onde possa haver sinais inequívocos de manifestação deste mal, que aparentemente está e continua enraizado na mente de alguns concidadãos que parece ainda não terem evoluído, o suficiente, para perceberem quão é a importância da unidade nacional.
E porque recordar é um imperativo da verdade, há grande e valiosos ensinamentos que não se podem esquecer tal é como aquele que o saudoso Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique independente, deixou na década 80, aos estudantes moçambicanos na República Socialista de Cuba, de que eu fazia parte. É que o estadista disse (já escrevi isso aqui) na reunião realizada na “ESBEC 25 de Setembro”, em ” la Isla de la Juventud”, que seria estupidez ouvir que entre eles havia tribalismo e regionalismo.
É um ensinamento que não se pode “enterrar”, na perspectiva de que na verdade o exemplo de combate ao tribalismo ou ao ódio tribal tem que vir também de cima. Todavia, é uma lição que não se pode olvidar, mesmo que em algum momento sejamos dados a perceber que o culto de uma verdadeira cidadania continua um mito, com os extremos da escala socioeconómica cada vez mais distantes. Os pobres são cada vez mais pobres e os opulentos mais nutridos, chorando lágrimas de crocodilo pelos mais carenciados. A unidade foi a arma fundamental para a conquista da Independência Nacional. Onde há união há resultados positivos. É tempo de apostar na unidade como um desígnio nacional e caminho para o desenvolvimento do nosso país.
Ou por outra, é por isso que a necessidade da consolidação da unidade nacional tem sido a mensagem repetida insistentemente pelo Presidente da República, Armando Guebuza. De facto, Moçambique é de todos os seus povos. Os exemplos transmitidos por alguns concidadãos não só nos comícios orientados pelo Presidente Armando Guebuza, como noutros fóruns ou locais, têm deixado manifestamente aquilo que são de algum modo, atitudes tribalistas e regionalistas.
Os nossos antepassados deixaram bem patentes as suas capacidades invulgares, o inconformismo e a vontade de ir mais longe e além, combatendo todas as formas de opressão e divisão imposta pelos colonizadores, seguindo igualmente esse exemplo. Hoje não faz sentido, exigir a dissolução de uma estrutura social, política, económica, conselho consultivo ou doutra índole, duma determinada zona do país, só porque ela é composta por pessoas não naturais ou doutras tribos. Na realidade, não deixemo-nos instrumentalizar ao “sabor” do protagonismo tribal. Sejamos cientes ainda, que o combate ao tribalismo não avançará com palavras ou cortesias, mas com actos. Aliás, mais do que nunca é necessário passar das palavras aos actos.
Alinho pela mesma convicção dos que dizem que temos ainda fragilidades visíveis nesse combate que são atribuídas em diferentes aspectos ou têm a ver por exemplo, com a existência da corrupção generalizada nas instituições, injustiças sociais, distribuição da riqueza, pobreza, falta de oportunidades para todos e outros, que precisamos também de corrigi-los.
Mouzinho de Albuquerque
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