Por Gustavo Mavie, da AIM
Maputo, 29 Jul (AIM) - A razão deste artigo tem a ver com aqueles que contestam a Ponte e Estrada Maputo-Ka Tembe, que garantirá a ligação entre as duas margens da Baía de Maputo, alegando que a soma de 725 milhões de dólares necessários para a sua construção poderiam ser usados pera melhorar e expandir a rede sanitária e escolar em Moçambique.
Os críticos que contestam o projecto trazem à memória uma história que constava num dos livros do ensino primário, cuja leitura era obrigatória em tempos idos, e que pelo seu carácter apelativo inspirava todos a sua leitura vezes sem conta.
A referida história gira em torno de um velho, um rapaz e um burro. O que aconteceu é que quando o velho montava o burro uns diziam que quem deveria viajar nele montado deveria ser o rapaz e não o velhote. Contudo, quando este obedecia a estes apelos e o rapazito montava, apareciam logo outros a dizerem que o velho é que merecia, porque já estava sem forças para caminhar.
Perante esta confirmação de que cada cabeça é uma sentença, o velho decidiu que ambos deveriam montar o pobre animal, mas logo surgiam outros críticos a dizerem que estavam sendo muito cruéis para com o pobre quadrúpede e, assim, decidiram descer e caminhar com o burro sem ninguém. Mas houve quem os chamou de parvos, dizendo que o burro foi feito para transportar os homens ou carga, e não para andar como seu companheiro de viajem.
Já sem saber que fazer, porque tudo que haviam feito não agradava a todos, o velho chegou à conclusão de que o mundo ralha por tudo e por nada, e que a coisa mais difícil é ser aplaudido pelos nossos actos.
Esta história tem uma relação com a ponte projectada sobre a Baía de Maputo, cujas obras poderão arrancar nos próximos doze meses. A ponte é, sem qualquer margem de dúvida, uma das provas de que haverá sempre opiniões contrárias a tudo o que fazemos na vida, independentemente da sua pertinência.
Custa engolir os argumentos e sofismas dos que contestam a ponte, tanto mais que a soma investida será recuperada com a portagem que será paga pelos seus utentes.
Frise-se que não se trata de um dinheiro que sairá dos cofres do Estado ou que será pago pelo povo, pois o valor do empréstimo será recuperado por via de pagamento de uma portagem. Esta poderá ter sido uma das razões que encorajou o Exim Bank da China a financiar o projecto.
Aliás, em Moçambique existe um exemplo similar que e’ o caso da auto-estrada Maputo-Witbank (N4), que foi reabilitada e ampliada através de uma parceria público-privada, e que o valor do investimento está sendo recuperado através do pagamento de uma portagem.
É muito provável que se fosse para a construção de centros de saúde ou escolas, o Exim Bank da China não teria concedido o empréstimo porque não teria como recuperá-lo. Aqui importa referir que o dinheiro dos bancos não pertence aos donos dos bancos, mas sim aos seus clientes. Aos donos cabe apenas multiplicá-lo para poder pagar os juros a esses seus clientes.
O projecto da construção da ponte sobre a baía apenas peca por ter surgido agora, porque já deveria ter sido erguida há muito tempo.
A construção de uma ponte irá, inevitavelmente, impulsionar o crescimento económico do distrito da Ka Tembe, particularmente nas áreas do turismo, indústria, entre outras actividades económicas.
Na situação actual, o distrito da Ka Tembe não oferece grandes atractivos para investimento nacional e estrangeiro, devido a inexistência de uma ligação rápida e eficiente entre ambas as margens da baía.
Hoje, é natural nas horas de ponta nos depararmos com uma longa fila de viaturas, com uma extensão igual ou superior a 100 metros, aguardando para embarcar no ferry-boat que garante a ligação entre as duas margens da Baía.
Naturalmente, que, com o crescimento populacional, esta fila de viaturas poderá chegar a Escola Náutica num futuro próximo, e muitos que hoje contestam a ponte irão, certamente, acusar o mesmo governo de não ter feito nada para garantir a ligação entre Maputo e Ka Tembe.
Há cerca de 10 anos que diria que o trafego na N4 haveria de atingir mais de 40.000 viaturas por dia? Muitos acreditavam que era um investimento supérfluo. Por isso, torna-se pertinente questionar quantas viaturas vão usar a ponte Maputo/ Ka Tembe logo apos a sua conclusão?
A falta de uma ponte também contribuiu para a ocorrência de graves problemas de congestionamento de trafego que teriam sido evitados.
Isto porque Ka Tembe é hoje uma das zonas que poderia ter ajudado a evitar a saturação habitacional da capital, dado que fica tão próxima do centro da cidade de Maputo comparativamente a outros bairros de expansão tais como Kobue, Tchumene I e II, Kongolote, Marracuene, Boane, Nteka, Zimpeto e muitos outros locais que hoje acolhem milhares de maputenses que esta cidade já é incapaz de albergar.
Com a ponte, muitos jovens desta urbe poderão já passar a habitar e trabalhar na Ka Tembe, e deixarão de se ensardinhar nas flats ou dependências dos seus pais com as suas respectivas esposas e filhos.
Assim que Ka Tembe passar a ter uma ponte, porque assim recomenda o rápido crescimento populacional e da sua frota automóvel, haverá certamente centenas de milhares de pessoas que se irão fixar naquela bela zona da província de Maputo e, deste modo, aliviar o congestionamento da cidade de Maputo, que actualmente já está a rebentar pelas costuras.
PONTE IRÁ POUPAR MILHOES DE D"LARES NA IMPORTAÇÃO DE COMBUSTÍVEL
Os que criticam esta decisão do governo parece que as suas contas excluíram muitas vantagens socio-económicas que esta infra-estrutura irá, seguramente, para todo o povo.
Isso porque a referida ponte irá contribuir para a vazão do tráfico na cidade, e assim poupar milhões de dólares em combustível que agora gastamos com as nossas viaturas imobilizadas no mesmo ponto ou em marca lenta devido ao congestionamento do trafego.
Refira-se que actualmente, Moçambique gasta anualmente cerca de um bilião de dólares por ano na importação de combustíveis.
Actualmente, quem se faz à estrada entre as 06 e 20 horas, fica retido horas a fio em intermináveis filas de automóvel, para chegar ao mesmo destino que antes fazia em 10 a 30 minutos.
Ora, duas a três horas é o tempo suficiente para chegar à cidade de Xai-Xai que dista a 200 quilómetros da capital. E se fosse só despender estas horas nessas filas não seria assim tão mau ou grave como isso.
O pior é que um motor que ronca chega a gastar o mesmo ou mais combustível como se se estivesse com a viatura em movimento. Ora, se a cidade tiver mais zonas habitacionais e de trabalho, muita gente irá certamente emigrar para essas novas zonas, e aliviar consideravelmente esta cidade, que completa 125 anos em Novembro próximo.
Sugiro aos que são contra, a fazerem contas das obras que poderiam ser construídas com estes 725 milhões de dólares. Mas também sugiro a fazerem contas das vantagens que advirão da poupança de combustível para se deslocaram de alguns bairros no arredores da capital, tais como Zimpeto, Bagamoio, 25 de Junho, Malhapswene, Kongolote, Hulene, Inhagoia, Luís Cabral e de muitos outros para a cidade de Maputo e vice-versa.
Hoje, Maputo conta, mais de um milhão de habitantes, muitos deles ensardinhados em flats que antes só podiam albergar um máximo de seis pessoas, mas que agora chegam a ter mais de 10, para não falar das tais famosas dependências que agora acolhem famílias inteiras, quando eram destinadas apenas aos empregados domésticos.
Para dizer a verdade, uma baía como a de Maputo que separa duas regiões tão vastas como a cidade de Maputo e Ka Tembe, um distrito que se estende até à fronteira com a vizinha Africa do Sul, precisa não duma ponte, mas sim de muitas pontes, do mesmo modo que a própria cidade precisa de ter viadutos para as viaturas em muitos dos entroncamentos das avenidas e não apenas semáforos.
Cruzamentos ou entroncamentos entre as principais avenidas, como as que nascem à beira da mesma baía de Maputo e se cruzam com as avenidas Eduardo Mondlane, 24 de Julho, Sekou Touré, Agostinho Neto e muitas outras, deviam ter viadutos para permitir o fluxo contínuo de trafego.
O tempo em que os semáforos bastavam facilitar o trafego rodoviário já pertence ao passado, devido ao excessivo congestionamento com que a cidade se debate.
Não é por acaso que em cidades como Tóquio no Japão, ou Xangai, na China, têm centenas de viadutos no seio das suas próprias urbes. As mesmas servem para facilitar o escoamento do tráfico, e evitar o desgastante congestionamento e consumo desnecessário de combustível dos seus automobilistas.
No caso de Xangai, até tem mega-pontes aéreas sobre aquela cidade que chegam a ter dezenas de quilómetros, como a que liga o seu Aeroporto Internacional ao centro daquela urbe.
Estas pontes foram construídas antes da erradicação da pobreza construção de clínicas e escolas para servir a todos os chineses. Apesar do acelerado desenvolvimento da China nos últimos 30 anos, este gigante asiático ainda se debate com carência de hospitais, e também possui pelo menos 600 milhões de pobres de entre os mais de 1,3 biliões de habitantes.
Mesmo os Estados Unidos, que têm mais de metade das pontes existentes no mundo inteiro, ainda enfrentam problemas sérios na assistência sanitária para o seu povo. Aliás, este é um dos graves problemas com que os EUA se debatem e que tira sono ao próprio presidente Barack Obama.
Finalmente, para concluir este artigo, importa referir que a construção de infra-estruturas, tais como a ponte sobre a baía de Maputo, são fundamentais para a resolução de muitos dos problemas que são apontados pelos mesmos indivíduos que contestam a ponte.
Será que já imaginaram o que acontece com aquela moçambicana que de repente tem dores de parto, e precisa de deslocar-se da Ka Tembe para uma cesariana no Hospital Central de Maputo, depois da meia-noite quando já o Ferryboat parou de circular?
Por exemplo, se tivéssemos boas linhas férreas ligando as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane e vice-versa, muitos de nós podíamos cá vir trabalhar, vivendo nessas províncias, porque hoje em dia, há “comboios-balas” que atingem uma velocidade igual ou superior a 300 quilómetros por hora.
Com este tipo de comboios, mesmo os habitantes da cidade de Inhambane estariam em condições de trabalhar em Maputo. Apenas precisariam de viajar um máximo de duas horas para chegar a Maputo e igual número na viajem de regresso.
Mas porque não temos estradas e linhas férreas em número suficiente, muitos de nós perdemos duas horas para viajar da Matola, Zimpeto ou Marracuene para chegar à cidade de Maputo.
Ora, será que a edificação de infra-estruturas não é mesmo prioridade como advogam os “doutos” que contestam a ponte para Ka Tembe ou da estrada circular agora em curso também aqui em Maputo?
Estes projectos são mais do que uma prioridade, porque sai mais caro ao povo perder duas horas para viajar da Matola para a cidade de Maputo. Estes projectos beneficiam mais ao povo que a elite, que pouco se ressente do elevado custo do combustível.
Para concluir, hoje surgem algumas vozes que contestam todos os projectos de desenvolvimento em Moçambique.
Para além da ponte Maputo/Ka Tembe, estas vozes contestam a Estrada Circular de Maputo, a Barragem de Mphanda Nkuwa, a exploração de gás natural, a exploração de carvão, projectos agrícolas e outros até a Barragem Moamba-Major que vai garantir o abastecimento de água a cidade e província de Maputo.
Por isso, torna-se pertinente questionar o futuro que se pretende para o desenvolvimento de Moçambique.
(AIM)
Nota do José = Sergio Vieira rebateu no Domingo alguns dos argumentos aqui apresentados sobre a ponte e a estrada circular e este assunto esta a ser debatido em muitos sitios.
Maputo, 29 Jul (AIM) - A razão deste artigo tem a ver com aqueles que contestam a Ponte e Estrada Maputo-Ka Tembe, que garantirá a ligação entre as duas margens da Baía de Maputo, alegando que a soma de 725 milhões de dólares necessários para a sua construção poderiam ser usados pera melhorar e expandir a rede sanitária e escolar em Moçambique.
Os críticos que contestam o projecto trazem à memória uma história que constava num dos livros do ensino primário, cuja leitura era obrigatória em tempos idos, e que pelo seu carácter apelativo inspirava todos a sua leitura vezes sem conta.
A referida história gira em torno de um velho, um rapaz e um burro. O que aconteceu é que quando o velho montava o burro uns diziam que quem deveria viajar nele montado deveria ser o rapaz e não o velhote. Contudo, quando este obedecia a estes apelos e o rapazito montava, apareciam logo outros a dizerem que o velho é que merecia, porque já estava sem forças para caminhar.
Perante esta confirmação de que cada cabeça é uma sentença, o velho decidiu que ambos deveriam montar o pobre animal, mas logo surgiam outros críticos a dizerem que estavam sendo muito cruéis para com o pobre quadrúpede e, assim, decidiram descer e caminhar com o burro sem ninguém. Mas houve quem os chamou de parvos, dizendo que o burro foi feito para transportar os homens ou carga, e não para andar como seu companheiro de viajem.
Já sem saber que fazer, porque tudo que haviam feito não agradava a todos, o velho chegou à conclusão de que o mundo ralha por tudo e por nada, e que a coisa mais difícil é ser aplaudido pelos nossos actos.
Esta história tem uma relação com a ponte projectada sobre a Baía de Maputo, cujas obras poderão arrancar nos próximos doze meses. A ponte é, sem qualquer margem de dúvida, uma das provas de que haverá sempre opiniões contrárias a tudo o que fazemos na vida, independentemente da sua pertinência.
Custa engolir os argumentos e sofismas dos que contestam a ponte, tanto mais que a soma investida será recuperada com a portagem que será paga pelos seus utentes.
Frise-se que não se trata de um dinheiro que sairá dos cofres do Estado ou que será pago pelo povo, pois o valor do empréstimo será recuperado por via de pagamento de uma portagem. Esta poderá ter sido uma das razões que encorajou o Exim Bank da China a financiar o projecto.
Aliás, em Moçambique existe um exemplo similar que e’ o caso da auto-estrada Maputo-Witbank (N4), que foi reabilitada e ampliada através de uma parceria público-privada, e que o valor do investimento está sendo recuperado através do pagamento de uma portagem.
É muito provável que se fosse para a construção de centros de saúde ou escolas, o Exim Bank da China não teria concedido o empréstimo porque não teria como recuperá-lo. Aqui importa referir que o dinheiro dos bancos não pertence aos donos dos bancos, mas sim aos seus clientes. Aos donos cabe apenas multiplicá-lo para poder pagar os juros a esses seus clientes.
O projecto da construção da ponte sobre a baía apenas peca por ter surgido agora, porque já deveria ter sido erguida há muito tempo.
A construção de uma ponte irá, inevitavelmente, impulsionar o crescimento económico do distrito da Ka Tembe, particularmente nas áreas do turismo, indústria, entre outras actividades económicas.
Na situação actual, o distrito da Ka Tembe não oferece grandes atractivos para investimento nacional e estrangeiro, devido a inexistência de uma ligação rápida e eficiente entre ambas as margens da baía.
Hoje, é natural nas horas de ponta nos depararmos com uma longa fila de viaturas, com uma extensão igual ou superior a 100 metros, aguardando para embarcar no ferry-boat que garante a ligação entre as duas margens da Baía.
Naturalmente, que, com o crescimento populacional, esta fila de viaturas poderá chegar a Escola Náutica num futuro próximo, e muitos que hoje contestam a ponte irão, certamente, acusar o mesmo governo de não ter feito nada para garantir a ligação entre Maputo e Ka Tembe.
Há cerca de 10 anos que diria que o trafego na N4 haveria de atingir mais de 40.000 viaturas por dia? Muitos acreditavam que era um investimento supérfluo. Por isso, torna-se pertinente questionar quantas viaturas vão usar a ponte Maputo/ Ka Tembe logo apos a sua conclusão?
A falta de uma ponte também contribuiu para a ocorrência de graves problemas de congestionamento de trafego que teriam sido evitados.
Isto porque Ka Tembe é hoje uma das zonas que poderia ter ajudado a evitar a saturação habitacional da capital, dado que fica tão próxima do centro da cidade de Maputo comparativamente a outros bairros de expansão tais como Kobue, Tchumene I e II, Kongolote, Marracuene, Boane, Nteka, Zimpeto e muitos outros locais que hoje acolhem milhares de maputenses que esta cidade já é incapaz de albergar.
Com a ponte, muitos jovens desta urbe poderão já passar a habitar e trabalhar na Ka Tembe, e deixarão de se ensardinhar nas flats ou dependências dos seus pais com as suas respectivas esposas e filhos.
Assim que Ka Tembe passar a ter uma ponte, porque assim recomenda o rápido crescimento populacional e da sua frota automóvel, haverá certamente centenas de milhares de pessoas que se irão fixar naquela bela zona da província de Maputo e, deste modo, aliviar o congestionamento da cidade de Maputo, que actualmente já está a rebentar pelas costuras.
PONTE IRÁ POUPAR MILHOES DE D"LARES NA IMPORTAÇÃO DE COMBUSTÍVEL
Os que criticam esta decisão do governo parece que as suas contas excluíram muitas vantagens socio-económicas que esta infra-estrutura irá, seguramente, para todo o povo.
Isso porque a referida ponte irá contribuir para a vazão do tráfico na cidade, e assim poupar milhões de dólares em combustível que agora gastamos com as nossas viaturas imobilizadas no mesmo ponto ou em marca lenta devido ao congestionamento do trafego.
Refira-se que actualmente, Moçambique gasta anualmente cerca de um bilião de dólares por ano na importação de combustíveis.
Actualmente, quem se faz à estrada entre as 06 e 20 horas, fica retido horas a fio em intermináveis filas de automóvel, para chegar ao mesmo destino que antes fazia em 10 a 30 minutos.
Ora, duas a três horas é o tempo suficiente para chegar à cidade de Xai-Xai que dista a 200 quilómetros da capital. E se fosse só despender estas horas nessas filas não seria assim tão mau ou grave como isso.
O pior é que um motor que ronca chega a gastar o mesmo ou mais combustível como se se estivesse com a viatura em movimento. Ora, se a cidade tiver mais zonas habitacionais e de trabalho, muita gente irá certamente emigrar para essas novas zonas, e aliviar consideravelmente esta cidade, que completa 125 anos em Novembro próximo.
Sugiro aos que são contra, a fazerem contas das obras que poderiam ser construídas com estes 725 milhões de dólares. Mas também sugiro a fazerem contas das vantagens que advirão da poupança de combustível para se deslocaram de alguns bairros no arredores da capital, tais como Zimpeto, Bagamoio, 25 de Junho, Malhapswene, Kongolote, Hulene, Inhagoia, Luís Cabral e de muitos outros para a cidade de Maputo e vice-versa.
Hoje, Maputo conta, mais de um milhão de habitantes, muitos deles ensardinhados em flats que antes só podiam albergar um máximo de seis pessoas, mas que agora chegam a ter mais de 10, para não falar das tais famosas dependências que agora acolhem famílias inteiras, quando eram destinadas apenas aos empregados domésticos.
Para dizer a verdade, uma baía como a de Maputo que separa duas regiões tão vastas como a cidade de Maputo e Ka Tembe, um distrito que se estende até à fronteira com a vizinha Africa do Sul, precisa não duma ponte, mas sim de muitas pontes, do mesmo modo que a própria cidade precisa de ter viadutos para as viaturas em muitos dos entroncamentos das avenidas e não apenas semáforos.
Cruzamentos ou entroncamentos entre as principais avenidas, como as que nascem à beira da mesma baía de Maputo e se cruzam com as avenidas Eduardo Mondlane, 24 de Julho, Sekou Touré, Agostinho Neto e muitas outras, deviam ter viadutos para permitir o fluxo contínuo de trafego.
O tempo em que os semáforos bastavam facilitar o trafego rodoviário já pertence ao passado, devido ao excessivo congestionamento com que a cidade se debate.
Não é por acaso que em cidades como Tóquio no Japão, ou Xangai, na China, têm centenas de viadutos no seio das suas próprias urbes. As mesmas servem para facilitar o escoamento do tráfico, e evitar o desgastante congestionamento e consumo desnecessário de combustível dos seus automobilistas.
No caso de Xangai, até tem mega-pontes aéreas sobre aquela cidade que chegam a ter dezenas de quilómetros, como a que liga o seu Aeroporto Internacional ao centro daquela urbe.
Estas pontes foram construídas antes da erradicação da pobreza construção de clínicas e escolas para servir a todos os chineses. Apesar do acelerado desenvolvimento da China nos últimos 30 anos, este gigante asiático ainda se debate com carência de hospitais, e também possui pelo menos 600 milhões de pobres de entre os mais de 1,3 biliões de habitantes.
Mesmo os Estados Unidos, que têm mais de metade das pontes existentes no mundo inteiro, ainda enfrentam problemas sérios na assistência sanitária para o seu povo. Aliás, este é um dos graves problemas com que os EUA se debatem e que tira sono ao próprio presidente Barack Obama.
Finalmente, para concluir este artigo, importa referir que a construção de infra-estruturas, tais como a ponte sobre a baía de Maputo, são fundamentais para a resolução de muitos dos problemas que são apontados pelos mesmos indivíduos que contestam a ponte.
Será que já imaginaram o que acontece com aquela moçambicana que de repente tem dores de parto, e precisa de deslocar-se da Ka Tembe para uma cesariana no Hospital Central de Maputo, depois da meia-noite quando já o Ferryboat parou de circular?
Por exemplo, se tivéssemos boas linhas férreas ligando as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane e vice-versa, muitos de nós podíamos cá vir trabalhar, vivendo nessas províncias, porque hoje em dia, há “comboios-balas” que atingem uma velocidade igual ou superior a 300 quilómetros por hora.
Com este tipo de comboios, mesmo os habitantes da cidade de Inhambane estariam em condições de trabalhar em Maputo. Apenas precisariam de viajar um máximo de duas horas para chegar a Maputo e igual número na viajem de regresso.
Mas porque não temos estradas e linhas férreas em número suficiente, muitos de nós perdemos duas horas para viajar da Matola, Zimpeto ou Marracuene para chegar à cidade de Maputo.
Ora, será que a edificação de infra-estruturas não é mesmo prioridade como advogam os “doutos” que contestam a ponte para Ka Tembe ou da estrada circular agora em curso também aqui em Maputo?
Estes projectos são mais do que uma prioridade, porque sai mais caro ao povo perder duas horas para viajar da Matola para a cidade de Maputo. Estes projectos beneficiam mais ao povo que a elite, que pouco se ressente do elevado custo do combustível.
Para concluir, hoje surgem algumas vozes que contestam todos os projectos de desenvolvimento em Moçambique.
Para além da ponte Maputo/Ka Tembe, estas vozes contestam a Estrada Circular de Maputo, a Barragem de Mphanda Nkuwa, a exploração de gás natural, a exploração de carvão, projectos agrícolas e outros até a Barragem Moamba-Major que vai garantir o abastecimento de água a cidade e província de Maputo.
Por isso, torna-se pertinente questionar o futuro que se pretende para o desenvolvimento de Moçambique.
(AIM)
Nota do José = Sergio Vieira rebateu no Domingo alguns dos argumentos aqui apresentados sobre a ponte e a estrada circular e este assunto esta a ser debatido em muitos sitios.
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